Evento marca início do centenário da Escola de Agronomia do Ceará

Imagem: foto de monumento do centenário e reitor e professores ao redor batendo palmasHomenagens a 100 professores, servidores e instituições parceiras, entre elas uma ao Prof. Luiz Antônio Maciel de Paula (in memoriam); descerramento de placa comemorativa; inauguração do Monumento do Centenário; e reabertura do memorial marcaram, nessa quarta-feira (2), o início das festividades comemorativas do centenário da Escola de Agronomia, uma das fundadoras da Universidade Federal do Ceará.

A primeira parte do evento ocorreu no Auditório Professor Alzir Barreto, do Departamento de Zootecnia, que ficou lotado de professores, tanto da ativa como aposentados, servidores, alunos e autoridades.

Fundada em 1918, a Escola de Agronomia nasceu como instituição de ensino superior privada para atender à demanda de formar agrônomos para um Estado com economia ligada à agricultura, mas marcado pela seca e pelo solo cristalino, que não absorve água. Em 1935, a escola passou por processo de estadualização, tendo sido federalizada pelo Ministério da Agricultura em 1950. Foi uma das unidades que passaram a integrar a Universidade Federal do Ceará na sua fundação, em 1954, fazendo parte, atualmente, do Centro de Ciências Agrárias (CCA).

"A implantação de um curso superior de agronomia no Ceará, há cem anos, foi sem dúvida um ato de ousadia", disse o Prof. Henry Campos, reitor da UFC, durante seu discurso. "Entretanto, naquela quadra de chuva generosa de 1918, a semente plantada por Dias da Rocha e seus companheiros estava destinada a vingar, crescer, florescer e gerar frutos abundantes", complementou.

Nos anos 1960, a Escola de Agronomia foi pioneira no processo de internacionalização da UFC ao fechar convênio com a Universidade do Arizona (EUA), responsável pelo início da pesquisa na Universidade.

Imagem: Para o reitor, o papel da Agronomia na fundação da UFC foi “crucial” (Ribamar Neto/UFC)Para o reitor, o papel da Agronomia na fundação da UFC foi "crucial", agregando consistência e lastro científico à empreitada. "Olhar pelo retrovisor da história e flagrar essa trajetória é encorajador porque inspira o caminhar da Universidade e nos anima a, também, dar passos largos na construção de uma instituição de grande porte, orientada pela busca da excelência, inclusão,  inovação e internacionalização", completou o reitor.

"O que de fato se festeja é uma contribuição de 10 décadas ao desenvolvimento do Estado e da região, o início de um ciclo de transformações que impactaria tanto a vida econômica como o ambiente social", destacou o Prof. Francisco de Assis Melo Lima, da comissão organizadora das comemorações do centenário.

Veja outra imagens da cerimônia no Flickr da UFC

Veja lista dos homenageados no evento

Confira a programação dos 100 anos da Escola de Agronomia

HOMENAGEM ESPECIAL – Durante as comemorações, vários professores, servidores, instituições e alunos foram homenageados, mas mereceram destaque especial os professores Renato de Almeida Braga e Prisco Bezerra, ambos ex-diretores da Agronomia. Este último foi diretor daquela unidade por 21 anos. "Podemos dizer que o Prisco foi a alma dessa escola, à qual ele dedicou 47 anos de sua vida", destacou o reitor.

"Notem que, quando Renato Braga estava na ação (na direção da Agronomia), Prisco estava como pró-reitor de Finanças da UFC. E vice-versa: quando Prisco estava na direção, Renato Braga era vice-reitor", destacou o Prof. Luís Carlos Uchoa Saunders, representante dos professores na mesa e ex-reitor da UFC.

Além dos dois diretores, a Agronomia teve destacado papel na administração da Universidade. De lá, surgiram três reitores da Instituição: os professores Antonio de Albuquerque Souza Filho, Roberto Cláudio Frota Bezerra e o próprio Luís Carlos Saunders. Além deles, também vieram da Agronomia três vice-reitores: o próprio Prof. Renato Braga, Raimundo Holanda e Faustino Albuquerque.

Imagem: Memorial da Escola de Agronomia do Ceará foi inaugurado (Foto: Ribamar Neto/UFC)O FUTURO – Neto do Prof. Prisco, o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio Bezerra, destacou o legado da Agronomia. "É celebrar como essa tradição e a história da Agronomia construíram um caminho suave para o futuro e para a modernidade", disse. "É interessante ver como o Centro de Ciências Agrárias se transformou em um exemplo para o País, conseguiu melhorar ao longo do tempo."

O prefeito lembrou que vivemos seis anos de seca no Estado do Ceará. "Imagina se isso tivesse acontecido na década de 1970 ou 1980? Fome, saques, ausência de água para sobrevivência humana. Mas esses seis anos estão sendo enfrentados com mais eficiência, sem fome, uso mais inteligente da água, produção muito mais inteligente mesmo na seca. Isso não é por acaso. Isso está acontecendo porque tem muita ciência, muito conhecimento, muita formação e muita gente exposta a esse conhecimento nesse Estado", lembrou. "Nós devemos isso a muitos de vocês, do passado, presente e futuro", completou.

O reitor também reforçou o papel do Centro de Ciências Agrárias para o futuro do Estado. "O CCA segue a mesma trilha (da história da Agronomia), constantemente se renovando e buscando soluções contemporâneas para velhos desafios, sob o comando firme e a liderança tranquila da Profª Sônia Oliveira", disse. "O centenário marca a retomada de uma trajetória vitoriosa que há de agregar continuamente novas conquistas e assumir protagonismo cada vez maior na construção daquela sociedade justa, pacífica, ética e redentora com que teimamos em sonhar", completou.

Em seu discurso, a diretora do CCA ratificou esse compromisso. "O Centro de Ciências Agrárias reafirma seu inarredável compromisso de se manter permanentemente atento às necessidades de desenvolvimento do Ceará, como tem sido desde sua fundação, e fortalecer seu envolvimento com a missão da Universidade Federal do Ceará, que é transformar conhecimento em produtos, processos e políticas públicas com alto valor agregado, não somente financeiro, mas principal e fundamentalmente de natureza social", disse.

Imagem: Parte do evento ocorreu no Auditório Professor Alzir Barreto, do Departamento de Zootecnia (Foto: Ribamar Neto/UFC)Na segunda parte do evento, após as homenagens, foi inaugurada uma escultura chamada Século, no formato de um algarismo romano que simboliza o primeiro centenário da escola. A obra foi criada pelo artista plástico e arquiteto Pedro Ricardo Silva Bezerra e confeccionada pelo artista executor Ari Josino. Além disso, o Memorial da Escola de Agronomia do Ceará, criado em maio de 2003, foi reaberto ao público após processo de inventário, ações de conservação e reorganização espacial de seu acervo.

MAIS COMEMORAÇÕES – Segundo a diretora do CCA, Profª Sônia Oliveira, a comemoração do centenário da Escola de Agronomia continua nos próximos meses em eventos como a 28ª Semana de Agronomia, realizada de 2 a 5 de maio pelos estudantes do curso.

Nos dias 7 e 8 de junho, ocorre o VI Simpósio de Economia Rural, que tratará de "Políticas públicas e geração de renda no Nordeste rural"; e, em outubro, o I Workshop dos Programas de Pós-Graduação do Centro de Ciências Agrárias da UFC. Para novembro, está programado o lançamento de livro sobre os 100 anos da Escola de Agronomia do Ceará, com capítulos que abordam ensino, pesquisa, extensão, movimento estudantil e interlocução da academia com o setor produtivo.

Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional – fones: 85 3366 7331 e 3366 7938