Casa Amarela retoma gradualmente atividades presenciais e inicia gravações do documentário "Memórias da chuva"

Com os avanços na contenção da pandemia de covid-19 no Ceará, a Casa Amarela Eusélio Oliveira (CAEO), equipamento cultural da Universidade Federal do Ceará, retorna gradualmente às atividades presenciais. No dia 12 de julho, foram retomadas as gravações do documentário Memórias da chuva, dirigido por Wolney Oliveira, cineasta e diretor da CAEO. A produção resgata a história e os impactos da construção dos açudes Orós (1960-1961) e Castanhão (1995-2002), este último considerado o maior da América Latina.

Imagem: equipe de produção do documentário "Memórias da Chuva"

Ambos construídos no leito do rio Jaguaribe, os açudes retratados foram pensados, como reservas hídricas, para solucionar o problema da escassez de água no sertão cearense. "Suas águas são usadas ainda na agricultura irrigada e na piscicultura esportiva e de subsistência. O foco do documentário, no entanto, está no relato dos ex-habitantes dos vilarejos que foram varridos do mapa para dar lugar a esses açudes: Conceição do Buraco, hoje Guassussê, Boqueirão do Cunha e Jaguaribara, hoje Nova Jaguaribara", explica o diretor Wolney Oliveira.

Memórias da chuva é um dos projetos contemplados com a Lei Aldir Blanc, via Edital de Apoio ao Audiovisual Cearense da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (SECULT), e conta com o apoio institucional da Universidade Federal do Ceará, por meio da Casa Amarela. Devido aos riscos causados pela pandemia, a produção do documentário foi paralisada e as filmagens só puderam começar cerca de seis meses após o planejado, no mês de julho.

"Com o prazo final chegando, estamos correndo contra o tempo. Apesar da diminuição dos números da pandemia, isso ainda pesa na condução dos trabalhos. Além da preocupação com a equipe, temos o temor pelas pessoas que serão entrevistadas. Por isso, iniciamos as filmagens seguindo todas as recomendações e medidas de proteção sanitária. A equipe foi testada antes do início das gravações e continuará a ser testada regularmente. Todos usam EPIs, providenciamos a sanitização dos carros e dos quartos de hotel em que iremos ficar, e o tempo que as filmagens foram adiadas foi suficiente para que os entrevistados tomassem a segunda dose da vacina", enfatiza Wolney Oliveira.

Imagem: Gravação do documentário Memórias da Chuva

Além da produção do documentário, os atendimentos presenciais estão sendo retomados por funcionários em escala de revezamento. "Alguns funcionários ainda estão resguardados em seus domicílios, amparados legalmente para o trabalho remoto, mas estão de prontidão para o momento em que a administração superior sinalize a volta presencial de todos", declara o diretor. A previsão é que o tradicional Curso Básico de Fotografia seja retomado em setembro, no formato virtual, para atender 50 alunos de qualquer lugar do País.

CASA AMARELA – Inaugurada em 17 de junho de 1971, a Casa Amarela Eusélio Oliveira é um equipamento cultural da UFC, vinculado à Secretaria de Cultura Artística (SECULT-ARTE) da Universidade. Localizada no Campus do Benfica, a CAEO conta com o Cine Benjamin Abrahão, salas de aula e ilha de edição, além do Núcleo de Cinema de Animação (NUCA).

Desde sua fundação, a CAEO oferece cursos nas áreas de fotografia, de cinema e de cinema de animação e, há 30 anos, apoia institucionalmente o Cine Ceará – Festival Ibero-Americano de Cinema. O festival começou como Vídeo Mostra Fortaleza, evento local idealizado pelo professor e cineasta Eusélio Oliveira, em 1991, e é reconhecido nacional e internacionalmente como um dos principais festivais de cinema do Brasil.

Fonte: Wolney Oliveira, diretor da Casa Amarela Eusélio Oliveira da UFC – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.