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UFC integrará comissão para estudo de substância que pode combater o câncer

Imagem: O diretor do NPDM, Prof. Odorico de Moraes, se reuniu com representantes do MCTI, que vai coordenar o trabalho da equipe de pesquisadores da UFC (Foto: Eden Barbosa)Pesquisadores do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM) da UFC vão participar de comissão nacional para realizar trabalhos pré-clínicos e clínicos sobre a fosfoetanolamina, substância utilizada nos tratamentos de câncer, mas ainda sem comprovação científica. O grupo foi definido na quarta-feira (11), após reunião com representantes do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, que vai coordenar o trabalho da equipe de professores da UFC, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

O diretor do NPDM, Prof. Odorico de Moraes, esteve na reunião de quarta-feira com o ministro da Ciência e Tecnologia, Celso Pansera, e afirma que o primeiro passo é analisar o índice de segurança e eficácia da fosfoetanolamina. "Agora, temos que fazer a toxicologia pré-clínica, que vai ver a segurança em animais para determinar doses toleradas em seres humanos. Depois, você passa a estudar em seres humanos. Para fazer esses estudos pré-clínicos, vai ser entre um ano e um ano em meio", explica, acrescentando que o trabalho envolverá outros pesquisadores do NPDM.

"O objetivo no momento é saber se a molécula é segura, tem muita gente usando essa molécula e não se sabe se ela é segura e quais são os malefícios que ela pode trazer para prejudicar mais ainda uma pessoa que já se encontra debilitada", detalha o docente.

A pesquisa deve custar aproximadamente R$ 10 milhões, recursos a serem financiados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação nos próximos dois anos. Atualmente, já existe uma comissão formada no Ministério da Saúde, por meio da Fiocruz e do Instituto Nacional do Câncer (INCA), para estudar a fosfoetanolamina. A expectativa do ministro Celso Pansera é que os grupos sejam unificados para potencializar os resultados do trabalho.

A comercialização da fosfoetanolamina, em caso de resultados positivos das pesquisas, deve demorar alguns anos até ser concretizada, uma vez que o estudo envolve inicialmente a segurança da substância, sendo posteriormente pesquisada a eficácia para os tipos específicos de câncer e, somente numa etapa final, o composto poderá ser produzido pela indústria farmacêutica.

A Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, que já possui estudos avançados sobre a substância, vai colaborar com a pesquisa por meio da distribuição das moléculas de fosfoetanolamina aos professores da UFC, UFRJ e UFSC.

POLÊMICA – O uso da fosfoetanolamina no tratamento de câncer ganhou repercussão nacional após a USP de São Carlos recorrer à Justiça para interromper a distribuição de cápsulas de fosfoetanolamina sintética a pacientes. Desenvolvido pelo professor aposentado Gilberto Orivaldo Chierice, o medicamento não passou por testes em humanos para constatar se é mesmo eficaz. A decisão da USP trouxe à tona declarações de pacientes com relatos positivos sobre uma suposta cura após o uso das pílulas e outros narraram frustrações no tratamento, o que levantou controvérsias sobre o tema.

O NPDM vai trabalhar em parceria com o pesquisador Renato Meneguelo, um dos detentores da patente da fosfoetanolamina e que estudou a eficácia da substância em sua dissertação de mestrado, defendida na USP. Agora, ele será orientando de doutorado do Prof. Odorico de Moraes para continuar os estudos sobre o remédio na UFC. Renato Meneguelo já foi orientado no mestrado pelo Prof. Gilberto Chierice, precursor dos estudos sobre a fosfoetanolamina na USP.

Fonte: Prof. Odorico de Moraes, diretor do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM) da UFC – fone: 85 3366 8201

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