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UFC anuncia empresa que irá produzir a pele liofilizada de tilápia para uso em medicina regenerativa

A Universidade Federal do Ceará (UFC) anuncia o Grupo Biotec como ganhador do edital que regulariza a exploração, sob licença exclusiva, da tecnologia que hoje constitui um de seus principais ativos: produção da pele da tilápia liofilizada como curativo no tratamento de lesões em humanos e animais.

Formado por quatro unidades empresariais – uma em Manaus (AM), uma em Fortaleza (CE), a sede em São José dos Campos (SP) e uma em Miami (Flórida, EUA) – o grupo formará um consórcio entre as unidades de Manaus e São José dos Campos para empreender toda a logística de fabricação e venda do curativo. O objetivo é que a pele de tilápia liofilizada possa ser fornecida em kits para a rede do Sistema Único de Saúde (SUS), que atende 80% dos casos de queimaduras no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. Também caberá ao consórcio obter aprovação regulatória do produto na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Imagem: jovem homem vestindo avental de laboratório descartável, luvas, touca, máscara e óculos posa para a câmera segurando um pedaço de pele de peixe com as duas mãos. Logo atrás dele, outro rapaz e uma jovem mulher a aparecem vestindo as mesmas peças e trabalhando com a pele de peixe na bancada do laboratório, manuseando bisturis. Na bancada, aparecem vasilhas de aço inox

Fruto de uma pesquisa de 10 anos desenvolvida na UFC, a tecnologia da pele da tilápia liofilizada para uso em lesões obteve patente em 2024, concedida pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). O passo seguinte foi lançar a oferta pública de licenciamento, com o objetivo de garantir a fabricação do biomaterial em larga escala e sua utilização no tratamento de milhares de pessoas.

O edital, publicado em janeiro deste ano, estabeleceu critérios que garantiram tanto a lisura e a transparência da seleção quanto a melhor escolha para a universidade. Entre as exigências, a empresa deveria dispor de uma equipe técnica envolvida em pesquisa e inovação, apresentar um modelo de negócios e uma proposta de percentual de royalties. Todo o processo foi realizado e acompanhado pela Pró-reitoria de Inovação e Relações Interinstitucionais da UFC (Prointer). Com a publicação do resultado, a etapa seguinte inclui os trâmites de contratação da empresa

SAIBA MAIS – Os estudos sobre o uso da pele da tilápia na medicina regenerativa foram iniciados em fevereiro de 2015 por pesquisadores da UFC e pelo médico cirurgião Edmar Maciel, presidente do Instituto de Apoio ao Queimado (IAQ), ex-diretor da Unidade de Queimados do Instituto Doutor José Frota (IJF) e coordenador-geral da pesquisa. Desde o início, o trabalho foi realizado no Núcleo de Pesquisas e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM), coordenado pelo professor Manoel Odorico de Moraes Filho. 

No total, 380 pesquisadores estão ou estiveram envolvidos nos estudos de desenvolvimento de novos produtos com a pele da tilápia, espalhados por nove países, como Colômbia, Argentina, Guatemala, Estados Unidos, Alemanha e Holanda. Toda essa rede, que já soma 101 projetos de pesquisa, segue sob a coordenação de Edmar Maciel.

Além dele, também são inventores a professora Maria Elisabete Amaral de Moraes, o professor Carlos Roberto Koscky Paier e o professor Felipe Augusto Rocha Rodrigues, atualmente no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE). Além da pele liofilizada, foram desenvolvidos a pele no glicerol, a matriz acelular e o colágeno purificado de pele de tilápia, para os quais existem ou foram solicitadas patentes no Brasil e no exterior.

Fonte: Pró-reitoria de Inovação e Relações Interinstitucionais da UFC (Prointer) – Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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