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Estudo realizado na UFC mostra que incidência de internação por covid-19 em idosos a partir de 75 anos é 53% menor entre vacinados

Um estudo preliminar desenvolvido pelo Prof. Carlos Henrique Morais de Alencar, do Departamento de Saúde Comunitária da Universidade Federal do Ceará, em parceria com a Secretaria da Saúde do Ceará (SESA), apresenta resultados promissores do efeito da vacinação contra covid-19 em relação à internação de pacientes. A análise revela que a incidência de internação entre idosos a partir de 75 anos que receberam a vacina é 53,3% menor em relação à de idosos da mesma faixa etária que não foram imunizados. Foram analisados dados de 314.315 idosos.

O estudo utilizou o banco de dados de 2021 do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunização (SIPNI), bem como de informações de pessoas internadas em hospitais particulares de Fortaleza e na Santa Casa de Misericórdia, além de dados da Regulação Municipal e Regulação Estadual.

Imagem: Profissional de saúde segurando uma seringa contendo dose da vacina contra covid-19 (Foto: Viktor Braga/UFC)

Foi destacada a população acima de 75 anos devido ao fato de este ser o público com maior número de vacinados até o momento, já que está incluído como grupo prioritário na primeira fase do Plano Nacional de Operacionalização da Vacina contra a Covid-19, que está em andamento.

METODOLOGIA E RESULTADOS ‒ Após relacionar os dados, com associação estatística das frequências de internações, retirada de duplicidades, cálculo do risco relativo e verificação do intervalo de confiança de 95%, o estudo chegou aos seguintes resultados:

• Dos 131.261 idosos a partir de 75 anos vacinados e que testaram positivo para covid-19, 803 foram internados, gerando incidência de 6,12 internações por 1.000 vacinados em 2021;

• Entre os 183.054 idosos a partir de 75 anos não vacinados e que testaram positivo, 2.396 foram internados, resultando em incidência de 13,09 internações por 1.000 não vacinados em 2021;

• Dessa forma, a incidência de internações entre os idosos vacinados é 53,3% menor que o índice relativo ao público não vacinado.

A comparação entre as incidências de internação mostra ainda que os não vacinados têm risco 2,14 vezes maior de serem internados se comparados aos vacinados.

O Prof. Carlos Henrique de Alencar pondera que, como se tratam de dados preliminares, a interpretação também deve ser feita com ressalvas. “Observa-se que, com o aumento da cobertura vacinal, bem como com a atualização dos dados de internação, esses valores serão atualizados. No entanto, a partir destes resultados pode-se inferir que, caso todas as pessoas com mais de 75 anos fossem vacinadas, a taxa de internação poderia ser reduzida em aproximadamente 53%, indicando o quanto a vacina ajuda na redução de casos graves da covid-19”, explica.

Outro aspecto importante, ressalta o professor, é que as vacinas contra a covid-19 não possuem eficácia de 100%. Ou seja, mesmo vacinadas, algumas pessoas poderão se infectar e até necessitar de internação hospitalar.

"Diante disso, é importante que, mesmo após a segunda dose da vacina, as pessoas permaneçam realizando as medidas de proteção individual, como o uso de máscara facial, uso do álcool em gel na limpeza das mãos e, principalmente, que evitem aglomerações. Somente quando alcançarmos uma cobertura vacinal que leve a uma imunidade coletiva poderemos voltar à vida normal", adverte Alencar.

Com informações da Secretaria da Saúde do Ceará.

Fonte: Prof. Carlos Henrique Morais de Alencar, do Departamento de Saúde Comunitária da UFC ‒ e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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