Procurar no portal

Comitiva da Universidade Johns Hopkins (EUA) visita a UFC

Comitiva de pesquisadores da Universidade Johns Hopkins em visita ao MAUCNa tarde dessa quinta-feira (24), um grupo de pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, de Baltimore (EUA), realizou uma visita técnica à Universidade Federal do Ceará para uma reunião de pesquisa sobre dengue, zika e chikungunya e métodos inovadores de combate ao mosquito Aedes aegypti. A comitiva foi recebida no Auditório do MAUC pela Pró-Reitora de Extensão da UFC, Profª Márcia Machado, e pelo Pró-Reitor de Assuntos Estudantis, Prof. Manuel Furtado Neto, representando a Administração Superior da universidade.

É a segunda vez que esse grupo de cientistas estrangeiros vem ao Brasil, após passagens por Recife (PE) e João Pessoa (PB), acompanhados pela Coordenadora do Núcleo de Medicina Tropical da UFPE, Profª. Sylvia Lemos Hinrichsen. Os presentes ressaltaram a oportunidade inicial de estabelecer contatos para futuros projetos de cooperação acadêmica, a partir da troca de experiências entre os pesquisadores norte-americanos e as instituições de ensino superior da região Nordeste.

Para o Pró-Reitor adjunto de Pesquisa e Pós-Graduação da UFC, Prof. Jorge Lira, o trabalho desenvolvido por polos de excelência situados nas universidades brasileiras nos coloca em condições de igualdade em termos de pesquisa. "As doenças transmitidas pelo mosquito Aedes são um exemplo típico de uma situação local, problema dos países tropicais, sobretudo. No entanto, só pode se conseguir soluções para essa problemática via pesquisas em moldes internacionais. A UFC tem uma experiência acumulada, expertise de muitos anos, e, por vivenciar diretamente o foco e a causa do problema, é um palco natural para pesquisa científica de alta qualidade", afirma.

INTERNACIONALIZAÇÃO - Iniciativas dessa natureza fazem parte da estratégia de internacionalização para fortalecer a médio e longo prazo a pesquisa dentro da própria universidade. Segundo o Coordenador de Mobilidade Acadêmica da Pró-Reitoria de Assuntos Internacionais (Prointer), Prof. Konrad Utz, ainda que sejam inicialmente uma ação de pesquisa, esses movimentos podem trazer repercussões para as áreas de ensino e extensão, além de gerar programas mais amplos de colaboração acadêmica e intercâmbio estudantil. "A universidade e a ciência moderna desde o início na Idade Média foram projetos transnacionais. Nós formamos uma grande comunidade acadêmica internacional, onde todos interagimos, aprendemos uns com os outros, trocamos ideias e nos incentivamos para fazermos o progresso científico. É um desafio e tanto, que precisamos juntar forças onde for, no mundo inteiro.", comenta.

SAÚDE E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA - O professor Soumyadipta Acharya,  coordenador do Centro de Bioengenharia, Inovação e Design da Universidade Johns Hopkins (CBID/JHU), apresentou o trabalho desenvolvido pela equipe nos Estados Unidos. O núcleo multidisciplinar é composto por estudiosos de áreas como Biomedicina, Engenharia, Ciências Biológicas, Computação, Saúde Pública e Design. A atual pesquisa surgiu em um hackathon, maratona de informática com 96 horas de duração, quando pesquisadores e programadores desenvolveram o aplicativo VECTORWeb, sistema de monitoramento inteligente que se comunica com armadilhas de captura do mosquito Aedes equipadas com sensores. A proposta é enviar informações em tempo real para a nuvem, com dados atualizados sobre focos, densidade populacional dos vetores e mensagens de alerta para os sistemas de saúde pública. A comitiva tem levado essas metodologias de investigação para cientistas e autoridades de saúde pública em países da Ásia, África e América Latina.  

O Prof. Ivo Castelo Branco, coordenador do Núcleo de Medicina Tropical da UFC, traça um panorama do desafio de estudos e intervenção nessa interface de saúde pública e tecnologia. "O grande problema do controle do Aedes aegypti é que o ciclo do mosquito demora sete dias. E os órgãos governamentais só fazem vistorias a cada dois meses. Quer dizer, cabem oito ciclos de vida ou gerações dentro de dois meses. E além do mais, o ciclo do mosquito ocorre praticamente 80% dentro das casas da gente, ou próximo da casa da gente. É impossível os governantes controlarem isso se não tiver a cidadania de cada um fazendo a sua parte", avalia.

Na parte final do encontro, os professores Ivo Castelo Branco e Henrique Pequeno (do Instituto UFC Virtual), falaram da experiência de pesquisa e produção do aplicativo Aedes em Foco. A ideia da pesquisa é formar brigadas contra o mosquito em condomínios, escolas e empresas, por meio de cadastros de usuários no sistema de monitoramento do aplicativo, que detecta a existência de focos de transmissão e traz orientações para medidas preventivas. Os pesquisadores estão divulgando a iniciativa por meio de jogos educativos voltados a alunos de escolas públicas, e treinamentos para professores, líderes comunitários e agentes de saúde.

Desenvolvido na UFC, o projeto foi contemplado com recursos da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap). Recentemente foi firmado um convênio com o Governo do Estado do Ceará para lançar o aplicativo em Fortaleza ainda neste semestre, a partir de setembro. O app Aedes em Foco para dispositivos móveis dos sistemas Android e iOS está disponível para download gratuito.

Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação - fone 85 3366 9443

Endereço

Av. da Universidade, 2853 - Benfica, Fortaleza - CE, CEP 60020-181 - Ver mapaFone: +55 (85) 3366 7300