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UFC tem quatro projetos selecionados em chamada pública de enfrentamento da covid-19

Entre os projetos da UFC selecionados, três são da Faculdade de Medicina (FAMED) e um, do Departamento de Enfermagem (Foto: Jr. Panela/UFC)Quatro projetos da Universidade Federal do Ceará foram contemplados na chamada pública de pesquisas para enfrentamento da covid-19, suas consequências e outras síndromes respiratórias agudas graves, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e Ministério da Saúde. Entre os projetos da UFC selecionados, três são da Faculdade de Medicina (FAMED) e um, do Departamento de Enfermagem.

O projeto "Efetividade do acesso, atendimento clínico e acompanhamento das pessoas com covid-19 e outras síndromes respiratórias agudas", coordenado pela Profª Elisângela Teixeira, do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, acompanhará pacientes com sintomas gripais no Ceará, Maranhão e Pernambuco.

Serão selecionadas pessoas que tenham sido notificadas pela Vigilância Epidemiológica nos Sistemas de Informação a partir do preenchimento de fichas disponibilizadas pela Secretaria de Saúde de cada estado.

De acordo com a Profª Elisângela Teixeira, o estudo será desenvolvido em duas etapas. Na primeira, será construído um software para monitoramento dos pacientes com diagnóstico da covid-19 e outras doenças de síndromes respiratórias agudas graves. Na segunda etapa, os pesquisadores acompanharão, mensalmente, via contato telefônico, 600 pacientes de cada estado. O monitoramento ocorrerá durante 12 meses.

Participam da pesquisa integrantes do Grupo de Estudos sobre Cuidados em Enfermagem, alunos da graduação e pós-graduação em Enfermagem da UFC e pesquisadores das universidades federais do Maranhão (UFMA) e de Pernambuco (UFPE), da Universidade de Pernambuco (UPE) e da Universidade Estadual do Ceará (UECE).

Imagem: Entre as capitais contempladas pelo estudo coordenado pela Profª Lígia está Fortaleza, além de Belém, Recife, São Paulo e Porto Alegre (Foto: Jr. Panela/UFC)Coordenada pela Profª Ligia Kerr, do Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública da Faculdade de Medicina (FAMED), a pesquisa "Avaliação dos riscos de profissionais de saúde que cuidam de pessoas com covid-19" analisará os riscos de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem durante o período mais grave da pandemia de covid-19 no País, com ênfase no uso de equipamentos de proteção individual (EPI) e na saúde mental desses profissionais.

O estudo está sendo desenvolvido em cinco capitais brasileiras: Belém, Fortaleza, Recife, São Paulo e Porto Alegre. De acordo com a coordenadora do projeto, participarão da pesquisa, em cada cidade, 350 profissionais de cada categoria, incluindo trabalhadores das redes de saúde pública e privada.

"É um questionário bem detalhado quanto ao local em que ele trabalha, ao tipo de risco a que ele acha que está exposto, a equipamentos usados para proteção, ao que o empregador provê de segurança, e inclui também um questionário pós-traumático", explica a Profª Ligia.

Além da UFC, participam do estudo o Instituto Evandro Chagas; a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ); a Universidade de Fortaleza (UNIFOR); a Universidade de Pernambuco (UPE); a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e o Hospital Moinhos de Vento (Porto Alegre). O projeto tem duração de dois anos.

SUPLEMENTAÇÃO ‒ Os outros dois projetos da FAMED foram contemplados pela suplementação da chamada pública, divulgada neste mês. O estudo "Complicações neuropsiquiátricas decorrentes da exposição pré-natal ao vírus SARS-COV2: atenção ao binômio mãe-bebê", coordenado pela Profª Danielle Macêdo, do Laboratório de Neuropsicofarmacologia do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM), acompanhará, até a idade adulta (60 dias de vida), a prole dos camundongos expostos ao novo coronavírus durante a gravidez.

O objetivo é avaliar possíveis alterações comportamentais que se assemelham a transtornos neurodesenvolvimentais, como autismo e esquizofrenia. "Através da execução desse protocolo com camundongos podemos simular 20 anos da vida de um ser humano, visto que uma doença mental como a esquizofrenia só é diagnosticada ao final da adolescência", destaca a Profª Danielle.

O projeto pretende buscar estratégias de prevenção durante a gravidez dos camundongos, caso as alterações comportamentais sejam confirmadas. "Buscaremos observar se as alterações imunoinflamatórias detectadas no sangue dos camundongos prenhes também ocorrem nas mulheres grávidas como forma de detectar possíveis biomarcadores para essas alterações que possam comprometer a saúde mental do feto", acrescenta.

O projeto tem duração de dois anos e, além de integrantes do Laboratório de Neuropsicofarmacologia da UFC, conta com a participação de pesquisadores da Universidade de Liverpool; da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP); do Instituto Aggeu Magalhães; da Universidade Federal de Minas Gerais; da FIOCRUZ Ceará e da Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (MEAC-UFC).

Já a proposta "Análise do estado de hipercoagulabilidade e suas associações com agressividade clínica de covid-19", coordenada pelo Prof. Ronald Pinheiro, do Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas, pretende analisar plasmas de pacientes com covid-19 para verificar quais deles são mais propensos à trombose. “Um dos sérios efeitos da covid-19 é predispor à trombose”, afirma.

Imagem: A pesquisa liderada pelo Prof. Ronald Pinheiro vai analisar plasmas de pacientes idosos com covid-19 para verificar quais são propensos à trombose (Foto: Jr. Panela/UFC)O docente explica que foram coletados plasmas de cerca de 300 idosos com covid-19 atendidos pela rede hospitalar do Sistema Único de Saúde (SUS) no Ceará. A partir desse material, será feita uma pesquisa nos genes que podem ativar a trombose, como o TLR4, TLR3 e TLR9. A ideia é que, com base nos testes laboratoriais e no histórico dos pacientes, os pesquisadores possam "prever" quais podem ter complicações como a trombose.

Além do Prof. Ronald Pinheiro, que coordena o Laboratório de Citogenômica do Câncer do NPDM, a pesquisa envolve ainda mestrandos e doutorandos do PPGCM da UFC e bolsistas de iniciação científica da Faculdade de Medicina da UFC.

CHAMADA PÚBLICA ‒ Lançada em abril deste ano, a chamada pública de apoio a pesquisas sobre covid-19 destinou, inicialmente, R$ 45 milhões a 90 projetos selecionados. Neste mês, CNPq e MCTI anunciaram um aporte de R$ 20 milhões adicionais para suplementação da chamada, o que permitiu o apoio financeiro a mais 26 pesquisas.

De acordo com o CNPq, a chamada recebeu, no total, 2.219 propostas de todo o País sobre temas relacionados a tratamentos, vacinas, diagnóstico, patogênese e história natural da doença, carga da doença, atenção à saúde, prevenção e controle da covid-19 e outras síndromes respiratórias agudas graves.

Leia também: Projeto da UFC sobre impacto da covid-19 em pacientes com doenças crônicas é selecionado em edital da CAPES

Fontes: Profª Ligia Kerr, do Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública ‒ e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.; Profª Francisca Elisângela Teixeira, do Departamento de Enfermagem ‒ e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.; Prof. Ronald Pinheiro, do Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas ‒ e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.; Profª Danielle Macêdo, vice-diretora da Faculdade de Medicina ‒ e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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