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Hospital Universitário Walter Cantídio celebra 20º aniversário de sua primeira cirurgia bariátrica

O Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará, administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), celebra, nesta terça-feira (15), 20 anos da realização de sua primeira cirurgia bariátrica. Somente nos últimos seis anos, o HUWC realizou 259 cirurgias bariátricas. Todos os procedimentos no hospital, que tem na assistência a principal metodologia de ensino, são 100% via Sistema Único de Saúde (SUS).

A data é um marco na história dos serviços de Cirurgia do HUWC, pois, segundo o superintendente do Complexo, Prof. Carlos Augusto Alencar Júnior, a pesquisa e a inovação sempre andaram de mãos dadas com a assistência, possibilitando alternativas seguras de tratamento e uma formação de excelência aos residentes de Cirurgia Digestiva e demais estudantes das áreas da saúde.

Imagem: equipe multidisciplinar do Hospital da UFC

A obesidade é um problema de saúde pública e já é considerada uma doença endêmica. Está relacionada a outras complicações como infartos, diabetes, hipertensão, doenças articulares, e até como fator de risco de cânceres. Por isso, o serviço de cirurgia bariátrica tem uma importância fundamental.

O Prof. Fernando Siqueira, chefe do Serviço de Cirurgia Bariátrica do HUWC, explica que “a bariátrica é o tipo de cirurgia mais recomendado para obesidade de graus 2 e 3. Esses graus são definidos de acordo com o Índice de Massa Corporal (IMC), que consiste em dividir o peso pela altura ao quadrado do paciente. Para ser eleito à cirurgia, é necessário que o índice seja maior do que 35, o que já caracteriza obesidade nível 2”.

A primeira operação foi realizada em 2002, utilizando a técnica by-pass gástrica em Y de Roux, com aposição de anel de silastic, técnica padrão ouro da época, e acesso laparotômico. A cirurgia foi necessária devido ao quadro de obesidade, hipertensão e diabetes em estágio de insulinoterapia. A equipe cirúrgica foi liderada pelos cirurgiões Prof. Heládio Feitosa e Heine Machado, e os anestesiologistas Olavo Magalhães e Lorena Vasconcelos.

Desde então, as técnicas e os recursos vêm evoluindo rapidamente. A aposentada Ivete Chaves, de 61 anos, por exemplo, precisou ser submetida à bariátrica em novembro de 2018 devido ao quadro de obesidade e à hipertensão arterial não regulada, apesar do uso de medicamentos. Ela se submeteu ao procedimento sleeve gástrico e é acompanhada há três anos pelos profissionais do HUWC.

“Não me arrependo de nada, se pudesse teria feito antes. Os benefícios foram muitos, inclusive voltar a viver uma vida que não tinha antes, dançar, correr e me divertir. Vou para a academia e faço exercícios diariamente. Também tive benefícios para a minha saúde, pois não tomo mais medicação para a pressão [arterial]”, comemora.

EVOLUÇÃO – Desde 2014, as operações são realizadas por videolaparoscopia, cirurgia minimamente invasiva do abdômen e de seus órgãos internos, conforme explica o Prof. Heládio Feitosa, médico do Serviço de Cirurgia Geral do HUWC. “Isso possibilita aos nossos pacientes os mesmos avanços técnicos disponíveis na saúde suplementar, como convênios e seguros saúde”, destaca.

Imagem: Prof. Heládio Feitosa

Responsável pela primeira cirurgia, o Prof. Heládio Feitosa ainda faz parte de uma das duas equipes voltadas ao procedimento que atuam no HUWC. Ele observa que houve uma grande evolução e um dos principais avanços é contar atualmente com a linha de cuidado em obesidade, formada por equipe multidisciplinar de profissionais de várias especialidades médicas e não médicas, como endocrinologistas, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas e educadores físicos.

O Prof. Fernando Siqueira enfatiza que “a equipe multidisciplinar é essencial, uma vez que a obesidade é uma doença de causa multifatorial. Existem alterações endocrinológicas, questões comportamentais, nutricionais e hereditárias, por isso o paciente precisa ser tratado por vários profissionais”. Ele acrescenta que a operação leva a uma perda de peso considerável e duradoura, mas os pacientes ainda seguem com necessidade de acompanhamento para tratar das demais áreas.

“Olhando retrospectivamente vemos que fizemos muito. Mas o que nos alegra é que ao nosso pioneirismo seguiram-se novos serviços na área do SUS, como o Hospital César Cals e o Hospital José Martiniano de Alencar”, comemora o Prof. Heládio Feitosa.

Fonte: Unidade de Comunicação Social do Complexo Hospitalar da UFC/EBSERH – fones: (85) 3366 8577 e 3366 8183

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