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Projeto de extensão oferece apoio a pessoas com hanseníase e tuberculose no contexto da pandemia

Imagem: desenho de três rostos de pessoas de lado, uma tossindo e duas com manchas pelo rosto e pescoço. Ao redor, círculo com o nome Liga Acadêmica em Doenças Estigmatizantes na cor pretaMesmo com a pandemia da covid-19, a Liga Acadêmica em Doenças Estigmatizantes (LADES) da Universidade Federal do Ceará segue com atividades informativas e orientações à comunidade de forma remota. Com a disseminação do novo coronavírus, o projeto de extensão voltou suas ações para a elaboração de materiais informativos sobre a prevenção da covid-19 e recomendações dos órgãos de saúde em relação a hanseníase e tuberculose.

Fundada em 2015, a LADES tem o objetivo de contribuir para o controle da tuberculose e da hanseníase no Ceará. Atualmente, a liga mantém parcerias com a DAHW Brasil e com a Netherlands Hanseniasis Relief - Brasil (NHR Brasil), organizações não governamentais que auxiliam pacientes com hanseníase, tuberculose e outras doenças.

A coordenadora da LADES, Profª Paula Sacha Nogueira, do Departamento de Enfermagem da UFC, destaca a importância das ações da liga durante esse período de isolamento social. "A hanseníase e a tuberculose são consideradas doenças negligenciadas, ou seja, doenças que já recebem poucos incentivos em todos os aspectos, e continuar com esse trabalho na mídia é contribuir para que elas não sejam esquecidas em meio à pandemia, pois os pacientes sofrem com a dificuldade de acesso à atendimento e tratamento mesmo quando não temos uma situação como essa instalada", afirma.

Com a DAHW Brasil, por exemplo, a LADES realiza a ação Hanseníase em Rede, através da qual alunos e docentes produzem materiais informativos sobre a doença. Os conteúdos são publicados nas redes sociais da liga (@lades.ufc) e no site da ONG. Como as atividades já ocorriam antes da pandemia de maneira on-line, foi possível ampliar a ação nesse período de isolamento social. Os temas passaram a ser relacionados não somente à hanseníase, mas também a questões que envolvem o contexto atual da pandemia de covid-19.

Além da variedade de assuntos, os formatos dos conteúdos são diversificados, com publicações no site da DAHW Brasil em texto e áudio (podcast). Os materiais textuais abordam o isolamento familiar na rotina de enfermeiros que atuam na linha de frente do combate ao novo coronavírus, assim como questões relacionadas à sobrecarga de trabalho dos profissionais de saúde e diferenças entre os testes disponíveis para a covid-19. O projeto também produz um podcast, chamado Ladescast, com discussões, por exemplo, sobre a atuação de profissionais da saúde durante a pandemia.

O diretor-executivo da ONG DAHW Brasil, Reinaldo Bechler, ressalta o papel da LADES para a sociedade. "Além de oferecer para a Universidade a oportunidade de formar alunos e viabilizar, de certa forma, o trabalho deles, fazer com que o conhecimento extrapole os muros da Universidade, é isso que se espera de um projeto de extensão. Nesse sentido, é superimportante as atividades do projeto para as comunidades", explica.

AUTOCUIDADO ‒ Já com a NHR Brasil, a LADES atua no grupo Quem Ama (SE) Cuida, destinado a pessoas com hanseníase. A ação, executada em parceria entre a NHR Brasil e o Centro de Dermatologia Dona Libânia com o apoio da liga, consiste em reuniões quinzenais voltadas a práticas de autocuidado para pessoas com hanseníase.

Com o isolamento social e a consequente suspensão das atividades presenciais, o projeto mantém o contato e o monitoramento remoto através de mensagens e ligações pelo WhatsApp com os integrantes do grupo. Além disso, aqueles que se encontravam em maior situação de vulnerabilidade social receberam cestas básicas com o apoio da NHR Brasil. O próximo passo será a entrega de materiais necessários ao autocuidado, como hidratantes, protetor solar e óculos escuros.

A LADES realiza também ações conjuntas de conscientização sobre a hanseníase, como a elaboração e revisão de materiais educativos divulgados no site da NHR Brasil. Um dos textos publicados traz as dificuldades enfrentadas pelos pacientes com hanseníase relacionadas à ausência dos encontros presenciais do grupo, como a falta de acompanhamento direto durante a pandemia.

Paralelo a essas atividades, a LADES produz conteúdos específicos para as redes sociais do projeto. São objetos de postagens, por exemplo: riscos e cuidados para pessoas com tuberculose em meio à pandemia; tira-dúvidas e orientações sobre uso de máscaras, e depoimentos de profissionais da saúde. A liga ainda promove lives sobre doenças consideradas negligenciadas, como a tuberculose e a hanseníase, e disponibiliza uma série de vídeos sobre medidas de autocuidado para pessoas com hanseníase.

Alexandre Menezes, diretor-nacional da ONG NHR Brasil, salienta a contribuição social prestada pelos projetos de extensão, uma vez que propiciam uma criticidade referente a diversas situações no campo econômico e sociocultural. "O trabalho com saúde pública, doenças negligenciadas e hanseníase, como o que fazemos na NHR Brasil com o apoio de parceiros como a LADES, remete a uma vivência nas atividades de extensão junto às pessoas e aos territórios vulneráveis, fortalecendo a necessidade de que os extensionistas considerem os condicionantes socioeconômicos e culturais em suas práticas no futuro", destaca.

Fonte: Profª Paula Sacha Frota Nogueira, coordenadora da Liga Acadêmica em Doenças Estigmatizantes – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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