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Doutora em Ciências Médicas pela UFC é um dos autores de estudo internacional sobre 10 anos de circulação do vírus chikungunya no Brasil

No Ceará, a chikungunya causou mais mortes do que a dengue em uma década. O dado foi divulgado pela pesquisa “Dinâmica espaço-temporal e recorrência do vírus chikungunya no Brasil: um estudo epidemiológico”, lançada neste mês no periódico científico The Lancet Microbes, assinada, ao lado de outros autores, por Shirlene Telmos, egressa do Curso de Farmácia e dos Programas de Pós-Graduação em Saúde Pública (mestrado) e em Ciências Médicas (doutorado), da Universidade Federal do Ceará.

A pesquisa divulga achados sobre os 10 anos de circulação de chikungunya no Brasil e os principais fatores associados à recorrência do vírus e da doença, a partir de dados do Ceará, o Estado mais afetado pela circulação do vírus no Brasil, com 77.418 casos durantes as três principais ondas da doença. O trabalho contou com a colaboração de 26 pesquisadores de diferentes instituições nacionais e internacionais, como Universidade do Texas (UTMB), nos Estados Unidos; Imperial College, no Reino Unido; Universidade de Campinas (UNICAMP); Universidade de São Paulo (USP); Universidade Federal de Roraima (UFR); e Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (LACEN), onde Shirlene Telmos, uma das principais autoras, é responsável pelo setor de Sequenciamento Genético.

Imagem: shirlene telmos durante pesquisa em laboratório

O vírus chikungunya (CHIKV) é transmitido principalmente para humanos por mosquitos da espécie Aedes aegypti e Aedes albopictus. Durante os últimos 20 anos, foram relatados mais de 10 milhões de casos em mais de 125 países ou territórios e estima-se que 1,3 bilhão de pessoas vivem em áreas de risco para transmissão do CHIKV. Atualmente não há vacinas licenciadas ou medicamentos antivirais para tratar a doença.

“Estamos num momento epidemiológico importante para conversar sobre chikungunya e outros arbovírus, já que esses agentes estão circulando bastante atualmente”, explica a pesquisadora. O estudo indica que, em 2023, o número de casos de chikungunya no Brasil mais que dobrou nos primeiros meses em relação ao mesmo período do ano passado e que as mulheres são desproporcionalmente as mais afetadas pelo vírus.

Os dados também mostram que, de 2013 a 2023, sete ondas epidêmicas da doença afetaram 59,5% dos municípios do Brasil, país que apresenta o maior número de casos nas Américas, com mais de 1,2 milhão. A pesquisa completa pode ser acessada no site da revista The Lancet Microbes.

Ex-aluna da Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem (FFOE) e da Faculdade de Medicina (FAMED) da UFC, Shirlene Telmos foi responsável, durante pesquisa doutoral, pelo estudo "Resultado fatal da infecção pelo vírus chikungunya no Brasil", orientada pelo Prof. Fábio Miyajima, do PPG em Ciências Médicas da UFC, com coorientação do Prof. Luciano Pamplona, do PPG em Saúde Pública da UFC. O artigo, publicado na Clinical Infectious Diseases, revista editada pela Universidade de Oxford e um dos principais periódicos do mundo na área de ciências médicas, mostrou relação entre vírus chikungunya e infecções no sistema nervoso central. 

A cientista destaca a importância da Universidade para sua carreira na ciência: “Grande parte do meu conhecimento científico devo a essa instituição de ensino, que sempre desempenhou seu papel de formar pesquisadores com pensamentos críticos e voltados para o bem comum da sociedade”.

Fonte: Shirlene Telmos, doutora em Ciências Médicas pela Faculdade de Medicina da UFC – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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