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Prof. Huygens Garcia recebe a Medalha da Abolição, maior comenda do Estado

Imagem: Os homenageados Huygens Garcia, Maria da Penha e Fausto Nilo, ao lado do Governador Camilo Santana e da Vice-Governadora Izolda Cela (Foto: Divulgação)Após receber a Medalha da Abolição das mãos do governador Camilo Santana, o médico José Huygens Parente Garcia agradeceu a homenagem e admitiu que, ao tomar conhecimento de que seria agraciado, "ficou surpreendido e envaidecido". A maior comenda do Estado foi entregue a três personalidades cearenses em solenidade realizada às 18h de sábado (25), no Palácio da Abolição.

Nascido no Crato, no sítio Buritis, "nunca poderia sonhar que um dia seria merecedor dessa distinção", confessou. Voltando à infância, recordou a família de poucos recursos e exaltou a figura do pai, agricultor, que "milagrosamente" criou condições para que os seis filhos estudassem, porque dizia ser mais importante a educação do que qualquer bem material. Comovido, disse sentir uma "emoção indescritível" ao registrar, na solenidade, a presença do pai, também Huygens, lúcido aos 90 anos.

Ainda no Crato estudou no Colégio Diocesano, de onde saiu para prosseguir os estudos em Fortaleza. Posteriormente, ingressou na Faculdade de Medicina. O Prof. Huygens relembrou que, até os anos de 1990, os pacientes que precisassem solucionar seus problemas hepáticos por meio de transplantes se viam obrigados a se deslocar para o Sudeste a fim de realizar o procedimento. Foi então que pensou em libertar os cearenses dessa necessidade. No fim da década de 1990, começaram as primeiras pesquisas e tentativas em animais, mais especificamente em suínos.

Mas foi no dia 18 de maio de 2002 que fez, com sucesso, o primeiro transplante de fígado em humano. Daquela data até hoje a equipe comandada por ele realizou 1.093 procedimentos desse tipo. "O centro de transplantes do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) não é apenas orgulho da Universidade Federal do Ceará, é um patrimônio do povo cearense", assegurou.

A iniciativa recebeu apoio no âmbito da UFC, mas também críticas de pessoas que achavam ser o transplante uma técnica sofisticada quando havia necessidade de atenções básicas na área de saúde. Nesse momento, Huygens Garcia agradeceu aos que o incentivaram a prosseguir, como os professores Luciano Bezerra  (atual superintendente do complexo hospitalar da UFC), Henry de Holanda Campos (o agora Reitor em exercício) e Odorico Moraes (coordenador do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos da UFC).

Também externou agradecimentos aos ex-Reitores Roberto Cláudio Frota Bezerra, René Barreira e Jesualdo Farias, entusiastas do projeto; à sua mulher, a também médica Regina Célia; e às cinco filhas, que tão bem compreendem suas ausências.

O Prof. Huygens Garcia afirmou estar honrado por compartilhar a noite com os demais homenageados – a ativista na luta contra a violência doméstica Maria da Penha Maia Fernandes e o arquiteto e compositor Fausto Nilo. Demonstrando gratidão, fez questão de compartilhar com toda a sua equipe a medalha recebida. Encerrou suas palavras citando o escritor Fernando Sabino:

"De tudo ficaram três coisas...
A certeza de que estamos começando...
A certeza de que é preciso continuar...
A certeza de que podemos ser interrompidos antes de terminar...
Façamos da interrupção um caminho novo...
Da queda, um passo de dança...
Do medo, uma escada...
Do sonho, uma ponte...
Da procura, um encontro!"

Leia mais: As atividades do Centro de Transplantes de Fígado do HUWC

Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional da UFC – fone: 85 3366 7331

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