Seminários do Festival da UFC trazem discussões sobre poesia, preconceito e patrimônio histórico

Imagem: A escritora pernambucana Clarice Freire (Foto: Leo Aversa)Para estimular o pensamento crítico e o debate de temas de interesse social, o VII Festival UFC de Cultura contempla em sua programação a realização de diversas conferências no auditório da Reitoria (Av. da Universidade, 2853, Benfica). Com o tema "Do universal ao regional – 60 anos de história", o evento celebra as seis décadas de atuação da UFC como espaço de formação e fomento às artes no Estado do Ceará. Os debates ocorrem sempre no período da tarde, das 16h às 18h.

No dia 2 de dezembro, terça-feira, será realizada a mesa-redonda "Poesia Contemporânea", cujo foco é a sobrevivência de uma arte tão antiga nos dias de hoje, para um público cuja atenção é extremamente fragmentada. Será discutido o modo como a poesia contemporânea se relaciona com seus múltiplos suportes, tais como o corpo, a cidade e a Internet.

Dentre os convidados estão a publicitária e escritora pernambucana Clarice Freire (foto), que com seus traços sensíveis e poemas delicados, postados na página "Pó de Lua", já conquistou mais de 1,3 milhão de seguidores no Facebook e 100 mil no Instagram. O trabalho virou neste ano um livro homônimo sob o selo da editora Intrínseca, integrando as listas de mais vendidos desde o lançamento.

"Com a ausência de peso, minhas palavras flutuam entre objetos que viram pessoas, pessoas que viram palavras e palavras que viram poesia cheia de delicadeza, mesmo nos lugares e corações mais pesados", diz a poetisa sobre sua escrita.

Também participa da discussão o publicitário e artista de rua Felipe Yarzon, que tem chamado a atenção com seus stencils de conteúdo sensível, espalhados por vários lugares de Fortaleza e por outras cidades por onde já passou, como Canoa Quebrada, Jericoacoara e Macapá (AP). Completa a mesa o grupo Descabelo, coletivo multiartístico de jovens cearenses que trabalha com a proposta de intervir na cidade. Usando poesia, desenho, pintura, stencil, música, audiovisual e artes cênicas, eles propõem a cada um "descabelar-se em poesia", sem perder a capacidade de transformar o mundo através da arte.

A mediação da mesa ficará a cargo de Henrique Dídimo, poeta e realizador audiovisual. Na área do vídeo, realiza documentários e trabalhos em videoarte, pesquisando questões como o corpo, a cidade, a palavra e a natureza. Na literatura, publicou contos e poemas em revistas literárias, plaquetes, livros e na internet. A partir da experiência em comum com as linguagens do vídeo e da literatura, desenvolve, desde 2002, uma produção e pesquisa específica no campo da Videopoesia. Entre os videopoemas realizados, podemos citar "Buracos & Buracos" (2002), "Guia de identificação" (2005), "dessertão" (2007) e "Cilada" (2011).

COMBATE À DISCRIMINAÇÃO  A quarta-feira (3) é reservada à discussão do tema "Tolerância, diversidade e combate ao preconceito", cuja motivação foi a recorrência recente de casos de homofobia, discriminação regional e racismo no contexto brasileiro.

Um dos componentes da mesa é Ailton Lopes, licenciado em Letras, bancário e ex-candidato ao Governo do Estado do Ceará pelo PSOL. Ele fez parte da gestão do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Estadual do Ceará (UECE), além de já ter sido candidato a deputado estadual nas eleições de 2006 e a vereador de Fortaleza no pleito de 2008. Ativista gay e militante ecossocialista, desenvolveu fortemente propostas de campanha ligadas principalmente a mobilidade urbana, legalização da maconha e direitos homossexuais.

Outro debatedor é Francisco José Pereira, o Preto Zezé. Rapper e presidente nacional da Central Única das Favelas (Cufa), tem se destacado no cenário nacional como um dos maiores articuladores do movimento negro e da cultura da periferia. A terceira convidada é a Profª Lola Aronovich, do Departamento de Letras Estrangeiras da UFC, cronista de cinema e autora do blog feminista mais acessado do Brasil ("Escreva, Lola, Escreva") e de livro homônimo lançado pela editora Com Arte.

Imagem: O arquiteto e compositor Fausto Nilo (Foto: Divulgação)MEMÓRIA DA CIDADE  Encerrando a programação de mesas-redondas, o tema "Proteção ao patrimônio histórico: memória e identidade" será debatido pelo arquiteto Fausto Nilo (foto), graduado em Arquitetura e Urbanismo pela UFC em 1970 e sócio-presidente da Fausto Nilo Arquitetura, onde desenvolve projetos de edificações, planos diretores, equipamentos turísticos e complexos voltados para o uso público.

Foi coautor de projetos como a reforma e adaptação da Ponte dos Ingleses, do Mercado São Sebastião, da nova Praça do Ferreira, da reordenação urbanística da Avenida Beira-Mar e do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura.

Discute o assunto junto com ele o Prof. Romeu Duarte, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFC, ex-superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) no Ceará, ex-presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil – Seção Ceará (IAB-CE) e representante da UFC na Comissão Permanente de Avaliação do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano do Município de Fortaleza e no Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Histórico e Cultural de Fortaleza (Comphic). O terceiro componente é Ramiro Teles Beserra, ex-superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), onde continua atuando como arquiteto. Ramiro também integra o Comphic.

O Festival UFC de Cultura é uma realização da Universidade Federal do Ceará e da ONG Universos, com apoio da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult) e da Coelce. Confira a programação em detalhes no site do Festival, no Facebook e no perfil do evento no Twitter.

Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional – fone: 85 3366 7319  / e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.