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Sexta, 08 Setembro 2023 10:03

O reitor Custódio Almeida recebeu, na tarde da quarta-feira (6), a secretária estadual da Igualdade Racial, Profª Zelma Madeira, para encontro de alinhamento. Na ocasião, a titular da pasta, acompanhada de equipe de assessoras, apresentou as ações da Secretaria da Igualdade Racial do Estado do Ceará (SEIR) e detalhou portfólio de projetos que podem ser desenvolvidos em parceria interinstitucional.

O reitor, por sua vez, fez um balanço dos 10 anos da Lei de Cotas nas universidades federais (Lei nº 12.711/2012), explicou o andamento do trabalho da Comissão de Verificação de Vídeo e Heteroidentificação (instância vinculada à Pró-Reitoria de Graduação que valida a matrícula de cotistas) e antecipou planos da gestão no tocante às políticas étnico-raciais. Também participaram da reunião a secretária de Acessibilidade da UFC, Profª Marilene Munguba, e o coordenador de Articulação Política Institucional, Daniel Fonsêca.

Zelma Madeira, que é também docente do Curso de Serviço Social da Universidade Estadual do Ceará (UECE), relatou que uma das prioridades atuais da SEIR é a aproximação com a academia, já tendo sido realizados encontros com a UECE, a Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) e a Universidade Regional do Cariri (URCA). “O grande ponto é fortalecer a capacidade de nossas políticas públicas de combater a discriminação e os processos de exclusão. São séculos de apagamento, de silenciamento, e estamos pagando o preço de ter demorado a falar com profundidade dessas questões tão urgentes", defendeu.

O Prof. Custódio Almeida frisou que o reforço de ações afirmativas, bem como a diversidade étnica e de gênero é um forte valor da atual administração desde a etapa de campanha. “Era uma promessa nossa e segue sendo uma preocupação dar voz, fazer ressoar o debate e convertê-lo em ações concretas”, disse o reitor, reconhecendo em seguida que as cotas na graduação mudaram o perfil do alunado da UFC. Fazendo um breve balanço, ele reconhece que “a aplicação da lei precisa avançar mais”.

Um dos avanços, recomendado pela secretária, é o incremento na Comissão de Verificação de Vídeo e Heteroidentificação, passando de três para cinco membros, e a garantia de diversidade étnica dentro da própria junta. “Claro que tem a dimensão da autoidentificação, mas o que pesa muito em nossa sociedade é o aspecto negroide. É o estigma que a pessoa carrega no dia a dia, que vai além de ter uma ancestralidade. Seria ainda mais significativo o trabalho se a comissão viesse a ser presidida por uma mulher negra, por exemplo”, sugeriu.

O reitor acrescentou, na reunião, que “já está no radar da administração superior a retomada do importante trabalho realizado pela Comissão de Direitos Humanos da UFC, instância que pode inclusive promover ações na interface raça-gênero”. Em sintonia com o forte envolvimento da Universidade com a melhoria da qualidade na educação básica, foram pautadas ainda a possibilidade de ofertar formação em relações étnico-raciais, tutorada pela UFC, a diretores de escolas da rede estadual.

Outro ponto tratado foram articulações, já em andamento, para a criação futura da posição de Cientista-Chefe da Igualdade Racial, dentro do âmbito do programa da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP), onde pesquisadores da UFC são presença massiva. “Temos várias áreas na UFC que nos são muito caras e importantes, como sociologia, direito, educação... Além disso, a capilaridade dos campi favorece a interiorização dessas políticas”, finalizou a secretária.

Fonte: Gabinete da Reitoria – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.