Painel do Colégio de Estudos Avançados da UFC aborda “Modernização e novos conflitos urbanos”

Imagem: Na mesa  do painel, os professores Wellington Aguiar, do Centro Universitário Estácio do Ceará; Roberto Briceño-León, da Universidade Central da Venezuela; e César Barreira (UFC) (Foto: Viktor Braga)O Colégio de Estudos Avançados (CEA) da Universidade Federal do Ceará retomou a série de painéis interdisciplinares do semestre 2019.2 na tarde dessa quinta-feira (10) , no Auditório Antônio Martins Filho, da Reitoria. Com o tema “Modernização e novos conflitos urbanos”, o evento, mediado pelo diretor do colégio, Prof. César Barreira, discutiu aspectos sociológicos da violência e o impacto das tecnologias na sociedade contemporânea.

Os conferencistas convidados foram os professores Roberto Briceño-León, da Universidade Central da Venezuela, e Wellington Aguiar, do Centro Universitário Estácio do Ceará. A cada edição desses painéis, especialistas de diferentes áreas dialogam sobre assuntos presentes na ordem do dia.

O sociólogo Roberto Briceño-León, que também é docente visitante estrangeiro no CEA e no Departamento de Ciências Sociais da UFC, discorreu sobre as origens históricas, econômicas e políticas da modernidade, a partir do desenvolvimento do capitalismo industrial e da democracia burguesa. Ele citou a urbanização desordenada ocorrida na América Latina ao longo do século XX: passou-se de 48 milhões de pessoas vivendo em cidades, em 1950, para mais de 279 milhões de habitantes nos centros urbanos, no ano 2000.

Realidades semelhantes à latino-americana foram observadas nos países do sudeste asiático e da África, o que, segundo o pesquisador, gerou desafios para a infraestrutura e conflitos relativos ao uso dos espaços na cidade e ao acesso a serviços públicos.

“O moderno está associado ao urbano, industrial, à ciência; é progressista em matéria de direitos e costumes. A modernidade é como uma proposta cultural que implicou uma grande mudança na orientação da perspectiva social, uma vez que os pilares das sociedades que olhavam para o passado eram baseados na tradição”, explicou.

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Na sequência do debate, o Prof. Wellington Aguiar trouxe subsídios da tecnologia da informação para pensar os conflitos sociais de forma integrada com a saúde, a educação e a segurança pública. O docente fez referência ao fato de que hoje, no Brasil, há, em média, dois dispositivos móveis por habitante, o que totaliza 450 milhões de smartphones, tablets e computadores pessoais.

Wellington apresentou estudos concluídos e em andamento do seu grupo de pesquisa sobre inteligência artificial e big data, nos quais são utilizadas metodologias de mineração de dados e monitoramento de redes sociais para prevenir fake news e suicídios de jovens.

Outros estudos orientados por ele envolvem a análise quantitativa de roubos e acidentes de trânsito na Grande Fortaleza, assaltos a bancos no interior do Estado, ocorrências de chikungunya, de feminicídios e índices de mortalidade infantil no Ceará.

“A inteligência artificial vai extrair conhecimento e informação de grandes volumes de dados e transformar a inteligência humana em um processo automatizado. Os algoritmos que temos desenvolvido podem facilitar a ação do poder público em determinados problemas, inclusive com casos de predição, para dizer o que vai acontecer amanhã com base em estatísticas e cálculos matemáticos”, definiu.

SAIBA MAIS – Desde junho de 2017, o Colégio de Estudos Avançados da UFC vem realizando os Painéis Interdisciplinares para promover a interdisciplinaridade na reflexão sobre temas contemporâneos e complexos. Outras informações podem ser obtidas no site do CEA e em suas páginas no Facebook e Instagram.

Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional da UFC ‒ fone: (85) 3366 7331