Pele de tilápia será levada ao espaço para testes em projeto da NASA

Imagem: Pessoa segurando pedaço de pele de tilápia nas mãos (Foto: Viktor Braga/UFC)Amostras de pele de tilápia – material biológico que é objeto de uma ampla pesquisa na Universidade Federal do Ceará – serão enviadas ao espaço para a realização de testes. Trata-se de uma ação no âmbito do projeto Cubes in Space (Cubos no Espaço), iniciativa da agência espacial norte-americana, a NASA, em parceria com outras instituições de pesquisa e educação.

O objetivo é analisar como a pele de tilápia se comporta em condições diferentes de pressão atmosférica, radiação e gravidade. "Eles vão levar a pele de tilápia para colocar na estratosfera e, após essa exposição, vamos comparar para verificar se houve alguma alteração na estrutura, (...) se as propriedades da pele se mantêm ou são alteradas", explica o Prof. Odorico de Moraes, coordenador do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM) e das pesquisas com pele de tilápia, ao lado do médico Edmar Maciel, do Instituto de Apoio ao Queimado (IAQ).

Espera-se que esses testes forneçam informações importantes para futuras aplicações da pele de tilápia (como, por exemplo, em próteses internas no corpo humano) e sobre como o material reage às variações do ambiente externo.

A ideia de enviar o material ao espaço partiu do estudante de ensino médio Luis Gabriel de Sales Castillo, de 15 anos – morador da cidade de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro –, que participa pela segunda vez do Cubes in Space, competição global realizada entre jovens de 11 a 18 anos em colaboração com a NASA. O projeto foi iniciado em 2013 e já enviou ao espaço cerca de 700 experimentos de estudantes de mais de 60 países. Os materiais testados viajam em pequenas caixas de quatro centímetros cúbicos (4x4x4cm).

Além da eficácia no tratamento de queimados, a pele de tilápia também tem sido aplicada com êxito em cirurgias ginecológicas. Recentemente, em procedimento inédito no mundo, a pele foi usada na reconstrução vaginal após a redesignação sexual de uma paciente trans.

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