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Programa Nacional Olimpíadas de Química premia na UFC vencedores entre quase 375 mil concorrentes

Aos 18 anos, Miguel Ângelo já é orgulho entre os pouco mais de 21 mil habitantes do pequeno município de Feira Nova, no agreste pernambucano. Contrariando as probabilidades, como ele mesmo diz, o aluno do 3º ano do ensino médio da escola pública Antônio Inácio já acumula mais de 10 medalhas em competições regionais e nacionais de olimpíadas científicas. Na última sexta-feira (24), ele esteve na Universidade Federal do Ceará para receber mais uma condecoração para sua coleção.

Imagem: estudante do ensino médio mostra medalha

Carregando a bandeira de seu estado e a de sua escola, o aluno foi medalha de prata na Olimpíada Norte/Nordeste de Química, cujos vencedores foram premiados no Auditório da Faculdade de Direito da UFC. A competição integra o Programa Nacional Olimpíadas de Química (PNOQ), um projeto educacional promovido pela UFC em parceria com a Universidade Federal do Piauí (UFPI) e realizado pela Associação Brasileira de Química (ABQ). O programa reúne quatro olimpíadas nacionais (Olimpíada Brasileira de Química, Olimpíada Brasileira de Química Júnior, Olimpíada do Ensino Superior de Química e Olimpíada Nacional Feminina de Química), 27 olimpíadas estaduais, uma do Distrito Federal e uma olimpíada regional (Norte e Nordeste).

“Acho que os prêmios me mostraram que sou capaz, independentemente de onde venho, mesmo concorrendo com as grandes escolas privadas”, reflete Miguel Ângelo. Com medalhas em olimpíadas de matemática, física, biologia e geografia, entre outras disciplinas, o aluno diz que começou a buscar as competições por conta própria. E assim plantou a semente no município: hoje, Feira Nova já possui diversos outros medalhistas. E sua escola tornou-se referência, ao investir em preparações para os campeonatos, após observar o desempenho do aluno. 

“Minha escola era o patinho feio. Hoje, todos querem estudar lá. É muito lindo o que a gente construiu ali, os gestores, os professores e o corpo discente. Se antes parecia coisa de outro mundo concorrer em olimpíadas, hoje competimos no mesmo nível”, destaca. 

Imagem: auditório da Faculdade de Direito repleto de pessoas para a cerimônia

Para chegar à medalha recebida na última sexta-feira, o desafio de Miguel Ângelo foi grande. O PNOQ registrou, em 2023, 375 mil estudantes inscritos, provenientes de 4.497 escolas de todo o Brasil. Desse total, 172 receberam medalhas, do ensino fundamental ao ensino superior.

“A olimpíada é como se fosse uma motivação, tem o efeito de uma mola, que impulsiona esses meninos a estudarem. E a gente vê que o nível dos estudantes melhora bastante ao participarem de olimpíadas científicas”, considera a coordenadora do Programa Nacional Olimpíadas de Química, Nilce Viana Gramosa Pompeu de Sousa Brasil, professora do Departamento de Química Orgânica e Inorgânica da UFC.

Veja outras imagens do evento no Flickr da UFC

A coordenadora explica que o programa tem buscado incentivar uma participação cada vez maior de estudantes, especialmente os provenientes de escolas públicas. Também tem investido na participação de meninas, com a criação da Olimpíada Nacional Feminina de Química, que este ano celebrou sua primeira edição. O programa alcança desde alunos do sexto ano do ensino básico até os estudantes do ensino superior. 

Um dos medalhistas de ensino superior de 2013 foi Matheus Rocha do Nascimento, 24, que está concluindo o Curso de Engenharia Química na UFC. Ele saiu da solenidade com a medalha de ouro na categoria Química Analítica da Olimpíada Brasileira de Química e a de prata na classificação geral. Desde o ensino médio, ele participa das olimpíadas, mas esta foi a primeira vez que foi premiado. “Estou muito feliz. A luta é grande, mas a recompensa é valiosa”, comemora o estudante, que já atua no mercado como assistente de processos industriais. “O pessoal do trabalho vai levar um susto, porque não disse pra ninguém que tinha participado das olimpíadas.”

Imagem: Matheus Rocha do Nascimento recebe suas medalhas

Presente na cerimônia, o presidente da Associação Brasileira de Química, Prof. Jean Carlo Antunes Catapreta, destacou a importância de se realizarem olimpíadas de Química para incentivar o ensino dessa disciplina, “que está presente em todo momento, nas atividades do dia a dia de todas as pessoas”. “Quase 400 mil estudantes iniciaram essa competição para chegar até vocês que estão aqui. Vocês são o que há de melhor nos estudos de Química do Brasil”, destacou.

A coordenadora-geral de Popularização da Ciência e Tecnologia do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luana Bonone, salientou a relevância do evento na valorização de estudantes e professores que participam do processo. E reforçou: “A juventude é formada por cidadãos de direitos. É direito dos jovens terem uma educação de qualidade que os preparem para contribuir com o crescimento do Brasil”.

O PNOQ conta com o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Conselho Federal de Química (CFQ), da Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM), além de universidades federais, institutos federais e universidades estaduais em diferentes estados.

Ainda estiveram presentes na cerimônia a secretária da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará, Sandra Maria Nunes Monteiro; os presidentes de honra do Programa Nacional Olimpíadas de Química, professores Sérgio Maia Melo e José de Arimatéia Dantas Lopes; o pró-reitor de Graduação da UFC, Prof. Davi Romero de Vasconcelos; a vice-diretora do Centro de Ciências da UFC, Profª Cristina Paiva da Silveira Carvalho; e a titular da Coordenadoria de Formação e Curricularização da Extensão, da Pró-Reitoria de Extensão da UFC, Profª Maria Edvani Silva Barbosa.

Fonte: Profª Nilce Viana Gramosa Pompeu de Sousa Brasil, coordenadora do Programa Nacional Olimpíadas de Química – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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