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Universidade Federal do Ceará amplia número de pesquisadores com bolsas de produtividade do CNPq

A Universidade Federal do Ceará conseguiu ampliar de 307 para 314 a quantidade de pesquisadores com bolsas de produtividade em pesquisa, as chamadas bolsas PQ, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), de acordo com o resultado preliminar da última chamada pública. As bolsas PQ são destinadas a pesquisadores que se destaquem na produção científica, tecnológica ou de inovação de qualidade na sua área de conhecimento e são divididas em cinco categorias de excelência: 1A, 1B, 1C, 1D e PQ2.

Imagem: Pesquisadora manipula equipamento em bancada de laboratório (Foto: Ribamar Neto/UFC)

Anualmente, o CNPq avalia cerca de um terço das bolsas concedidas. Na chamada mais recente, a UFC conseguiu aprovar 121 pesquisadores. Desses, 26 não eram bolsistas até então e outros 26 conseguiram subir de faixa. Os números são preliminares porque ainda cabe recurso do resultado, o que pode provocar alguma variação.

Um dos destaques da chamada foi o Prof. Paulo de Tarso Cavalcante Freire, que subiu de nível e foi o único 1A da atual chamada. Docente do Departamento de Física, ele trabalha com aplicação da espectroscopia Raman ao estudo de materiais submetidos a condições extremas de pressão e de temperatura.

Cinco pesquisadores atingiram o nível 1B: os professores Alejandro Ayala e Gil de Aquino (ambos do Departamento de Física) e Antônio Sérgio Sombra (Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Teleinformática e aposentado do Departamento de Física) mantiveram a bolsa; ao passo que os professores André Bezerra dos Santos e Francisco de Assis de Souza Filho (ambos do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental) foram promovidos a 1B. A UFC também registrou 18 pesquisadores com bolsa 1C, 20 com bolsa 1D e 77 com bolsa PQ2. 

O CNPq também divulgou o resultado das Bolsas de Desenvolvimento Tecnológico e Extensão Inovadora (DT), tendo os pesquisadores da UFC obtido oito delas. O objetivo dessas bolsas é valorizar pesquisadores que possuam clara participação em atividades de desenvolvimento tecnológico e extensão inovadora, associadas a uma prática regular e adequada de publicação científica dos resultados de seus trabalhos.

O destaque no resultado foram os professores Rossana Maria de Castro Andrade (Departamento de Ciência da Computação) e Yuri Carvalho Barbosa Silva (Departamento de Engenharia de Teleinformática), que foram promovidos da bolsa nível 2 para nível 1D. Ambos atuam na grande área de Tecnologia da Informação e da Comunicação (TICs).

“Temos observado um gradual  e contínuo aumento do total de bolsistas de produtividade na UFC ao longo do tempo. Considerando que o número total de bolsas está constante já há alguns anos, esse aumento só pode significar uma capacidade competitiva cada vez maior do nosso corpo de pesquisadores”, avalia o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Prof. Rodrigo Porto.

Imagem: Foto do Prof. Rodrigo Porto, pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UFC

Para ele, o resultado reflete não só o mérito dos pesquisadores e, de forma extensiva, dos discentes dos programas de pós-graduação, mas também da gestão da Universidade que, ao longo dos anos, tem tomado iniciativas para estimular as atividades de pesquisas.

O pró-reitor cita como exemplo dessas ações o recente edital com 40 vagas para professor visitante nacional ou estrangeiro. “Esse edital visa contratar professores e cientistas que reforcem nossos programas de pós-graduação trazendo experiência, novos conhecimentos e gerando novas linhas de pesquisa. Outra ação significativa é a estruturação do setor de patentes da UFC que atualmente atende com mais celeridade e presteza aos pesquisadores envolvidos com inovação tecnológica. São ações institucionais com o objetivo de facilitar a expressão e o reconhecimento do talento dos pesquisadores da UFC”, diz.

EDITAL UNIVERSAL  –  Recentemente, o CNPq também divulgou o resultado de seu edital universal, um dos mais tradicionais programas de apoio à pesquisa científica, tecnológica e de inovação, uma vez que abre espaço tanto para jovens doutores como para pesquisadores seniores. Neste ano, a UFC conseguiu aprovar 34 projetos de pesquisa, totalizando recursos em torno de R$ 3 milhões.

Entre os aprovados, o projeto do Prof. Reinaldo Oriá, da Faculdade de Medicina, foi o que obteve a maior captação, com valor de R$ 220 mil. O grupo do pesquisador se debruça sobre um grave problema da região amazônica: a contaminação crônica das populações ribeirinhas por metilmercúrio, um composto altamente neurotóxico, resultante do uso de mercúrio no garimpo ilegal. Além dos efeitos neurotóxicos, o grupo já identificou que ele também pode trazer riscos cardiovasculares. Em paralelo, os pesquisadores já conseguiram comprovar, em modelos animais, os efeitos neuroprotetores da castanha-do- pará contra o metilmercúrio.

“A ideia do projeto é criar uma rede colaborativa nacional e internacional para avaliar os efeitos da castanha-do-pará, nativa da Amazônia, e do selênio contra a intoxicação do metilmercúrio”, diz. “Caso esse trabalho encontre efeito benéfico da castanha-do-pará  – isoladamente ou com selênio  –, a gente pode fazer uma recomendação da população local ter esse reforço nutricional, já que é de fácil acesso”, completa o Prof Oriá.

FUNCAP – Além do CNPq, a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP) também divulgou o resultado de seu edital universal. Das 57 propostas aprovadas, 34 foram da UFC, totalizando R$ 2,3 milhões de investimento em pesquisa para a Universidade. Entre os contemplados está a Profª Francisca Soares de Araújo, do Departamento de Biologia, com a pesquisa sobre processo de estruturação de comunidades e padrões espaciais de população e gradientes de estresse abiótico. 

No trabalho, a Profª Francisca Soares irá testar duas hipóteses que tentam explicar como as comunidades ecológicas, notadamente vegetais, variam espacial e temporalmente. “Se soubermos como a vegetação responde a essas variações ao longo desse gradiente de estresse, temos como inferir o efeito do aquecimento global nas espécies  – quais as mais suscetíveis a desaparecer e quais podemos usar em cada ambiente para restaurar áreas degradadas”, explica. “Nosso objetivo, portanto, é ter técnicas mais eficazes de recuperação dessas áreas e, ao mesmo tempo, evitar que muitas espécies sejam extintas em consequência das mudanças climáticas”, resume.

Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação  – Fone: (85) 33669943

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