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Congresso sobre ruído ambiental urbano prossegue até sexta-feira

"O efeito do ruído é semelhante a comer gordura". O alerta é de Fernando Pimentel de Souza, pós-doutor em Neurofisiologia, mestre em Fisiologia, doutor em Psicofarmacologia e especialista em Sons e Poluição Sonora. Ele é um dos convidados do I Congresso Nacional Multidisciplinar de Ruído Ambiental Urbano e Ruído Aéreo, aberto terça-feira (11) no Auditório Celina Queiroz, em Fortaleza, numa promoção conjunta da Unifor e UFC.

Na realidade, a Organização Mundial de Saúde, desde 1989, considera os efeitos cumulativos dos ruídos como problema de saúde pública. Mas, somente este ano, um grupo de pesquisadores preocupados com a temática se reuniu no Ceará para discuti-la, tentando apontar soluções.

Dada a complexidade do tema, que envolve diferentes áreas do conhecimento, não bastam apenas as leis para solucioná-lo. O caráter multidisciplinar do encontro proporciona os diferentes olhares dos especialistas em busca de uma saída coletiva. Segundo a presidente do congresso, Profa. Mary Lúcia Correia, geógrafa, advogada e coordenadora da pós-graduação em Direito Ambiental da Unifor, será elaborada, ao final dos trabalhos, uma carta a ser encaminhada aos órgãos competentes.

O presidente de honra do congresso e médico de Fisiologia e Farmacologia da UFC, Prof. Hélio Rôla, expôs, durante a abertura do evento, a problemática do barulho noturno das aeronaves nos bairros próximos ao aeroporto. A indignação do professor resultou em um procedimento administrativo instaurado a partir de uma ação civil pública interposta pelo Ministério Público Federal limitando os voos noturnos da meia-noite às 4h. O desgaste com a luta ambiental o tornou cético. "As leis não estão a serviço do cidadão, mas a serviço das empresas e da tirania empresarial", ressaltou, conclamando os meios de comunicação a informarem mais os direitos do cidadão sobre a temática.

O evento se estende até o dia 14, com vasta programação, contando com cerca de 500 participantes. Foram reservadas vagas para professores de escolas públicas, que serão multiplicadores de opinião. São esperados representantes da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) e da Secretaria de Meio Ambiente e Controle Urbano (Semam) na manhã do dia 13, quando ocorrerá a mesa-redonda "Direito Ambiental: a ação do poder público no direito ao silêncio como um direito fundamental", às 8h. A programação completa do evento pode ser acessada no site da Fundação Cearense de Pesquisa e Cultura.

Para o Prof. Ronaldo Stefanutti, do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da UFC, a educação sozinha não é capaz de resolver os problemas, mas é essencial como parte da solução. "O princípio da educação consegue mudar o comportamento das pessoas", defende. Ele considera que a conscientização da sociedade é fundamental para uma melhor qualidade de vida.

Fonte: Prof. Ronaldo Stefanutti, do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da UFC e coordenador de imprensa do evento – (fone: 85 3366 9631 / 8877 9794)

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