Maternidade-Escola promove 5ª Semana da Prematuridade até sexta-feira (22)

Foto da Fachada da Maternidade Escola Assis ChateaubriandUma caminhada e um piquenique vão tornar mais especial o Dia Mundial da Prematuridade, 17 de novembro, para as crianças e mães da Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (MEAC). Esses eventos marcarão a abertura da Semana da Prematuridade, às 8h, com concentração no jardim externo da maternidade (Rua Coronel Nunes de Melo, s/n, Rodolfo Teófilo). Até o próximo dia 22, a MEAC vai promover mais de 60 atividades voltadas para a educação em saúde, visando ao melhor tratamento e cuidado dos bebês que nascem com menos de 37 semanas de gestação. Gestantes, acompanhantes, mães de prematuros, profissionais e estudantes das áreas da saúde são o público-alvo da programação.

As atividades englobam cursos de capacitação, palestras, oficinas, exposições, gincana, rodas de conversa e jogos. Entre os temas, estão promoção da amamentação, uso seguro de medicamentos, método canguru, desenvolvimento neuromotor e comportamental do recém-nascido, manejo não farmacológico da dor do bebê, benefícios do pele a pele, higienização, vínculo familiar e terapia intravenosa em prematuros.

Realizado anualmente, o evento é uma oportunidade de levar conhecimentos específicos. “Como hospital universitário e primeiro Centro de Apoio às Boas Práticas de Obstetrícia e Neonatologia do Brasil, sabemos de nossa responsabilidade na formação e qualificação de profissionais de várias categorias da saúde”, explica a chefe da Divisão de Enfermagem da MEAC, Simone Meireles.

Nesta edição, há programação para os públicos interno e externo, com a promoção de atividades no domingo e no período noturno. “Quanto mais facilitarmos o acesso de gestantes, puérperas, acompanhantes, estudantes e profissionais às atividades, mais realizados nos sentiremos no cumprimento de nossa missão”, afirma.

PRÉ-NATAL – O médico obstetra Edson Lucena, gerente de Atenção à Saúde da MEAC, estima que metade dos partos prematuros é espontânea e que a maioria deles ocorre com mulheres que não têm fator de risco. “A melhor maneira de prevenir é fazendo um pré-natal adequado, o que inclui pelo menos seis consultas e exames clínicos e de imagem. A medição do colo do útero por via transvaginal durante o ultrassom morfológico também pode sinalizar ao médico o risco de parto prematuro”, explica.

Ainda segundo Lucena, no Brasil, cerca de 13% dos partos são prematuros. Na MEAC, por ser um hospital de referência em gestação de alto risco, esse percentual é quase o dobro: 1 em cada 4 bebês nasce antes das 37 semanas de gestação. “Vinte e cinco por cento da prematuridade é induzida por doença materna, outros 25% por rotura de membranas e 50% por trabalho de parto espontâneo”, relata, detalhando que gravidez de gêmeos, aumento da quantidade de líquidos, fetos grandes, infecções urinárias e vulvovaginais e parto anterior prematuro também aumentam a probabilidade de um nascimento antecipado.

Mãe segurando dois bebês prematuros na posição do método canguruCONSEQUÊNCIAS PARA O BEBÊ – O bebê prematuro precisa de cuidados especiais. Sua saúde é mais frágil, pois o organismo está imaturo. Entretanto, cada recém-nascido apresenta um quadro diferente. “Quanto mais prematuro ele for e menor seu peso, mais chances de intercorrências durante a internação, como dificuldade para respirar, infecções devido à baixa imunidade, icterícia e necessidade de sonda para alimentar-se”, explica a chefe da Unidade de Neonatologia da MEAC, a médica Eveline Campos.

As consequências mais comuns, segundo Eveline, são alteração de desenvolvimento neuropsicomotor, da audição e da visão. O aleitamento materno, seja no peito, seja via sonda, é fundamental para a recuperação do recém-nascido. “A presença da mãe dentro do hospital aumenta o vínculo com o filho e facilita o aleitamento. O leite dela é de extrema importância, pois é sob medida para as necessidades específicas dele”, completa.

