Programa de extensão leva aprendizado por meio de jogos de tabuleiro e promove acessibilidade para pessoas com deficiências visuais

Já imaginou aprender a gerenciar uma empresa ou a cuidar de seu orçamento jogando? Com o Incrível Grupo de Estudos de Jogos de Tabuleiro (IGREJOTA), programa de extensão da Universidade Federal do Ceará, isso é possível. O programa ensina mecanismos de jogos, principalmente para quem quer se aprofundar em game design, sendo também destinado àqueles que querem aprender sobre planejamento, estratégia e cumprimento de metas, por exemplo. Além disso, o IGREJOTA possui um projeto chamado Acessibilidade em Jogos Analógicos, em que jogos são adaptados para pessoas com deficiências visuais.

Inicialmente, a ação surgiu como um grupo de estudos em 2012 e ampliou sua atuação para a comunidade, tornando-se um programa de extensão em 2018. Antes da pandemia, os participantes podiam exercitar a memória, aprender a cuidar das finanças, se tornar um estrategista e treinar habilidades relacionadas ao raciocínio, à lógica e ao foco.

Imagem: foto de uma estante com vários jogos de tabuleiro

Os encontros eram presenciais e abertos, realizados no Laboratório de Jogos do Curso de Sistemas e Mídias Digitais, localizado no bloco 1430 do Campus do Pici Prof. Prisco Bezerra, em Fortaleza. Os interessados em aprender novos jogos de tabuleiro eram orientados pelos integrantes do projeto. A previsão é que as atividades presenciais sejam retomadas no início de 2022.

Enquanto os encontros presenciais não ocorrem, o programa realiza atividades virtuais semanais sobre mecanismos de jogos analógicos. As ações, neste momento, são voltadas primordialmente para o aprofundamento em desenvolvimento de jogos. Atualmente, o IGREJOTA está em fase de planejamento de dois cursos on-line a serem realizados ainda neste semestre de 2021.2. Um deles com foco nas mecânicas dos jogos de tabuleiro e o outro sobre acessibilidade em jogos analógicos, voltado para pessoas com baixa visão.

Imagem: foto de um jogo de tabuleiro espalhado em uma mesa

ACESSIBILIDADE – O projeto de extensão Acessibilidade em Jogos Analógicos surgiu com o intuito de incentivar as pessoas que passaram por algum acidente ou degeneração ocular a participar de jogos de tabuleiro, visto que a falta de acessibilidade nesses espaços poderia ser um fator desmotivador para esse público. Esse cenário é comum nos jogos de tabuleiro, uma vez que eles são baseados no aspecto visual, diferentemente de jogos digitais, que contam com recursos sonoros.

O coordenador do projeto, Glaudiney Mendonça, professor do Curso de Sistemas e Mídias Digitais da UFC, chama a atenção para a falta de acessibilidade na sociedade em geral às pessoas com deficiências visuais. “Esse grupo não tem problemas, se adapta muito bem. O que existe é uma dificuldade, em decorrência da nossa sociedade ser pautada muito no visual”, aponta.

Atualmente, o projeto está adaptando dois jogos de tabuleiro, o Splendor e o Coup, que serão testados com o retorno das atividades presenciais. Entre as modificações constam: papel mais grosso para auxiliar no manuseio das cartas, aumento do tamanho da carta, aumento no contraste da imagem, texturas ao centro para diferenciar cada tipo de carta e aumento no tamanho dos símbolos e das fontes.

As adaptações são pensadas para que qualquer jogador, independente de ser não vidente, baixa visão ou vidente, tenha as mesmas chances de ganhar.

CONTRIBUIÇÃO – O Prof. Glaudiney Mendonça destaca a contribuição social da ação extensionista ao permitir interação e acessibilidade. “Esperamos com essa ação difundir a cultura de jogos de tabuleiro, bem como propiciar um espaço para interações sociais e divertimento aos participantes de dentro e de fora da Universidade”, comenta.

Bolsista do programa de extensão, Ulisses Silva, estudante de Sistemas e Mídias Digitais, atualmente concentra seus estudos para ser um desenvolvedor de jogos e salienta a importância da ação. “No geral é bem legal pra quem curte essa área de jogos de tabuleiro, foi superimportante pro meu próprio desenvolvimento como game designer”, relata.

Eli Rodrigo, bolsista do projeto Acessibilidade em Jogos Analógicos, reforça a contribuição das atividades para a inclusão. "É de suma importância que as tecnologias possam tornar nosso mundo igualitário, e hoje podemos desenvolver jogos analógicos nos quais pessoas com deficiência na visão ou não vidência podem jogar, integrar esse mundo de possibilidades e estudar na área", encerra o bolsista.

Para saber mais sobre o IGREJOTA e o projeto Acessibilidade em Jogos Analógicos, bem como os horários dos encontros, basta acessar o perfil do projeto no Instagram (@igrejotaufc) ou enviar e-mail para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

Com informações do blog Divulgando a Extensão.

Fonte: Prof. Glaudiney Moreira Mendonça Júnior, coordenador do IGREJOTA – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.