Casa de José de Alencar realiza sua primeira exposição virtual: "Arte Popular do Museu Arthur Ramos"

Um dos mais importantes equipamentos culturais da Universidade Federal do Ceará, a Casa de José de Alencar (CJA) comemora 40 anos da incorporação do rico acervo de coleções que pertenceram ao antigo Museu do Instituto de Antropologia da Universidade do Ceará (IAUC), como era denominada a UFC na época de sua fundação. Para divulgar essas peças, algumas desconhecidas do grande público, a CJA realizará uma série de exposições virtuais.

A primeira apresentará parte da Coleção de Arte Popular de seu Museu Artur Ramos, salvaguardada na reserva técnica da instituição. Ficará em cartaz até 3 de agosto, nos perfis das redes sociais da casa: Facebook  e Instagram.

Imagem: A coleção extremamente valiosa de arte popular nordestina foi exposta pela última vez há mais de 40 anos (Imagem: Divulgação)

A mostra compõe-se de 60 peças em barro, madeira e tecido, divididas em três áreas: brinquedos, utensílios e imagens religiosas. Cada dia serão postadas duas delas, sendo apresentadas sob todos os ângulos e com informações para os visitantes virtuais. A maioria das peças foi coletada nas décadas de 1950 e 1960, em diferentes regiões do Estado, pela equipe do então IAUC.

Essa primeira exposição virtual da CJA tem a curadoria coletiva das museólogas Márcia Pereira de Oliveira (CJA) e Joseane Vieira, do Memorial da UFC; dos bolsistas Jeferson de Castro Silva e Jacktânia Karolayne de Carvalho Costa (Curso de História da UFC) e do diretor da CJA, Frederico Pontes. A exposição conta com o apoio da Secretaria da Cultura Artística (SECULT-ARTE), através do programa bolsa-arte, e do Memorial da UFC.

O diretor Frederico Pontes reforça a importância dessa primeira exposição virtual da CJA "porque levará ao grande público uma coleção extremamente valiosa de arte popular nordestina que foi exposta pela última vez há mais de 40 anos, pois o acervo do Museu do Instituto de Antropologia chegou à casa, em 1981, e desde então esse material ficou salvaguardado em nossa reserva técnica".

Ele adianta ainda que, para o segundo semestre, já está sendo organizada uma nova exposição virtual. Será com peças de arqueologia.

Ouça também notícia da rádio Universitária FM sobre a exposição

SAIBA MAIS – De acordo com o material de divulgação preparado pela curadoria, além dessas peças de arte popular, a CJA recebeu do Museu do Instituto de Antropologia, em 1981, acervos das coleções Luíza Ramos, Rendas do Ceará, Arqueologia e Pré-História, Sincretismo Religioso e Coleção Benevides.

"A história desses valiosos acervos museológicos se confunde com a história da institucionalização da antropologia no Estado do Ceará. No âmbito acadêmico, essa trajetória se inicia em 1957, logo posteriormente à instalação da Universidade do Ceará, com a criação do Serviço de Antropologia da Universidade do Ceará (SAUC). O projeto do SAUC foi elaborado por Thomaz Pompeu Sobrinho a pedido do então reitor, professor Antônio Martins Filho", explica a curadoria.

Diz ainda que o Serviço de Antropologia promovia cursos profissionais, o que se configurou a "primeira tentativa formal de criar e consolidar um novo 'campo' científico no Ceará". Por seu bom desempenho, o serviço se transformou no Instituto de Antropologia em 1958, o qual criou sua unidade museológica.

"O Museu do Instituto, mesmo sem a definição de um nome, foi aos poucos se formando pela aquisição de coleções, pelos objetos trazidos das pesquisas de campo e pela doação de particulares. A constituição de um museu próprio se manteve alinhada aos interesses iniciais de formação no campo da antropologia e desenvolvimento das pesquisas antropológicas no e sobre o Nordeste", completa a curadoria no relato.

Fonte: Frederico Pontes, diretor da Casa de José de Alencar – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.