LABOMAR irá liderar primeiro sítio do Programa de Pesquisa Ecológica de Longa Duração (PELD), do CNPq, no Ceará

O Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR) da Universidade Federal do Ceará irá liderar o primeiro sítio do Programa de Pesquisa Ecológica de Longa Duração (PELD), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), no Estado do Ceará. Após concorrência na chamada pública CNPq/MCTI/CONFAP-FAPs/PELD nº 21/2020 – PELD, a proposta programa “PELD costa semiárida: como as mudanças ambientais afetam os sistemas socioecológicos costeiros?” foi aprovada e será coordenada pelo LABOMAR em colaboração com instituições brasileiras e do exterior. Também integram a pesquisa, pela UFC, os Departamentos de Biologia e de Geografia.

amostras de estudos do projeto

Desenvolvido pelo Governo Federal desde 1999, o PELD forma uma rede de sítios de referência para a pesquisa científica nos temas de ecologia e meio ambiente. Através do programa, o CNPq fomenta a geração de conhecimento sobre os ecossistemas brasileiros e a biodiversidade que abrigam. O PELD estimula ainda a transferência do conhecimento gerado para a sociedade civil, visando contribuir para o desenvolvimento ambientalmente sustentável do País. A sede física do sítio PELD no Ceará funcionará no Centro de Estudos Ambientais Costeiros (CEAC), do LABOMAR, no município de Eusébio.

ESTUDO INTEGRADO – A proposta da UFC terá apoio da Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Ceará (SEMA), que contribui em ações importantes, como o Pacto pelo Pacoti e a gestão da Área de Proteção Ambiental (APA) do rio Pacoti. De acordo com Marcelo Soares, professor do LABOMAR-UFC que será coordenador do PELD, esse foi um ponto positivo na avaliação do projeto. “A relação de ciência de qualidade para formular políticas públicas para conservação é fundamental”, enfatizou o docente, que também é coordenador do Programa Cientista-Chefe de Meio Ambiente, da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP).

O projeto programa “PELD costa semiárida: como as mudanças ambientais afetam os sistemas socioecológicos costeiros?” terá como base a região costeira do Ceará, entre os estuários do rio Pacoti e do rio Piranji, e irá estudar de maneira integrada diversos ambientes, como dunas, estuários, mangues e recifes de corais. Nesses ambientes, vegetação, microorganismos e fauna – por exemplo, aves, peixes, crustáceos – e populações tradicionais – como pescadores e marisqueiras – serão investigados por, no mínimo, quatro anos.

“O projeto teve como justificativa estudar o litoral sob influência do clima semiárido do Brasil. Essas regiões costeiras, como a do Ceará, estão submetidas a altas temperaturas e baixa precipitação, com elevada radiação solar e altas taxas de evaporação”, explica o Prof. Marcelo Soares. Além disso, a construção de barragens nos rios e mudanças climáticas (aumento de temperatura, aumento do nível do mar e ocorrência de eventos extremos como as secas) têm induzido, conforme destaca o coordenador do sítio PELD no Ceará, inúmeros impactos sociais, econômicos e ecológicos que precisam ser melhor investigados para a elaboração de políticas públicas adequadas.

Ilustração dos locais de estudo

FINANCIAMENTO E PARCERIA – Além do CNPq, a FUNCAP também será entidade financiadora do projeto. Como instituições colaboradoras no Brasil participaram também a Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPAR), a Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), a Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) e a Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (AQUASIS). O “PELD costa semiárida” também vai contar com a participação de pesquisadores de instituições da Itália (Universidade de Salento, Lecce), Espanha (Universidade Autônoma de Barcelona), República Tcheca (Instituto de Hidrobiologia) e Estados Unidos (Universidade da Califórnia, Davis).

SAIBA MAIS – Os sítios PELD são áreas de referência para a pesquisa ecológica no Brasil. Localizam-se nos mais diversos ecossistemas do País, onde são desenvolvidas pesquisas sociais e ecológicas. Eles têm papel destacado na formação de recursos humanos especializados (em nível de pós-graduação, principalmente), constituindo polos de nucleação de grupos de pesquisa de excelência.

Fonte: Prof. Marcelo Soares, do Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR) – fone: (85) 3366 7010