MÉTODO CANGURU – Manter o bebê junto ao corpo da mãe ou do pai, na posição conhecida como canguru, é muito eficaz no desenvolvimento do prematuro. “O método canguru envolve cuidados humanizados, que, entre outros aspectos, estimula o contato pele a pele, possibilitando que o bebê experimente vários estímulos sensoriais, como mais segurança e bem-estar. A mãe também se sente mais segura, favorecendo a amamentação e o vínculo afetivo. Esses benefícios têm efeito a curto, médio e longo prazo para os bebês, pais, famílias e sociedade”, relata a chefe da Unidade Canguru da MEAC, a médica neonatologista Rosalina Araújo.

CUIDADOS – Na MEAC, as boas práticas durante a internação fazem toda a diferença na recuperação do prematuro. Ainda na sala de parto, o bebê é colocado em contato pele a pele com a mãe, de acordo com as condições de ambos. O aleitamento materno é estimulado na primeira hora de vida. Pai e mãe têm livre acesso ao bebê internado na UTI, podendo participar dos cuidados realizados com seu filho 24 horas por dia, sete dias por semana. Avós e irmãos também podem entrar na UTI, em dias e horários específicos, com acompanhamento da equipe.

Também há o protocolo da alta segura que envolve os cuidados especiais com o prematuro. As orientações são passadas pela equipe multidisciplinar oralmente e entregues em uma cartilha à família, com agendamento para consultas de retorno. A enfermeira Izélia Gomes, da Unidade de Neonatologia da MEAC, destaca algumas:

– precaução com as visitas. Manter o convívio com a família, mas evitar beijos, principalmente no rosto e mãos. O que é um simples resfriado para um adulto pode trazer complicações sérias para um prematuro;
– manutenção da casa bem arejada, limpa e silenciosa, porque ele é mais sensível aos ruídos;
– atenção à quantidade de vezes que o bebê faz xixi e à cor, pois sinalizam se ele está hidratado de forma adequada;
– uso de sabonete neutro em apenas um dos dois banhos recomendados por dia. Evitar água fria e fechar as janelas, para não correr o risco de hipotermia. A temperatura do bebê deve ser mantida entre 36,5ºC e 37,5ºC;
– mamadas devem ser de livre demanda, de acordo com a vontade do bebê. Não oferecer água, chás ou qualquer outro alimento nos primeiros seis meses de vida.

Foto da mãe, do pai e do bebê prematuro na MEACSONHO REALIZADO – Luana Gomes de Almeida, técnica em enfermagem, estava casada há 11 anos quando finalmente realizou o sonho de ser mãe. Ela tinha uma das trompas obstruídas e ovários micropolicísticos. O espermograma do marido deu insatisfatório, por isso a notícia de que estava grávida do Pedro foi recebida como um milagre na família. Outra surpresa foi ele ter se apressado tanto em nascer, com apenas 23 semanas de gestação, em fevereiro de 2019.

Pequenino, pesava pouco mais de meio quilo e media 29 centímetros. Passou 5 meses e 14 dias internado na Maternidade-Escola, hospital que a mãe procurou duas semanas antes do nascimento, quando teve um sangramento e ficou internada para salvar a gravidez. “Pedro chegou a pesar 450 gramas. Teve muitas intercorrências na UTI, passamos por momentos de muita aflição”, conta. Ela, que também é profissional da saúde, lembra de toda a angústia que viveu nos primeiros meses: “Nessas horas a gente é só mãe, vulnerável e insegura como se não tivesse nenhuma vivência técnica anterior”.

Luana se emociona quando relata a qualidade da assistência e o carinho que ela e o filho receberam durante todo o período de internação. “Quando ele teve alta, a equipe fez festa para a gente. Foi linda de ver a coroação de tanto envolvimento, todo mundo unido para garantir a recuperação dele. Vim para casa segura, sabendo como cuidar dele, e com muita gratidão pela MEAC”, finaliza.

A programação completa do evento está no site da MEAC.

Fonte: Unidade de Comunicação Social da Maternidade-Escola Assis Chateaubriand – fone: (85) 3366 8577