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Pesquisadores da UFC estudam a saúde de policiais militares; Universidade ajuda a formular plano de contingência da corporação

Um policial militar, de costas para a foto, participa de atendimento à saúde, com aferição da glicemiaEm tempos de dificuldades sociais e econômicas, a Universidade Federal do Ceará mais uma vez assume o protagonismo em iniciativas de promoção da saúde e do bem-estar coletivo. Pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública têm desenvolvido estudos em parceria com a Polícia Militar do Ceará (PMCE) sobre saúde e adoecimento dos agentes de segurança pública. Desde meados de março, a UFC tem contribuído para formular o plano de contingência da corporação no contexto da pandemia da COVID-19.

A equipe interdisciplinar de pesquisadores é liderada pela Profª Hermelinda Maia e reúne bolsistas de extensão, de iniciação científica, de mestrado e de doutorado. Nos últimos oito meses, foram entrevistados 240 policiais que atuam em batalhões da capital cearense, a partir de questionários sobre saúde e processos de adoecimento. A meta é ampliar a amostra para 750 agentes até o final de 2020. Para os próximos dois anos, serão incluídos na pesquisa os policiais civis e os efetivos da polícia militar na região metropolitana e no Interior.

Em paralelo à coleta de dados, os PMs recebem atendimentos diversos, como aferição de pressão arterial e da glicemia, acompanhamento nutricional, avaliação ergonômica e orientações posturais de fisioterapia adequadas ao posto de trabalho. Há também espaço para práticas integrativas, a exemplo de massagem, auriculoterapia e chás com plantas medicinais. Parcerias com o Governo do Estado e a Prefeitura de Fortaleza incluem ainda vacinação, testes rápidos e ações preventivas contra infecções sexualmente transmissíveis, como a sífilis e as hepatites B e C.

"Não existe nenhuma pesquisa no Brasil que contempla o indivíduo policial como um todo. Via de regra, são trabalhados a parte laboral ou o adoecimento mental. Do mesmo modo que não existe estudo sobre como os policiais adoecem e como eles se mantêm saudáveis, pouco a ciência conhece do trabalho operacional da polícia", afirmou a Profª Hermelinda.

A enfermeira e doutoranda em Saúde Pública Chiara Medeiros tem participado do processo de entrevistas. Ela detalha que, nessa atividade, os comandantes das tropas são avisados previamente, de modo que os PMs participem em escalas e mantenham o patrulhamento de rotina nas ruas. "Como os policiais já estavam recebendo orientações sobre a importância de uma saúde adequada no desempenho laboral, isso pode tê-los deixado mais abertos às novas orientações sobre a COVID-19. A pesquisa abrange a saúde como um todo e servirá como embasamento para futuras políticas públicas", declarou Chiara Medeiros.

De acordo com a tenente-coronel Sandra Helena Albuquerque, coordenadora de Saúde, Assistência Social e Religiosa da PMCE, a pesquisa também traz o olhar dos agentes de segurança pública a respeito da violência vivida por eles no cotidiano. Odontóloga de formação e com mestrado em Saúde Pública, ambos pela UFC, a gestora reconhece o apoio da Universidade para promover a saúde dos PMs e defende que as informações científicas levantadas na pesquisa poderão ser úteis para atender a reivindicações da categoria profissional.

"No plano de contingência, identificamos e monitoramos os policiais com síndrome gripal através do protocolo de atenção primária do Ministério da Saúde. Com isso, estamos protegendo o policial, a família dele e a sociedade. Não tivemos nenhum prejuízo do policiamento ostensivo, e a PM tem um papel fundamental nesse momento de pandemia, que é o de orientar as pessoas a ficar em casa e a evitar aglomerações", explicou a tenente-coronel.

Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional da UFC – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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