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Debates sobre Direitos Humanos nas universidades marcam Semana de Direitos Humanos na UFC

Imagem: As ações das universidades em defesa dos direitos humanos foram debatidas auditório da Reitoria da UFC (Foto: Viktor Braga/UFC)As ações das universidades em defesa dos direitos humanos foram um dos pontos debatidos por estudantes, servidores docentes e técnico-administrativos e representantes de Estado na manhã desta quinta-feira (12) no Auditório Antônio Martins Filho, da Reitoria da Universidade Federal do Ceará. O evento integra a programação da Semana de Direitos Humanos do Estado, que segue até dia 16.

Organizado na UFC pela Comissão de Direitos Humanos da Instituição, a atividade contou com homenagem a Marta Maria Pereira, a "Tia Marta", moradora do Diretório Central dos Estudantes (DCE). Aos 85 anos de idade, "Tia Marta" foi reconhecida por acolher e proteger estudantes e ativistas perseguidos durante a ditadura militar.

Presente na mesa de abertura do evento, o vice-reitor, Prof. Glauco Lobo, parabenizou a organização pela iniciativa e destacou que a "UFC está de portas abertas a todas as solicitações de interesse da coletividade e da Universidade".

A mesa teve ainda a participação do ouvidor estadual de Direitos Humanos do Ceará, Franklin Dantas, que falou sobre a importância de a Universidade abordar a temática; e da coordenadora de Políticas Públicas de Direitos Humanos do Ceará, Amanda Gomes, a qual lembrou a relevância de se facilitar o acesso à justiça e de se garantir uma educação de direitos humanos para construir uma cultura de paz.

Imagem: O Prof. Luís Fábio Paiva, do Departamento de Ciências Sociais da UFC, apresentou o projeto de extensão Traficando Saberes (Foto: Viktor Braga/UFC)O período da manhã seguiu com o debate "Ensino, pesquisa e extensão em Direitos Humanos: desafios atuais". Na ocasião, o Prof. Luís Fábio Paiva, do Departamento de Ciências Sociais da UFC, apresentou o projeto de extensão Traficando Saberes. Vinculado ao Laboratório de Estudos da Violência (LEV), a atividade tem o objetivo de construir diálogos sobre a defesa e promoção de direitos humanos com jovens em cumprimento de medida socioeducativa.

Em seguida, a coordenadora do Núcleo das Africanidades Cearenses (NACE), Profª Sandra Haydée Petit, abordou pesquisas desenvolvidas por ela nos últimos 20 anos. A docente da Faculdade de Educação (FACED) utiliza nas instituições de ensino a metodologia pesquisa-intervenção com marcadores de africanidades a partir da história dela e de cada um. "A escola não faz a integração de população negra e indígena e não passa conhecimento das construções realizadas por esses povos. Se não são estudadas, não podem ser aproveitadas, reelaboradas", criticou.

A docente da Universidade Regional do Cariri (URCA) Zuleide Fernandes de Queiroz aproveitou para discutir sobre a universidade na atual conjuntura política e social. "Discutir Direitos Humanos na universidade é construir outra universidade, disputando, dialogando, debatendo, trazendo nossas origens, nossos conhecimentos e saberes", considerou.

A graduanda em Pedagogia Mirella Joyce de Castro, por sua vez, apresentou ao público a experiência do grupo de pesquisa e extensão Pró-Inclusão, coordenado pela Profª Geny Lustosa, da FACED. De acordo com ela, o grupo atende crianças, adolescentes e adultos com deficiência, ajudando-os no desenvolvimento das atividades escolares, e recebe estudantes desde a educação infantil até o ensino superior. "Na sala de recursos multifuncionais, nós desenvolvemos atividades que ajudam na escola, como uso de computador, de tablet", comentou.

Ainda sobre direitos de pessoas com deficiência, o integrante da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Ceará Alexandre Mapurunga lembrou que, antes, a deficiência era vista como "uma tragédia pessoal". De acordo com ele, as conquistas das pessoas com deficiência eram tidas como sorte ou assistencialismo. "O cadeirante era o coitadinho que tinha sorte de estudar", afirmou, lembrando que, depois, a deficiência passou a ser vista como algo da ordem médica, sendo a pessoa "portadora de deficiência", termo já em desuso. Com o tempo, houve uma mudança de paradigma que mostrou que a solução não estava nos corpos das pessoas, mas no ambiente, e só depois a pessoa com deficiência passou a ser vista como sujeito de direitos", destacou.

Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional – fone: (85) 3366 7331

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