Portal da UFC - Universidade Federal do Ceará

Terça, 19 Outubro 2021 15:42

Desenvolvimento de vacinas e medicamentos, produção de bioestimulantes para o crescimento de plantas e suplementos para ração animal, criação de políticas sustentáveis como produção de bioplásticos a partir de lixo industrial. Essas são algumas das possíveis áreas de atuação de um biotecnologista. Com o objetivo de divulgar a profissão entre os empresários cearenses e incentivar a abertura de vagas de estágio para estudantes do bacharelado em Biotecnologia da Universidade Federal do Ceará, foi criado, em 2018, o projeto Biotecnologia nas Empresas.

De acordo com a Profª Márjory Holanda, coordenadora do projeto e integrante do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da UFC, a iniciativa surgiu ao se perceber que, devido ao desconhecimento em relação à profissão e às competências desse profissional, não havia muita oferta de vagas de estágio para os estudantes em empresas cearenses. A maioria dos alunos do curso, segundo ela, estagiava em laboratórios da própria Universidade.

Pensando em mudar essa situação, os membros do projeto criaram um banco de dados (que ainda hoje é periodicamente abastecido) de empresas cearenses com potencial para receber produtos e serviços biotecnológicos. Com base nesse banco, é feito contato para apresentar aos estabelecimentos os benefícios da biotecnologia com o intuito de gerar oportunidades de trabalho, produtos e processos inovadores.

A Profª Márjory Holanda ressalta os benefícios sociais da ação extensionista. "O projeto tem impactado a sociedade com a divulgação das potencialidades da área para o setor empresarial cearense", salienta. Para atingir esse objetivo, o banco de ideias com soluções biotecnológicas é elaborado a partir de um levantamento de dados da empresa que envolve o setor de atuação, seus produtos e processos e a tendência econômica de mercado. Assim, são propostas ações, como o desenvolvimento de novos produtos.

Os números demonstram a importância da iniciativa. Em 2016, antes do início do projeto, apenas 3 empresas recebiam estudantes de Biotecnologia para estágio. Atualmente, 14 empresas recebem estudantes da área. Ademais, desde 2020, 10 vagas de estágio foram divulgadas por meio da página do projeto no Instagram (@biotecnasempresas).

OUTRAS AÇÕES – Além de estimular a criação de vagas de estágio, a ação Biotecnologia nas Empresas atua em outras frentes. Visitas a empresas, por exemplo, acontecem em decorrência da parceria entre o projeto de extensão e a iniciativa Masterplan Biotecnologia, da Federação das Indústrias do Ceará (FIEC). A ação busca desenvolver setores industriais no Estado por meio de parcerias públicas e privadas.

Assim, as empresas são avaliadas quanto ao uso de produtos ou realização de processos biotecnológicos por meio de um Checklist Biotecnologia, documento elaborado pelos membros do projeto de extensão. O intuito é propor ideias e soluções biotecnológicas adequadas à realidade de cada empresa a curto, médio e longo prazos. Esse tipo de consultoria foi iniciado em 2019 e rendeu visitas a seis empresas do setor de alimentos e duas do setor químico.

Após uma pausa nas atividades devido à pandemia de covid-19, o projeto se prepara para retomar as visitas nesta semana. “Como resultado, foram elaborados sete bancos de soluções biotecnológicas para as empresas e três projetos de pesquisa para desenvolvimento de novos produtos tecnológicos, dos quais dois foram aplicados a editais de fomento da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP)”, revela a Profª Márjory Holanda.

O projeto também firmou parceria com a empresa Nossa Goma, por meio da Coordenadoria de Inovação Tecnológica (UFC Inova), para o desenvolvimento de um produto alimentício que envolve alunos de graduação e egressos do curso.

A estudante de Biotecnologia e bolsista do projeto de extensão Larissa Xavier destaca a importância das ações. "Acredito que o Biotecnologia nas Empresas é um projeto de extrema relevância para o setor empresarial cearense e com grande potencial para promover mudanças na relação entre os graduandos em Biotecnologia e o mercado de trabalho", enfatiza.

Larissa reforça a importância da divulgação sobre as áreas de atuação de um biotecnologista feita através do perfil do projeto nas redes sociais. "Uma das principais contribuições do projeto é divulgar e ajudar a explorar e estabelecer o setor biotecnológico no Ceará. Isso é realizado por meio do trabalho de divulgação científica pelo Instagram, que apresenta técnicas biotecnológicas e competências do biotecnologista para um público diverso", considera.

Para saber mais sobre biotecnologia e vagas de estágio na área, basta acessar o perfil do projeto no Instagram (@biotecnasempresas) ou no Linkedin.

Com informações do blog Divulgando a Extensão.

Fonte: Profª Márjory Holanda, coordenadora da ação – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.