Semana do LABOMAR aborda preservação dos oceanos e incentivo à indústria náutica

Imagem: Palestra de Amyr Klink marcou a abertura da Semana (Foto: Jr. Panela/UFC)Na noite do último sábado (9), o Iate Clube de Fortaleza sediou o evento de abertura da I Semana do Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR) da Universidade Federal do Ceará. O objetivo é discutir a gestão dos resíduos sólidos e a balneabilidade dos oceanos, por meio da troca de experiências entre a academia e os setores do turismo, da cultura e dos esportes náuticos.

Em paralelo, ocorrem exposições, palestras e apresentações de trabalhos científicos do II Seminário do Programa de Pós-Graduação em Ciências Marinhas Tropicais (PPGCMT), da IV Semana de Ciências do Mar e da V Semana de Ciências Ambientais (SCAMB). Veja mais informações sobre o evento no Facebook.

A diretora do Instituto de Ciências do Mar, Ozilea Menezes, apresentou as atividades a serem desenvolvidas no decorrer da I Semana do LABOMAR, que segue até esta terça-feira (12). O evento agrega a comemoração do Dia do Oceanógrafo e do Dia Mundial dos Oceanos (8 de junho) ao trabalho de conscientização ambiental da Campanha Mares Limpos, iniciativa promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pelo Ministério do Meio Ambiente.

"É uma grande satisfação estar nesta semana com o propósito de ressaltar a importância dos oceanos e dos mares para o progresso e o futuro do nosso litoral. Somos abençoados com um imenso litoral e um povo que pouco a pouco aprende a importância da maritimidade para o Estado e para o País", afirmou.

Confira outras fotos da I Semana do LABOMAR no Flickr da UFC

Para o pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da UFC, Antonio Gomes, a I Semana do LABOMAR propicia um momento de interação entre a Universidade e a sociedade, além do contato necessário entre a graduação e a pós. "É um ambiente de pesquisa consolidado, uma atmosfera de pesquisa rica e atual, pela relevância dos temas hoje no mundo, com as questões dos oceanos, do meio ambiente e do aquecimento global. São grandes problemas que a humanidade precisa enfrentar com a ciência", ponderou.

Imagem: Amyr Klink interagiu com a comunidade acadêmica e narrou os bastidores de suas expedições (Foto: Jr. Panela/UFC)VIDA NO MAR ‒ Na palestra intitulada "Planejamento e empreendedorismo no mar", o navegador e escritor Amyr Klink abordou os potenciais turísticos e econômicos da indústria náutica, ainda pouco explorados no Brasil.

Ele defendeu a economia de compartilhamento e prestação de serviços presentes nessa cadeia produtiva e o retorno do investimento em áreas de marinas para o incremento de turismo e geração de emprego e renda em zonas litorâneas.

Sobre o início de sua vida como navegante, Klink relembrou a infância em Paraty (RJ), onde brincava com as primeiras canoas rústicas de inspiração caiçara, construídas com madeira guapuruvu, até a prática do remo na juventude, quando foi aluno de Economia da Universidade de São Paulo (USP).

Na sequência, ele narrou os bastidores de preparação e o cotidiano de duas de suas mais notáveis expedições marítimas: a travessia a remo de 7 mil quilômetros entre a costa da Namíbia, na África, e Salvador, no Brasil, em 1984; e a circum-navegação completa da Antártida ao Ártico, entre 1989 e 1991. Ambas as viagens solitárias foram descritas nos livros Cem dias entre céu e mar e Paratii ‒ entre dois polos.

Klink comentou ainda sobre a curiosa jangada de piúba, tradicional embarcação dos jangadeiros cearenses que é única no mundo, por não possuir leme hidrodinâmico. Com o intuito de preservar o legado dos jangadeiros e a cultura marítima, ele adquiriu uma dessas jangadas e doou ao Museu Marítimo de Estocolmo, na Suécia.

Também comemorou que, recentemente, o projeto do seu barco Paratii 2 tenha servido de inspiração para que pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) desenvolvessem o veleiro ECO, laboratório embarcado projetado para a realização de expedições científicas.   

"É engraçado quando a gente tem o privilégio de se tornar protagonista de uma ideia, e não simples observador. Ao invés de simplesmente transmitir nossa experiência a nossos filhos, temos de fazer algo muito mais nobre. Nós temos de ensiná-los a construir suas próprias experiências. E eu espero que vocês tenham grandes experiências", finalizou. 

Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional da UFC ‒ fone 85 3366 7331