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Protagonistas: conheça 5 pesquisadoras da UFC listadas na plataforma Open Box da Ciência

A plataforma Open Box da Ciência, lançada em fevereiro deste ano, destacou o trabalho de 250 pesquisadoras brasileiras, para reforçar o protagonismo de mulheres na ciência. Entre elas, cinco são da Universidade Federal do Ceará: as professoras Cláudia do Ó Pessoa, Judith Feitosa, Diana Azevedo, Luciana Gonçalves e Gerly Anne Brito.

Elaborada pela Gênero e Número, organização de mídia voltada ao debate sobre equidade de gênero, com apoio do Instituto Serrapilheira, a plataforma selecionou as 250 mulheres com base em dados coletados a partir da Plataforma Lattes; quantidade de artigos publicados em revistas de impacto (qualis A1, A2 e B1); quantidade de premiações recebidas; quantidade de organizações de eventos, congressos, entre outros.

Neste Dia Internacional da Mulher, a UFC apresenta o perfil das cinco cientistas da Instituição presentes na plataforma. Elas são parte de um grupo cada vez maior de mulheres que se destacam no fazer científico de ponta e de qualidade, em meio a um cenário ainda desfavorável e desigual. Conheça as pesquisadoras:

Imagem: Professora Cláudia do Ó Pessoa, do Departamento de Fisiologia e Farmacologia (Foto: Ribamar Neto/UFC)Profª Cláudia do Ó Pessoa
Doutora em Farmacologia pela UFC, com pós-doutorado pela University of British Columbia (Canadá), é professora do Departamento de Fisiologia e Farmacologia e pesquisadora dos Programas de Pós-Graduação em Farmacologia, da UFC, e Biotecnologia, da Rede Nordeste de Biotecnologia (RENORBIO).

Entre suas pesquisas de destaque está a prospecção de moléculas advindas da biodiversidade brasileira com potencial anticâncer e antitumoral. Em um dos estudos, realizado em parceria com a Universidade da Austrália, trabalhou com moléculas extraídas de uma planta e de um fungo.

Foi também finalista da edição de 2019 do prêmio Octavio Frias de Oliveira, promovido pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira, em parceria com o Grupo Folha. A pesquisa finalista se baseava no estudo da substância denominada beta-lapachona, com potencial para tratamento de câncer de próstata, extraída do ipê-roxo, árvore comumente encontrada no Brasil.

A pesquisadora acredita que, apesar do aumento na qualificação profissional em determinadas áreas de atuação, a ocupação das mulheres na ciência ainda é desigual. "O estímulo [à ocupação] da mulher na ciência deverá ocorrer desde a infância, desconstruindo conceitos culturais enraizados, despertando a curiosidade e o interesse pelo conhecimento", defende.

Imagem: Professora Diana Azevedo, do Departamento de Engenharia Química e vice-diretora do Centro de Tecnologia (Foto: Viktor Braga/UFC)Profª Diana Cristina Silva de Azevedo
Atual vice-diretora do Centro de Tecnologia da UFC, é doutora em Engenharia Química pela Universidade do Porto (Portugal) e docente no Departamento de Engenharia Química da UFC, além de ocupar funções de diretoria na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e na Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP).

Na pesquisa, Diana trabalha principalmente com desenvolvimento de adsorventes e separação e purificação de gases. Ela foi a única cientista mulher da UFC à frente da primeira tecnologia da Universidade a receber uma carta-patente, com um sistema inovador de armazenamento e transporte de gás natural na forma adsorvida.

Em um dos artigos escolhidos pela plataforma Open Box da Ciência, a professora trabalha com a separação e purificação da frutose do suco de caju, em uma alternativa de potencial econômico para a indústria de processamento do suco.

"As mulheres chegaram para ficar na ciência. Em algumas áreas, já somos maioria", ressalta Diana, ainda que veja uma escassez dessa presença feminina em esferas hierarquicamente superiores. Como solução, ela defende uma "ação concertada de políticas públicas: desde uma 'educação científico-tecnológica' a partir da primeira infância à disponibilização de serviços que permitam às mulheres conciliar as demandas de uma carreira científica com a vida prática em geral".

