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Professor da UFC participa de debate no Senado sobre papel dos polinizadores naturais

Imagem: Prof. Breno Freitas participou do debate na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado (Foto: Geraldo Magela/Ag. Senado)O Prof. Breno Freitas, do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal do Ceará, foi um dos especialistas ouvidos, nessa terça-feira (20), em debate na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), do Senado Federal, sobre o papel dos polinizadores naturais.

Durante o debate, os pesquisadores disseram que a presença de polinizadores em ambientes agrícolas pode aumentar a produtividade dos cultivos, mas explicaram que faltam investimentos em pesquisas, bem como uma política pública para preservar mais de 20 mil espécies de abelhas e outros seres vivos, como borboletas, besouros, morcegos e pássaros.

O professor da UFC citou pesquisas que apontam aumento de 18% na produtividade de plantações de soja com a utilização de polinizadores. Ele destaca que, para atingir os mesmo resultado de produção sem o uso dos polinizadores, seria necessário ampliar a área de cultivo e, para isso, desmatar entre 12 milhões a 18,7 milhões de hectares. "É um exemplo típico de como polinizadores podem ajudar (no desenvolvimento da agricultura)", disse.

No Brasil, pelo menos 85 das espécies de plantas cultivadas para uso na alimentação humana e na produção de fibras dependem da polinização animal. Apesar do importante papel desempenhado por esses animais, mais de 40% dos polinizadores invertebrados – e 16% dos vertebrados – estão sob risco de extinção global.

A perda de polinizadores pode causar uma crise na produção de alimentos e comprometer a segurança alimentar, de acordo com Vera Lúcia Fonseca,  professora da Universidade de São Paulo (USP). "A preservação da biodiversidade para as gerações futuras é um problema de todos nós", apontou a pesquisadora.

Ainda que as pesquisas tenham avançado nas últimas décadas, principalmente sobre a abelha Apis mellifera, a chamada abelha-europeia, a mais comum no Brasil, faltam estudos sobre outras espécies de polinizadores, o que dificulta avaliar o real impacto dos pesticidas, segundo Karina Cham, analista ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).

"Embora tenhamos muitas informações, ainda há algumas lacunas, por exemplo, aperfeiçoar a metodologia de avaliação do risco de pesticidas", disse durante o evento.

O uso inadequado de agrotóxicos é, aliás, uma das principais ameaças aos polinizadores. Paula Arigoni, do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal, afirmou que as empresas têm incentivado a adoção de práticas e regras de aplicação de defensivo agrícola mais seguras para as abelhas e outros animais. Ela argumentou que tanto a polinização quanto o emprego de defensivos agrícolas contribuem para a produtividade no campo e a qualidade de consumo dos frutos.

Reforçar o elo entre a academia, os apicultores e os produtores rurais é, na avaliação da pesquisadora da Embrapa Carmen Pires, um dos principais desafios de uma política para o setor. "Acho que a única maneira é ter uma assistência pública capacitada em todos os estados formando-se um elo entre a Embrapa, as universidades e o agricultor e apicultor." Para o senador Lasier Martins (PSD-RS), a audiência evidenciou a necessidade de elaborar um marco legal de apoio ao setor. "Isso diz respeito a alimentos, e sem alimentos a gente não sobrevive." Com informações da Agência Senado.

Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional – fone: 85 3366 7331

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