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Visitas multiprofissionais beneficiam recuperação de pacientes nas UTIs do Complexo Hospitalar

A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é um setor desafiador nos hospitais porque recebe pacientes em estado grave de saúde e que necessitam de acompanhamento constante. Neste sentido, a Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (MEAC) e o Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), do Complexo Hospitalar da UFC/EBSERH, têm desenvolvido a metodologia de visitas multiprofissionais diárias nas UTIs com, pelo menos, 12 categorias profissionais envolvidas. Esses especialistas reúnem-se para adotar as melhores estratégias de recuperação, unindo diferentes áreas e promovendo mais humanização, segurança e bem-estar para o paciente e para a família.

Imagem: profissionais em área de UTI

O médico intensivista do HUWC Alberto Hil Furtado explica que essa prática valoriza diferentes áreas do conhecimento e favorece o tratamento dos enfermos. "Os profissionais são tão ou mais importantes que os aparelhos. O que temos feito é promover esse cuidado através da inter-relação das áreas da saúde", destacou. A médica intensivista Stephanie Wilkes, responsável técnica dos médicos da UTI Materna, na MEAC, reforça que as visitas possibilitam a compreensão do paciente como um todo e, ao reunir as especialidades, consegue-se pensar em intervenções conjuntas. Neste sentido, concorda Piedade Albuquerque, enfermeira intensivista e chefe da UTI, afirmando que a resolutividade é mais ágil e eficiente. "Com essas visitas, nós conseguimos intervir mais rápido, diminuir riscos de infecção e dias de ventilação, porque estamos sempre monitorando e observando todos os diversos sinais de cada indivíduo internado", ressaltou.

As visitas multiprofissionais do HUWC e da MEAC envolvem médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas, farmacêuticos, fonoaudiólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, odontólogos e assistentes administrativos. Além destes, residentes também podem participar. A enfermeira intensivista do HUWC Daniely Costa relata que essa integração permite desenvolver competências profissionais. Sandra Damasceno, coordenadora da equipe de Fisioterapia da UTI Materna, concorda e afirma que todos têm espaço para apresentar sugestões e a comunicação entre a equipe favorece um alinhamento de conduta para o paciente.

Imagem: profissionais em área de UTI

Francisco Lopes, de 37 anos, foi um dos beneficiados por essa metodologia. Ele precisou ficar na UTI do HUWC em decorrência de complicações da covid-19 em abril de 2021, permanecendo cerca de dois meses em tratamento intensivo. Com 75% dos pulmões comprometidos, parada cardíaca de seis minutos, trombo na artéria e, logo depois, uma infecção bacteriana, sua situação exigia a força-tarefa da equipe que conseguiu auxiliá-lo até a recuperação, com destaque para a atuação farmacêutica de orientação quanto às interações medicamentosas, da fisioterapia para ventilação dos pulmões e, posteriormente, na reabilitação junto à fonoaudiologia e terapia ocupacional no processo de reaprender a deglutir, falar e fortalecer as habilidades motoras.

A metodologia multiprofissional da UTI também envolve a relação com a família, afinal, afirma o médico intensivista Alberto Hil, a tomada de decisão é compartilhada com os familiares. "O doente que está ali é sempre o amor de alguém e nós respeitamos isso. Quando recebemos um paciente na UTI, a família se preocupa bastante e, para acolher esses familiares, nós temos os psicólogos neste contato mais direto", explicou. Para tanto, a psicóloga Rachel Câmara conta que investigar os vínculos familiares e afetivos é fundamental. "Fazemos uma escuta clínica a fim de avaliar o estado emocional, a compreensão sobre o quadro clínico, os recursos de enfrentamento diante da situação, rede de relações e rede de apoio. Desse modo, lançamos um olhar para o sujeito e não somente para a doença, o que contribui para um cuidado voltado para a singularidade de cada história", explicou

Essa proximidade familiar é feita, muitas vezes, através do contato com os parentes, aproximando-os através de mensagens pelo celular, recurso utilizado nas UTIs dos dois hospitais. Francisco Lopes contou que, enquanto esteve internado, a esposa recebia informações dele através de ligações ou mensagens por celular feitas pela equipe. Seu sentimento foi de acolhimento e, conforme relatou, sentiu isso de forma ainda mais expressiva quando acordou, após a retirada da ventilação mecânica (extubação). “Eu me recordo quando estava acordando, depois de sair da entubação, todos começaram a bater palmas. A enfermeira disse para mim que estavam festejando porque eu tinha acordado. Isso eu nunca vou esquecer".

Fonte: Unidade de Comunicação Social do Complexo Hospitalar da UFC/EBSERH – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. / fone: (85) 3366 8577

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