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UFC realiza Fórum Nordeste de Doenças Tropicais Negligenciadas com três dias de programação no Pici

A Universidade Federal do Ceará (UFC) realiza, de 11 a 13 de junho, o Fórum Nordeste de Doenças Tropicais Negligenciadas. Com apoio do Ministério da Saúde (MS) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o evento acontece no Centro de Convivência da UFC, no Campus do Pici, com cerca de 250 participantes.

Imagem: A imagem mostra um momento do Fórum Nordeste de Doenças Tropicais Negligenciadas, realizado no Centro de Convivência da Universidade Federal do Ceará (UFC), no Campus do Pici. No palco, está um grupo de 13 pessoas, formado por organizadores, pesquisadores e autoridades da área da saúde e da ciência, todos posicionados de pé, lado a lado, e aplaudindo. Algumas pessoas no palco também demonstram sorrisos e expressões de satisfação.  Ao fundo, há um telão grande exibindo uma imagem semelhante à da cena ao vivo, provavelmente uma transmissão ou foto do próprio evento. A parede de vidro atrás do palco permite ver a vegetação verde do exterior, criando um ambiente iluminado e natural.  Na plateia, diversas pessoas estão sentadas em cadeiras pretas, voltadas para o palco, acompanhando atentamente. Uma participante à frente está registrando o momento com seu celular. A atmosfera transmite um evento acadêmico e institucional, voltado à discussão e visibilidade de temas científicos importantes e muitas vezes esquecidos pela saúde pública, como as doenças tropicais negligenciadas

O fórum tem como objetivo discutir estratégias de controle, eliminação e enfrentamento das Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs) com ênfase na região Nordeste. Em três dias de programação, o evento reúne especialistas, gestores, pesquisadores, profissionais da saúde e sociedade civil, com engajamento nos nove estados do Nordeste.

Promovendo o diálogo entre ciência, políticas públicas e inovação em saúde, o fórum traz conferências, apresentações culturais, palestras, módulos temáticos, grupos de trabalho e plenárias. O evento visa estimular a construção de conhecimento e a formação de redes de colaboração que possam contribuir para o enfrentamento dessas doenças.

“Queremos possibilitar um ambiente de debates qualificados, reunindo pesquisadores, gestores em saúde pública, técnicos, bem como a sociedade civil organizada para produzir contribuições na perspectiva de avançar no controle e na eliminação das doenças tropicais negligenciadas”, destaca o professor da Faculdade de Medicina (Famed) e coordenador do evento, Roberto da Justa, sobre o propósito do evento.

A programação foi dividida em duas etapas, a primeira com apresentações sobre as oito DTNs abordadas, focando na situação epidemiológica, avanços científicos e lacunas existentes. A segunda parte consiste em grupos de trabalho para discutir desafios nos níveis de atenção à saúde, linhas de pesquisa, ações de gestão e políticas públicas nos níveis municipal, estadual e federal, no cenário das DTNs na região Nordeste.

Estavam presentes na abertura do evento a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da UFC, Regina Célia Monteiro, representando o reitor Custódio Almeida. Também marcaram presença o diretor da Faculdade de Medicina da UFC, João Macedo, além de representantes da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), da Sociedade Cearense de Infectologia (SCI), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e membros da sociedade civil.

Imagem: A imagem mostra um momento descontraído durante uma mesa de discussão ou painel no Fórum Nordeste de Doenças Tropicais Negligenciadas, realizado no Centro de Convivência da Universidade Federal do Ceará (UFC), no Campus do Pici.  Três pessoas estão sentadas no palco, em destaque, provavelmente pesquisadores, professores ou gestores da área da saúde e ciência. O clima é leve e acolhedor: a mulher ao centro, que está com um microfone na mão, sorri enquanto fala, transmitindo simpatia e envolvimento com o público. Ela usa um conjunto verde e azul escuro e está acompanhada por dois homens — o da esquerda segura papéis e sorri olhando para baixo, enquanto o da direita observa atentamente, com postura relaxada e crachá pendurado no pescoço.  Ao fundo, um telão de LED exibe uma imagem do evento, ampliando a experiência para a plateia. O ambiente comunica um encontro formal, porém acessível, promovendo o diálogo técnico e científico de forma engajada

As Doenças Tropicais Negligenciadas são causadas por agentes infecciosos e parasitários. Elas atingem, principalmente, populações de baixa renda que vivem em áreas tropicais ou subtropicais. Fazem parte desse grupo a dengue, leishmaniose, doença de Chagas, esquistossomose, tracoma, acidentes ofídicos, raiva humana, entre outras.

