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Escritora Ana Miranda recebe título de Doutora Honoris Causa da UFC

Imagem: Nascida em Fortaleza, em 1951, Ana Miranda é a segunda mulher a receber a honraria acadêmica (Foto: Ribamar Neto/UFC)O patrimônio literário e histórico brasileiro foi enriquecido com novos capítulos de reconhecimento público ao ofício de narrar e criar universos possíveis com as palavras. Na noite dessa quinta-feira (9), em sessão solene do Conselho Universitário (CONSUNI) no auditório da Reitoria, Ana Maria Nóbrega Miranda se tornou Doutora Honoris Causa da Universidade Federal do Ceará.

Autora de mais de 30 livros, entre romances, biografias, coletâneas de poesia e literatura infantojuvenil, suas obras foram traduzidas para 20 idiomas, conquistando amplo público leitor no Brasil e no exterior.

Nascida em Fortaleza, em 1951, Ana Miranda é a segunda mulher a receber a honraria acadêmica, ao lado da conterrânea e escritora imortal Rachel de Queiroz (1910-2003). A elas se somam grandes personalidades da ciência e das artes na constelação de Doutores Honoris Causa da UFC, como Gilberto Freyre, Albert Sabin, Patativa do Assaré, Jorge Amado, Ariano Suassuna, entre outros.

Veja outras imagens do evento no Flickr da UFC

Imagem: Ana Miranda foi saudada por Angela Gutiérrez, docente do Departamento de Literatura da UFC e vice-presidente da Academia Cearense de Letras (Foto: Ribamar Neto/UFC)SAUDAÇÃO – "Cara amiga e imensa escritora, tão conhecida e amada em sua própria terra, hoje recebe um título de grande honra por seus feitos culturais, artísticos e, sobretudo, literários." Foi assim que, no início da solenidade, Ana Miranda foi saudada por Angela Gutiérrez, docente do Departamento de Literatura da UFC e vice-presidente da Academia Cearense de Letras (ACL).

A Profª Angela apresentou um panorama geral da produção literária da homenageada, cujo romance de estreia, Boca do inferno (1989), recebeu o Prêmio Jabuti de Literatura. No livro, a autora recria a época da Bahia seiscentista, num diálogo entre os escritores Gregório de Matos e Padre Antônio Vieira.

Fruto de intensas pesquisas historiográficas e experimentações de linguagem, as obras de Ana Miranda ressignificam o legado de mestres da literatura nacional, como Gonçalves Dias, José de Alencar, Augusto dos Anjos e Clarice Lispector.

Outras premiações se seguiram na prolífica carreira da escritora, como o Prêmio da Academia Brasileira de Letras e novamente o Jabuti, por Dias e Dias; o Green Prize of the Americas, por Yuxin; o Troféu Sereia de Ouro, pelo conjunto da obra; e a Comenda da Ordem do Mérito Cultural, do Governo Brasileiro, em 2017.

"Ana Miranda realiza, em nossos dias e em nossa literatura, um dos mais consistentes conjuntos de romances históricos sobre o Brasil. Cria romances em que visita a história brasileira do século XVI ao século XX, ambientados em diferentes lugares de criação de brasilidade e de memória do povo brasileiro, nativo ou vindo de outras terras", analisou Angela Gutiérrez.

Imagem: A solenidade ocorreu no auditório da Reitoria (Foto: Ribamar Neto/UFC)EXÍLIO E RETORNO – Em seu discurso, Ana Miranda agradeceu as homenagens recebidas da UFC, em especial por parte do Centro de Humanidades e dos Departamentos de Literatura, de Letras Vernáculas e de Letras Estrangeiras. Para ela, era muito significativo e valioso receber o título de Doutora Honoris Causa em sua cidade natal, de uma Universidade com "tradição humanitária, progressista e de liberdade".

"As palavras são uma monumental criação humana, de grande força poética, social, mágica. E é pela atividade de transformação da palavra em arte, sonho, memória, em força da expressão da mulher e de um povo, que estou aqui nesta noite. A arte, a literatura, a Universidade, a vida, enfim, há de nos conceder este encantamento perpétuo que nos leva adiante em nossas lutas cotidianas", pontuou.

Após ter vivido muitos anos entre Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo e ter sido escritora visitante em universidades na América do Norte e na Europa, Ana Miranda retornou ao Ceará em 2006. Ela confidenciou à plateia que vivia um dos dias mais felizes de sua vida e que o afeto que recebia das pessoas lhe dava forças para continuar a escrever livros, segundo a escritora, uma profissão tão árdua como todas as outras, especialmente no Brasil.

"Durante toda a minha vida, tive a sensação de viver numa espécie de exílio, palavra que se tornou um leitmotiv da minha obra literária, do ponto de vista do sentimento. Exílio, palavra que expressa as questões mais profundas por que passa a humanidade, sentimento misto de amor e desamparo, distância e proximidade, sentimento que, para mim, não se encerra com minha volta às origens, apesar do novo sentimento de pertencer a um lugar e ser recebida com tantas portas abertas", compartilhou.

Imagem: O reitor Henry Campos presidiu a sessão solene (Foto: Ribamar Neto/UFC)CONQUISTAS – O reitor da UFC, Henry Campos, que presidiu a sessão solene da entrega do título, destacou os recentes avanços da Instituição, em áreas como a internacionalização, a inovação tecnológica e a expansão para o interior do Estado. Ao se dirigir à homenageada, o reitor ressaltou que espera, para os próximos anos, "na condição de universidade pública comprometida com a qualidade, galgar novos patamares de excelência e servir cada vez melhor aos cearenses".

Henry Campos anunciou que, na última lista internacional publicada pelo Center for World University Rankings (CWUR), a UFC aparece no rol das mil melhores universidades do planeta. E, dentre as 20 instituições de ensino superior brasileiras, assume a liderança do Norte, Nordeste e Centro-Oeste do País.

"Este é o espaço que reservamos a Ana Miranda, e sabemos o quanto ela vem agregar com seu brilho natural, sua força como mulher, intelectual e cidadã do mundo. Ana reproduz o exemplo daqueles cearenses que se impuseram pelo talento", afirmou o reitor.

Compuseram a mesa da solenidade o ex-reitor da UFC Paulo Elpídio Menezes; o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Antonio Gomes; e a diretora em exercício do Centro de Humanidades, Danyelle Nilin. O evento também contou com a presença do presidente da Associação Brasileira de Bibliófilos, José Augusto Bezerra.

Fontes: Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional da UFC – fone: 85 3366 7331 / Cerimonial da UFC – fone: 85 3366 7313

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