Jornadas Povos Indígenas e Universidades unem representantes das Américas, da Europa e da Ásia

"Uma Terra, muitos mundos" é o tema central das Jornadas Povos Indígenas e Universidades (JOPOI) abertas no Dia Internacional dos Povos Indígenas (9 de agosto), com encerramento em 9 de setembro. O evento, em formato on-line, com transmissão por canal próprio no YouTube, tem a participação de representantes de 32 povos indígenas do Brasil e outros países da América Latina.

Conta ainda com representações de 38 instituições acadêmicas, das quais 15 universidades, além de 15 organizações de apoio das lutas indígenas, do Brasil, outros países das Américas, da Europa e até da Ásia (Japão), como informa o coordenador-geral do coletivo de organização da JOPOI, Prof. Babi Fonteles, da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará. Ele afirma que a edição deste ano é a maior já realizada em se tratando de articulação de povos indígenas, instituições acadêmicas e organizações de apoio às causas indígenas, "a partir aqui do Ceará e ligada diretamente à UFC".

Imagem: foto de um homem negro tendo o rosto pintado com traços indígenas na cor preta

De acordo com a Profª Raquel Coelho, coordenadora do grupo de estudos da Pós-Graduação sobre Direito das Minorias, da Faculdade de Direito (FADIR) da UFC e também integrante da comissão organizadora da JOPOI, essa sigla, sugerida pelos próprios indígenas, representa uma palavra da filosofia guarani-caiuá que significa "unir-se, dar as mãos para receber um resultado positivo para ambas as partes".

Neste ano, a necessidade de união se torna ainda mais urgente, segundo ela, "para enfrentarmos, unidos, este momento de ameaças aos direitos dos povos indígenas, quando o Congresso Nacional votará o Projeto de Lei nº 490/2007, e o Supremo Tribunal Federal julgará a repercussão geral sobre a tese do marco temporal. Ambas as decisões são de fundamental importância para a preservação dos direitos indígenas à terra e autonomias".

Estruturada com uma programação em rede, a JOPOI 2021 conta com o apoio de cada organização e instituição parceira, promovendo, em âmbito local, ao menos uma ação – mesa-redonda, oficina, encontro científico, apresentação artística ou de qualquer outra natureza –, que se soma ao cronograma geral da programação.

Imagem: foto de uma criança indígena segurando um cartaz pedindo a demarcação de terras

Ouça também notícia da rádio Universitária FM sobre o evento 

EXPANSÃO – O Prof. Babi Fonteles, coordenador também do programa de extensão Apoio aos Processos de Subjetivação e Educação Indígena (APSEI), que está por trás da organização da JOPOI, faz um histórico das Jornadas, que tiveram origem em 2017, com a realização da Semana dos Povos Indígenas na UFC (SEPIUFC). Ele destaca, desde o início, a parceria com a Profª Raquel Coelho, da FADIR.

Em 2018, o evento passou a contar com a participação de outras instituições de ensino superior (IES) e comunidades indígenas do Ceará, quando foi organizada a I Jornada Povos Indígenas e Universidades no Ceará (JPIUCE). Ele informa que a partir daquele ano a Jornada passou a ser em agosto e não em abril [mês em que tradicionalmente se comemora o Dia do Índio, 19 de abril].

Em 2019, na II JPIUCE o engajamento foi ainda maior com a adesão, além das IES cearenses, de outros parceiros em âmbito regional. Em 2020, em razão da pandemia com grandes impactos nas IES parceiras e a indefinição sobre a retomada das atividades, os organizadores optaram por não realizar as jornadas.

"Em 2021, mesmo no contexto da pandemia, decidimos fazer um evento de modo metapresencial, como eu costumo chamar, ao invés de virtual ou on-line, e passei a articular universidades do Brasil todo, das que eu conheço há tempos que trabalham com povos indígenas, e algumas universidades, organizações e povos indígenas da América Latina e também da Europa e até mesmo do Japão", relata o Prof. Babi. Acessando a ficha técnica da JOPOI é possível ver a dimensão nacional e internacional do evento.

Informações detalhadas sobre a programação estão disponíveis nos perfis do evento no Instagram e no Facebook.

Fontes: Prof. Babi Fonteles, da Faculdade de Educação – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.; e Profª Raquel Coelho, da Faculdade de Direito da UFC – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.