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Movimento Feminino pela Anistia no Ceará é tema de livro a ser lançado hoje

Imagem: Capa do livro “Jogos da memória – o Movimento Feminino pela Anistia no Ceará (1976-1979)”, de Ana Rita Fonteles DuarteO livro "Jogos da memória – o Movimento Feminino pela Anistia no Ceará (1976-1979)", escrito pela Profª Ana Rita Fonteles Duarte, do Departamento de História da Universidade Federal do Ceará, será lançado na terça-feira (11), às 19h, no auditório do Espaço Mix do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. A iniciativa é da Assembleia Legislativa, por meio do Instituto de Estudos e Pesquisas para o Desenvolvimento do Estado do Ceará (Inesp), em parceria com a UFC.

A obra é o segundo livro da coleção "Escritos de Um Lugar Qualquer", do Inesp, que publica trabalhos de pesquisa e ensaios, incluindo teses e dissertações que expressam a produção de intelectuais cearenses contemporâneos. Na UFC, Ana Rita coordena o Grupo de Estudos e Pesquisas em História e Gênero (Gepehg).

O trabalho discute as memórias da atuação do Movimento Feminino pela Anistia (MFPA) no Ceará, através da narrativa de ex-militantes, para compreender como questões de gênero atuam na (re)construção de vivências políticas, na segunda metade da década de 1970, e na elaboração de subjetividades no presente. Foram entrevistadas 16 mulheres, entre 50 e 86 anos de idade, com diferentes graus de envolvimento com o MFPA. Mas elas não são as únicas fontes da pesquisa: foram analisadas cartas, fotos, livros, documentos do MFPA e dos órgãos de repressão, além de material de artesanato elaborado por ex-presos políticos cearenses para as mulheres. A análise da cobertura de jornais da grande imprensa e imprensa alternativa sobre o MFPA também fornece elementos importantes para a construção do trabalho.

Com prefácio do historiador James Green, professor de História do Brasil e da América Latina na Brown University, em Providence (Rhode Island – Estados Unidos), o livro é resultado da tese de doutorado de Ana Rita desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), entre 2005 e 2009.

Segundo Green, "uma grande contribuição desse livro é a ótica da autora, que queria contar a história do Movimento Feminino pela Anistia, no Ceará, do ponto de vista de gênero, como uma categoria útil para a análise histórica. As mulheres têm uma maneira diferenciada de lembrar o passado? Existe uma memória feminina que é diferente de uma memória construída pela figura masculina? A autora enfrenta essas questões teóricas e metodológicas no seu trabalho, oferecendo ao leitor um olhar perspicaz sobre as construções de papéis de gênero na sociedade brasileira. Também, ela assume que a história é incompleta e parcial porque não existe a recuperação completa do passado. Reconhece os silêncios que ainda existem, mas também facilita a fala de vozes silenciadas. Um belo trabalho que merece a sua leitura carinhosa e cuidadosa".

Fonte: Profª Ana Rita Fonteles Duarte, do Departamento de História da UFC – fone: 85 9167 8608

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