O Brasil concentra 90% dos casos de DTNs nas Américas. Estima-se que 30 milhões de brasileiros estejam em risco de exposição a essas enfermidades. Apesar de representarem cerca de 15% da população, essa proporção aumenta para até 25% na região Nordeste.

Roberto explica que o fórum deve produzir um relatório com propostas dos grupos de trabalho. “Esse documento será utilizado como um referencial, será encaminhado ao Ministério da Saúde, às secretarias estaduais de saúde, e será disponibilizado publicamente para que seja um marco para futuros debates que possam ocorrer com relação a essas doenças tropicais negligenciadas”, ressalta.

“Nós trabalhamos com doenças tropicais negligenciadas. Como isso é uma vivência do nosso dia a dia, a gente sempre está nesses eventos para ajudar a dar uma maior visibilidade aos pacientes que são acometidos e que, de certa forma, são invisíveis para a sociedade”, avalia Ana Paula Gomes, assistente técnica da Sesa, que participa do evento.

EXPOSIÇÃO - Durante o fórum, acontecem atividades paralelas, como a abertura da exposição Arte sob o microscópio, que reúne 20 imagens de microrganismos causadores de DTNs obtidas através de diferentes técnicas de microscopia. Nesta sexta edição, o projeto bianual passou por ampla curadoria, conectando trabalhos da França, Suíça, Alemanha, Estados Unidos, Brasil, México e Países Baixos.

Imagem: A imagem retrata a abertura da exposição "Arte sob o Microscópio", promovida pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Em destaque, uma visitante observa atentamente as obras expostas em uma galeria de paredes brancas. As imagens apresentadas são resultado de registros científicos feitos com microscopia eletrônica e outras técnicas de ampliação, revelando a beleza estética presente no mundo microscópico — como formas, texturas e cores de microrganismos, células e tecidos.  As obras têm aspecto visual marcante: algumas com colorações vibrantes e formas abstratas, outras em preto e branco, remetendo ao detalhamento técnico. Cada imagem está acompanhada por uma pequena legenda descritiva, indicando seu conteúdo científico e autor ou laboratório de origem.  O ambiente da exposição é limpo, iluminado e propício à contemplação, unindo arte e ciência de maneira acessível ao público. A proposta da mostra é revelar como a investigação científica também pode ser uma forma de expressão visual e de admiração estética, aproximando o conhecimento acadêmico da sociedade.

O projeto de extensão da UFC é resultado da colaboração entre professores, estudantes e bolsistas, com o objetivo de promover a divulgação científica de forma acessível, combinando ciência e elementos artísticos em linguagem simplificada. As imagens foram coletadas de bancos de dados abertos ou cedidas por pesquisadores nacionais e internacionais.

“Nós fomos em busca de imagens de diferentes técnicas de microscopia dos microrganismos causadores das doenças tropicais negligenciadas ou de lesões. Os visitantes vão poder ver imagens, por exemplo, do Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas, ou uma microscopia eletrônica do vírus da dengue, ou seja, as doenças que estão fazendo parte da temática do fórum”, ressalta a coordenadora do projeto, professora Virgínia Girão-Carmona.

Nycollas Fernandes, estudante de Odontologia da UFC e bolsista do Programa de Promoção da Cultura Artística (PPCA) da Pró-Reitoria de Cultura (Procult), participou do processo curatorial da exposição. “A gente tentou unir duas expressões artísticas, a música e a imagem. Em todas as obras que não foram nomeadas pelos autores, a gente trouxe trechos de músicas brasileiras, tornando mais acessível o tema das doenças tropicais negligenciadas”, explica.

Após o fórum, Arte sob o microscópio seguirá para o Museu de Arte da UFC (Mauc). Também existe a perspectiva de exposição itinerante em escolas e universidades. A exposição é gratuita e aberta ao público.

Fonte: Roberto da Justa, professor da Famed e coordenador do evento - e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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