- Quarta, 21 Mai 2025 10:38
- Escrito por UFC Informa
Aplicada por atletas como o jogador Cristiano Ronaldo para acelerar a recuperação muscular após os treinos intensos, a luz vermelha já é amplamente usada em clínicas especializadas no tratamento de dores crônicas, de doenças degenerativas e na cicatrização. Contudo, por lacunas ainda existentes no entendimento desse mecanismo, o método ainda gera ceticismo na área médica.
No intuito de esclarecer as principais dúvidas sobre o assunto, pesquisadores da Universidade Federal do Ceará realizaram uma análise pioneira deste tipo de tratamento e confirmaram que ele, de fato, pode gerar efeitos benéficos ao corpo. Para além disso, os cientistas chegaram a uma conclusão inédita: células diferentes respondem distintamente à luz vermelha. O achado pode abrir caminho para intervenções terapêuticas mais precisas nesse campo.
Chamada de fotobiomodulação, a terapia emprega luz de baixa intensidade para tratar várias condições médicas. O estudo realizado na UFC teve abordagem integrada e inovadora da terapia, na intenção de compreender melhor os mecanismos biofísicos e bioquímicos da fotobiomodulação, em uma parceria entre os departamentos de Física, de Bioquímica e Biologia Molecular, de Biologia e de Fisiologia e Farmacologia.
Os pesquisadores estudaram três linhas celulares, localizadas em diferentes profundidades do organismo: os queratinócitos, que ficam da superfície da pele; os fibroblastos, que se encontram em tecidos conjuntivos como ligamentos e tendões localizados em profundidades intermediárias; e os osteoblastos, que estão na superfície óssea, portanto em locais mais profundos.
“Descobrimos, por exemplo, que fibroblastos aumentam sua mobilidade e flexibilidade, importante para cicatrização; queratinócitos aumentam a rigidez sob certas condições, fortalecendo a barreira protetora da pele; e osteoblastos mostraram pouca resposta biomecânica, coerente com seu papel estrutural”, complementa o professor Jeanlex de Sousa, do Departamento de Física e um dos responsáveis pela pesquisa.
Com isso, o estudo revelou que a terapia com luz vermelha precisa ser ajustada ao tipo celular e à função do tecido. Segundo o professor Jeanlex de Sousa, é possível, por exemplo, ajustar intensidade e duração da exposição à luz vermelha para acelerar cicatrização, melhorar elasticidade de tecidos conjuntivos ou fortalecer barreiras da pele, aumentando significativamente a eficácia clínica das terapias baseadas em luz.
Essas terapias podem ser aplicadas em tratamentos de feridas crônicas, queimaduras, cicatrização pós-operatória, regeneração óssea e até doenças degenerativas.
O assunto é tema de reportagem da Agência UFC, veículo de divulgação científica da universidade. A matéria completa traz informações mais detalhadas sobre como foi feita a pesquisa e quais os potenciais ganhos com as descobertas alcançadas.
Fontes: Jeanlex Soares de Sousa, professor do Departamento de Física - e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. / Pesquisador Antônio Vinnie Silva - e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.