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Estudantes do Campus de Quixadá são premiados por solução que utiliza inteligência artificial em atendimento médico

Alunos do curso de Engenharia de Computação do Campus de Quixadá da Universidade Federal do Ceará (UFC) conquistaram o segundo lugar na maratona tecnológica Ideathon da Saúde, que aconteceu entre maio e junho deste ano no Nordeste ON (NEON) 2025, principal evento de inovação e empreendedorismo do Nordeste. Marcos Antonio Vieira  e Guilherme Barros garantiram premiação de R$ 3 mil com o projeto Sinais uma solução baseada em inteligência artificial projetada para otimizar processos e enfrentar desafios críticos na área da saúde.

Voltado para clínicas e consultórios, a Sinais é uma plataforma de gestão de atendimento que oferece recursos como armazenamento e acesso a exames e laudos; sala de chat para profissionais de saúde; ferramenta para articular intervenções (um médico pode, por exemplo, fazer encaminhamentos ou laudar exames pela plataforma); acompanhamento e atualização de dados como número de consultas ou cirurgias realizadas por um médico; e sugestão de diagnóstico e laudo prévio por inteligência artificial, sendo esse o grande diferencial da solução.

 Imagem: quatro pessoas estão em pé sobre um palco azul iluminado, posando para foto. À esquerda, está um homem de terno azul-marinho, camisa clara e crachá pendurado no pescoço. Ao seu lado, uma mulher veste roupa branca sem mangas e sandálias. Os dois homens seguintes também usam roupas claras, com crachás, e um deles carrega uma mochila. Ao fundo, há placas com as palavras “Loja Sebrae” e “Sebrae NE”, além de um telão com os dizeres “Ideathon da Saúde HU e UFPI — R$ 3.000, 2º colocado”. O ambiente tem iluminação colorida e clima festivo.

“A IA (modelo de machine learning) dá um laudo prévio do paciente a partir da sua triagem básica. Para a competição, por conta do tempo curto, escolhemos implementar nossa IA com foco em eletrocardiogramas, utilizando exames reais de bancos de dados públicos americanos. No final deu certo, a IA obteve taxa de acerto de 98% para cinco tipos de doenças cardiovasculares”, detalha Guilherme Barros. 

Sobre a preocupação de envolver o uso de inteligência artificial em tarefas tão delicadas quanto a elaboração de um diagnóstico, o estudante garante que ela constitui apenas uma parte do processo, uma ferramenta para otimizar o trabalho humano. “Nossa equipe não acredita na substituição total do profissional médico. Haverá sempre a necessidade de uma supervisão humana, uma vez que decisões racionais nem sempre serão ‘lógicas’. A inteligência artificial funciona apenas como um instrumento de apoio para melhorar a qualidade de vida e o trabalho dos médicos”, pontua Guilherme.

Segundo o estudante, o foco é facilitar a entrega de decisões e resultados. “A plataforma analisa, organiza e prioriza os casos conforme seu risco. Tudo isso em uma interface simples e direta, pensando no profissional que já vive sobrecarregado. Médicos conseguem interagir entre si com as funcionalidades de 'chamada externa', para o laudo de exames à distância, e do 'chat geral', que organiza as conversas entre profissionais que atuam na mesma unidade – em vez dos grupos perdidos no WhatsApp. Tudo isso em conjunto com uma IA que ajuda na aceleração de um diagnóstico que pode salvar vidas”, resume.

Inovação com soluções reais – Orientado pelo professor Wesley Sabino, mestre em Tecnologia e Inovação (UFRN) e professor de Administração e Sistemas de Informação no Campus da UFC em Quixadá, o projeto Sinais se destacou ao longo da maratona entre dezenas de outras, por seu potencial de impacto. 

"Este prêmio materializa o verdadeiro propósito da universidade pública: transformar conhecimento em soluções de impacto para a sociedade. A performance do Marcos e do Guilherme demonstra não apenas sua excelência técnica, mas também uma atitude proativa e empreendedora que vai além da sala de aula. É a prova de que estamos formando talentos prontos para liderar a inovação no país", avalia Sabino.

"Aplicar o conhecimento e criatividade em um desafio real da saúde já é gratificante. Mas ver nosso esforço validado por instituições de outro estado e fazer um networking tão valioso com diretores de inovação, investidores e outras pessoas que respiram tecnologia no NEON é o que realmente acelera nosso desenvolvimento", comenta Guilherme.

Interinstitucionalidade, aliás, era não apenas um objetivo da maratona, mas um requisito do edital. Embora realizado pela UFPI e pelo seu Hospital Universitário, o Ideathon da Saúde foi aberto a participantes de outros estados – desde que contassem, em suas equipes, com pelo menos um integrante vinculado a alguma instituição de ensino superior (IES) do Piauí, especificamente em cursos da área da saúde. A equipe da UFC Quixadá foi reforçada pela participação da estudante Eduarda Rocha, aluna de Nutrição na UFPI e de Medicina na Faculdade de Medicina da Pitágoras em Codó (MA).

A conquista do prêmio na competição reafirma a posição do Campus de Quixadá como um ecossistema de inovação e um centro de excelência em tecnologia. A formação sólida em cursos como Engenharia de Computação prepara os estudantes não apenas para o mercado de trabalho, mas para serem agentes de transformação, transformando a região em um polo estratégico para o Ceará.

Fonte: Campus de Quixadá – tel.: (88) 3411.9410 (secretaria acadêmica)

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