Imagem: Professora Gerly Anne Brito, do Departamento de Morfologia (Foto: Arquivo Pessoal)Profª Gerly Anne Brito
Pesquisadora 1B do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Profª Gerly Anne já publicou mais de 200 artigos em periódicos internacionais, tendo sido fundadora e primeira coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Morfofuncionais da UFC.

Doutora em Farmacologia pela UFC, a professora do Departamento de Morfologia atua principalmente na pesquisa da infecção pela bactéria Clostridium difficile, trabalhando com a inflamação do trato gastrointestinal e com o sistema nervoso entérico. Uma das aplicações da pesquisa se deu pela vigilância epidemiológica da bactéria em hospitais cearenses e na geração de cartilha instrutiva para prevenção.

Gerly Anne defende que as mulheres podem procurar em seu interior a força necessária para superar preconceitos e desigualdade de gênero. Um dos segredos, diz, é "acreditar em si mesma e nas outras mulheres". A cientista deixa um estímulo a jovens pesquisadoras: "Leiam muito e depois leiam mais. Tenham atitude crítica em tudo que ouvem ou leem. Não se faz nada sozinha; o trabalho em equipe, a multiplicidade de ideias, as contradições, os resultados inesperados são muitas vezes os fatores mais relevantes. Observe, discuta e trabalhe. Trabalhe muito!", incentiva.

Imagem: Professora Judith Pessoa, do Departamento de Química Orgânica e Inorgânica (Foto: Ribamar Neto/UFC)Profª Judith Pessoa de Andrade Feitosa
Professora titular do Departamento de Química Orgânica e Inorgânica, Judith Feitosa tem dupla graduação pela UFC, em Química Industrial e Engenharia Química, além de doutorado em Química pela Universidade de São Paulo (USP) e estágio pós-doutoral na Universidade Federal de Minas Gerais. No Ceará, a professora é pioneira em pesquisas sobre polímeros, macromoléculas formadas por moléculas menores, tendo fundado o primeiro grupo de pesquisa sobre o tema no Nordeste ainda em 1990.

Com mais de 120 trabalhos científicos publicados, cinco patentes depositadas e dezenas de orientações de dissertações e teses, Judith também coordenou o Programa de Pós-Graduação em Química da UFC por três gestões e foi secretária regional da Sociedade Brasileira de Química por duas vezes.

Em uma de suas pesquisas, já divulgada pela Agência UFC, Judith trabalhou com a produção de hidrogéis superabsorventes de custo reduzido e com maior eficiência na retenção de água e nutrientes no solo. Além disso, a professora é membro do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Materiais Complexos Funcionais (INCT–INOMAT) e foi uma das diretoras do Instituto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação do Ceará (IPDI).

"Mulheres e homens são igualmente importantes para a ciência, tecnologia e inovação do País. A menor participação das mulheres nesse cenário deve-se, muitas vezes, à falta de oportunidade e à discriminação. No mundo do trabalho, o salário de mulheres negras é menor do que o de mulheres brancas, ficando no topo o de homens brancos. Na CT&I, como no geral, deveria prevalecer a meritocracia, na qual compromisso e ética são fundamentais", diz a professora.

Imagem: Professora Luciana Gonçalves, do Departamento de Engenharia Química (Foto: Arquivo Pessoal)Profª Luciana Rocha Barros Gonçalves
Professora titular do Departamento de Engenharia Química na UFC, Luciana Gonçalves tem doutorado na área pela Universidade Federal de São Carlos. Atualmente, coordena projeto de pesquisa voltado à biocatálise para o desenvolvimento de processos industriais em alimentos e fármacos.

Entre seus principais temas de estudo estão lipase, imobilização de enzimas, fermentação submersa, suco de caju e amoxicilina. Nos artigos selecionados pela plataforma Open Box, Luciana trabalha com a síntese de amoxicilina, um dos principais fármacos utilizados no tratamento de infecções bacterianas.

A pesquisadora também aponta que, mesmo com a participação expressiva das mulheres na ciência, ainda há espaços a serem conquistados em posições de maior destaque. "Um passo importante é incentivar meninas e jovens mulheres a atuar na área, mostrar que esse espaço também nos pertence", pontua.

"A diversidade é a melhor maneira de buscar novos conhecimentos, por isso, sejam fortes e 'lutem como uma garota'. Juntas somos fortes e, sendo fortes, ocuparemos os espaços que quisermos", estimula.

Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional da UFC – fone: (85) 3366 7331 / e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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