Pesquisadora da UFC é destaque em periódico internacional com artigo sobre desafios para conservação de moluscos marinhos

A pesquisadora e servidora técnico-administrativa Cristiane Xerez Barroso foi destaque na edição de maio da revista Aquatic Sciences como autora principal de artigo sobre conservação de moluscos marinhos no Atlântico Sul Ocidental. Com o título Threats and challenges for the conservation of marine molluscs in the southwestern Atlantic, o estudo é resultado do esforço conjunto de 35 pesquisadores atuantes em 27 diferentes instituições e laboratórios do Brasil, do Uruguai e da Argentina. 

Imagem: Mulher segura concha em laboratório

Cristiane Barroso é bióloga, doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Marinhas Tropicais da Universidade Federal do Ceará e, atualmente, é responsável técnica das coleções científicas e didática de invertebrados marinhos presentes no Laboratório de Invertebrados Marinhos do Ceará e no Laboratório Didático de Zoologia, ambos no Departamento de Biologia da UFC. 

Além de Cristiane Barroso, outras duas pesquisadoras de instituições cearenses integraram os estudos: as professoras Helena Matthews-Cascon, do Departamento de Biologia da UFC, e Rafaela Camargo Maia, do Instituto Federal do Ceará (IFCE), campus Acaraú. 

DIAGNÓSTICO - Segundo grupo de animais com mais espécies na natureza, os moluscos são componentes cruciais da fauna marinha. Além de ocuparem  diferentes funções ecológicas, possuem importância socioeconômica, sendo fonte de alimento e recursos financeiros para comunidades costeiras tradicionais, bem como para a indústria pesqueira. Calcula-se que existam mais de 2,5 mil espécies de moluscos marinhos no Brasil, cerca de 860 na Argentina e mais de 500 no Uruguai. 

A pesquisa constatou que, apesar da relevância, os moluscos sofrem diversas ameaças no Atlântico Sul Ocidental, como degradação de seus habitats, poluição - por microplásticos, por exemplo -  sobre-exploração de recursos pesqueiros,  aumento da temperatura e dos níveis do mar e a acidificação oceânica. Outro destaque dos cientistas foi acerca dos desafios a serem superados para conservação desse grupo de animais marinhos. 

“Um dos principais desafios é aumentar os investimentos em pesquisas com moluscos marinhos, incluindo contratação de profissionais especializados e melhoria na infraestrutura, em um cenário amplo de desinvestimento na área educacional. Além disso, é necessário  fortalecer a gestão e a governança para a conservação de ecossistemas, incluindo o controle da poluição marinha e da introdução de espécies não nativas, e aprimorar medidas de manejo e a legislação que regulamenta a pesca de moluscos”, comenta Cristiane Barroso.

Imagem: Imagem de polvo no fundo de mar

Enfatiza ainda a autora que outras medidas necessárias são do âmbito da educação ambiental, com apresentação às comunidades sobre o papel dos moluscos na natureza, e o incentivo a projetos que envolvam ciência cidadã.

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL - A pesquisa, cujas articulações tiveram início em 2023,  se alinha com as premissas da “Década da Ciência Oceânica para o desenvolvimento Sustentável” (2021-2030) e com o  14º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) - “Vida Abaixo da Água”, ambos designados pela Organização das Nações Unidas (ONU), ao reconhecer a importância dos ecossistemas marinhos para o equilíbrio do planeta e a necessidade de investigá-los e conservá-los. O texto completo do artigo pode ser acessado no revista Aquatic Sciences .  

Fonte: Cristiane Barroso, do Departamento de Biologia da UFC - e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.