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Projeto da MEAC possibilita que irmãos visitem bebês na UTI Neonatal

Imagem: Projeto Visita dos Irmãos foi implementado em maio, na MEAC O tempo considerado ideal para um bebê nascer é de, pelo menos, 37 semanas de gestação. Mas Salomão apressou-se e com apenas 30 semanas veio ao mundo. Pesando 800 gramas, era de uma fragilidade que muitos podiam pensar que não resistiria. Ao completar dois meses, e ainda internado na UTI da Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (MEAC), recebeu, pela primeira vez, a visita do irmão, Kauê Lucas, de 11 anos. O encontro foi possibilitado pelo projeto Visita dos Irmãos, implementado neste mês na MEAC, do Complexo Hospitalar da UFC.

Segundo a equipe de psicólogos e enfermeiros da UTI Neonatal, a ideia do projeto surgiu a partir da percepção de demanda das mães com filhos internados na unidade. "As mães demonstravam o desejo de que seu outro filho visse o irmãozinho, porque a criança que fica em casa não entende esse irmão imaginário, que não parece real para ele", comenta Natalie Brito, que, ao lado de Socorro Leonácio, integra a equipe de psicólogas responsáveis pela iniciativa.

A cada sexta-feira, três bebês internados recebem essa visita. A escolha das famílias a serem contempladas na semana é feita às quartas-feiras, no grupo terapêutico das mães que estão com os filhos na UTI Neonatal. "Nesse grupo, fazemos uma triagem para saber quais são os casos com maior necessidade, a partir da problemática de cada família, e também avaliamos as condições de virem das crianças", explica Natalie a respeito do deslocamento dos irmãos até a MEAC.

Quando os irmãos chegam, participam de um pequeno grupo de preparação. As enfermeiras do projeto prepararam um boneco que simula todos os dispositivos que, possivelmente, o bebê ainda esteja usando na UTI, como sondas, acessos venosos, curativos etc. As profissionais ainda oferecem informações sobre a UTI Neonatal e analisam as expectativas das crianças. Em seguida, aplicam um questionário às mães para saber a saúde dessa criança que se prepara para a visita. Por fim, as três crianças escolhidas são estimuladas a desenhar os irmãozinhos que estão prestes a conhecer. Esse desenho dá às psicólogas do Visita dos Irmãos subsídios para avaliação antes de entrarem no berçário.

A visita é guiada. "O irmão entra conosco, todo paramentado, com os equipamentos de proteção individual. Ensinamos a higienizar as mãos, dizemos o que ele pode ou não fazer lá dentro e pedimos para ele conversar com o bebê. A última fase da visita é uma conversa, na qual eles nos contam como se sentem", afirma a psicóloga Natalie Brito.

RETORNO POSITIVO – Na avaliação da enfermeira Izélia Gomes, as primeiras atividades do projeto vêm superando as expectativas da equipe. "Tivemos uma entrega completa. As crianças estavam bastante ansiosas para conhecer os irmãos. Todos colaboraram, entendendo a necessidade daquele momento", disse. Izélia, uma das profissionais que acalentavam esse sonho, não conteve as lágrimas ao acompanhar a emoção dos familiares dos bebês reunidos.

Elisabete Custódio, a mãe dos pequenos Salomão e Kauê, revelou que há algum tempo o primogênito pedia para conhecer o irmãozinho. "Ele agora vai entender melhor por que todos os dias tenho que vir para cá e o que fico fazendo", disse. "Essa visita estreita os laços e, agora, quando chegar em casa contando como o Salomão está melhorando, ele já tem uma imagem na cabeça", completou Elisabete, ainda comovida.

Foi com grande alegria quando Kauê viu, pela primeira vez, o rostinho do irmão. "Não imaginava que ele era tão pequeno!", disse. "Quando o Salomão for para a escola, vão começar a brincadeira de dizer que ele é aperreado, que se apressou em nascer", comentou. "Vou cuidar muito dele, vou ajudar minha mãe", completou Kauê, cheio de confiança.

Fonte: Unidade de Comunicação Social da Maternidade-Escola Assis Chateaubriand – fone: 85 3366 8183

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