Estudantes de Medicina e de SMD desenvolvem aplicativo com orientações sobre acidentes infantis

Anualmente, 1 milhão de crianças morrem em todo o mundo por causas acidentais, de acordo com a Safe Kids Worldwide, entidade global sem fins lucrativos que atua na prevenção de lesões na infância. No Brasil, segundo dados da organização Criança Segura, os acidentes são a principal causa de morte de crianças de 1 a 14 anos, vitimando mais de 3 mil pequenos brasileiros a cada ano e levando outros 112 mil a internamentos em estado grave na rede pública de saúde, o equivalente a 12 crianças hospitalizadas por hora. Atentos a essa problemática, estudantes dos cursos de Medicina e de Sistemas e Mídias Digitais (SMD) da Universidade Federal do Ceará desenvolveram um aplicativo com orientações em casos de emergências pediátricas.

Imagem: tela do aplicativo

Disponível gratuitamente para download na Google Play, o aplicativo Emergências Pediátricas conta com informações de como proceder em casos de parada cardiorrespiratória, engasgo e sufocamento, queimadura, queda, choque elétrico e afogamentos sofridos por crianças, essa última a principal causa de mortes nessa faixa etária nas regiões Norte e Nordeste.

Explica José Roberto Francilino, acadêmico do 8º semestre em Medicina, que a inspiração para o aplicativo veio a partir de sua prática no Programa de Educação em Reanimação Cardiorrespiratória (PERC), projeto de extensão da Faculdade de Medicina do qual faz parte. "A ideia surgiu da experiência em ministrar treinamentos para o público leigo, pois neles sempre percebemos o quanto pais e cuidadores de crianças se interessavam pelo assunto. Sabemos que acidentes na infância são muito comuns e que ainda existe relativo desconhecimento da população acerca da temática. Dessa forma, gostaríamos de deixar algo para essas pessoas que pudesse servir de consulta, além de alcançar um público mais amplo, principalmente nesse período de pandemia em que nossas atividades foram interrompidas".

Com o aplicativo em mente, Roberto viu a possibilidade de concretização a partir de uma chamada de parcerias do Curso de Sistemas e Mídias Digitais, que convocava interessados em adquirir gratuitamente um recurso digital interativo. Com o projeto inscrito e aprovado, cinco estudantes de SMD e sete de Medicina iniciaram o desenvolvimento do aplicativo. A orientação científica coube à Profª Virna Costa e Silva, pediatra e docente da Faculdade de Medicina (FAMED).

Lucas Queiroz, estudante do 5º semestre de SMD integrou a equipe criadora da ferramenta como programador. O jovem comenta que o aplicativo levou um semestre para ficar pronto, desde a concepção inicial, passando por testes de interface, até o desenvolvimento. "No geral, foi um projeto muito enriquecedor, que só foi possível graças ao empenho de todos os envolvidos. Durante todo o processo tomamos cuidado para fazer vários testes e coletar feedbacks com usuários dentro do público-alvo, a fim de corrigir dificuldades de uso no aplicativo. Além disso, tivemos feedbacks de pessoas próximas que acharam uma iniciativa sensacional, o que foi bastante motivador", afirma.

Lançado no fim de maio, até o momento o aplicativo conta com mais de 100 downloads e a perspectiva é que mais interessados passem a usar a ferramenta em seus celulares. "Recebemos um feedback muito positivo de quem utilizou o aplicativo. Ao buscar 'emergências pediátricas' na Google Play é a primeira aplicação sugerida", comemora José Roberto Francilino.

Ouça notícia produzida pela rádio Universitária FM sobre o assunto

SAIBA MAIS – Criado em 1996, o Programa de Educação em Reanimação Cardiorrespiratória (PERC) atua na disseminação do conhecimento científico acerca de suporte básico de vida, primeiros socorros e emergência para acadêmicos, profissionais da saúde e leigos. Em 2019, deu origem ao Programa de Educação em Reanimação Cardiorrespiratória Pediátrico (PERC PED), com o intuito de ampliar as atividades e com enfoque na área pediátrica. Mais informações podem ser obtidas no site do PERC ou no perfil da iniciativa no Instagram.

Fontes: José Roberto Francilino e Lucas Queiroz, desenvolvedores do aplicativo Emergências Pediátricas – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.