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Projeto UFC Autobots é destaque em premiações e promessa em automatização de tarefas manuais em ambiente digital 

Em evidência e acelerado desenvolvimento nos últimos dois anos, os chamados bots de automação chegaram para ficar nos processos operacionais de empresas, órgãos públicos e organizações privadas. Seja na automatização de tarefas repetitivas, seja nos fluxos de trabalho, esses robozinhos são softwares desenvolvidos especificamente para realizar diferentes funções – desde envio de e-mails e coleta de informações até análise de dados. Entre os mais conhecidos do público, estão os chatbots (robôs de atendimento, muito comuns em sites e redes sociais) e os assistentes virtuais, como Siri e Alexa (bem mais complexos, baseados em inteligência artificial e aprendizado de máquina). 

Foi pensando justamente em automatizar tarefas manuais repetitivas, com o objetivo de facilitar o trabalho das equipes e, ao mesmo tempo, melhorar a operação de suas unidades, que o servidor Márcio Correia, analista de TI da Superintendência de Tecnologia da Informação (STI) da Universidade Federal do Ceará idealizou o UFC Autobots, um software que permite a criação e execução de bots dedicados à automatização de etapas de processos que envolvem sistemas não integrados.

Equipe de seis pessoas (dois homens à esquerda, duas mulheres ao centro e dois homens à direita) posa para foto com as mãos estendidas ao centro, segurando um troféu em formato de placa, nas cores azul e branco

Traduzindo: imagine um setor que cuida de determinado processo envolvendo coleta e inserção de dados entre dois ou mais sistemas não integrados (eles não “conversam” entre si). Essa inserção precisa ser realizada manualmente por um funcionário, que “copia” e “cola” as informações várias vezes, de um sistema para outro. Chato, além de bastante passível de erros. Com o UFC Autobots, é possível criar um robô para receber esses dados e realizar a tarefa.

“Pense em um funcionário usando um sistema como se estivesse fazendo uma ‘coreografia’, um conjunto de passos que ele faz movendo o mouse, clicando em botões, copiando e colando informações de um lado para o outro. São esses passos que podemos automatizar, através do uso de robôs. Ele vai repetir de forma muito mais rápida essa ‘coreografia’ que o usuário precisaria fazer várias vezes”, compara Correia.

INÍCIO DA JORNADA – Em 2022, o UFC Autobots era uma ideia na cabeça do servidor. Na STI, Correia já trabalhou como responsável pelo planejamento e mapeamento de processos; então, já havia percebido que esse problema (das tarefas manuais repetitivas) existia em diferentes locais da administração da Universidade. Foi quando conheceu o Hackathon Inovan’do UFC – Programa de Inovação Colaborativa, idealizado pela Pró-Reitoria de Relações Interinstitucionais (PROINTER).

O programa tem como objetivo estimular projetos que ofereçam soluções para problemas reais trazidos por distintas unidades da UFC, de forma empreendedora e inovadora, por servidores e estudantes. Foi a oportunidade ideal para transformar a ideia em projeto. Correia esperou sair o edital do programa neste ano (Edital nº 09/2023), falou com colegas, montou uma equipe e, juntos, eles inscreveram a proposta.  

gif animado de uma página de sistema digital

Além do próprio Márcio Correia, o time é formado por Esrom Bonfim, também da STI, responsável pelo acompanhamento da equipe de desenvolvimento do projeto, pela análise de requisitos da solução e pela prototipação das interfaces; por Daniele Suliano e Karine Portela (Divisão de Formação Profissional – DIFOP da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas – PROGEP), que realizaram o mapeamento do processo, ajudando a compreender o problema e validar a solução proposta; e pelos bolsistas Luiz Gustavo Costa e Enzo Lozano Abreu, do Curso de Ciência da Computação, que colaboraram no desenvolvimento da solução.

De 12 projetos inscritos, cinco foram selecionados, e o UFC Autobots ficou em primeiro lugar, sendo contemplado com quatro bolsas. A solução começou a ser desenvolvida em maio deste ano. “Ela é baseada em um sistema web que permite ao usuário de uma unidade da UFC utilizar nossa solução para executar esses robôs de forma remota dentro da infraestrutura da STI”, detalha Correia.

PROTÓTIPO EM DESTAQUE – Na linguagem dos negócios, o chamado Produto Viável Mínimo (MVP, em inglês) é a versão mais simples e enxuta de um produto, empregando o mínimo possível de recursos para entregar a principal proposta de valor da ideia. O MVP do UFC Autobots incluiu um bot de automação para ser utilizado como piloto na DIFOP/PROGEP, em algumas tarefas manuais de processos complexos não integrados (não suportados pelo Sistema Integrado de Informações Institucionais da UFC – SI3).

Agora, oito meses depois, esse robozinho arrematou outro primeiro lugar para Correia e sua equipe, em uma nova rodada de apresentações (chamada DemoDay) promovida pela PROINTER nos dias 6 e 7 de dezembro, para três de seus programas de inovação, entre eles o Inovan’do UFC.

“Ganhamos o Prêmio Destaque de Inovação 2023. Daqueles cinco projetos selecionados pelo edital em maio e desenvolvidos ao longo do ano, o nosso foi tido como destaque”, comemora Correia. “Conseguimos demonstrar na prática a viabilidade da solução, aumentar a velocidade de processos, eliminar erros manuais e diminuir drasticamente o retrabalho”, completa.

AMPLIAÇÃO – Com o Produto Viável Mínimo em mãos, agora a equipe inicia outra etapa. Primeiro, de colocar a solução em um ambiente de produção da STI, para que ela possa ser utilizada por toda a UFC; depois, de desenvolver novos bots para automação de tarefas de outros processos da Universidade.

“Nesse momento, aumentar a visibilidade do projeto é fundamental. A comunidade acadêmica precisa conhecer as possibilidades dessa solução, que tipos de processos ela pode ajudar a automatizar, para poder demandar a criação de novos bots a partir do nosso sistema”, explica Correia. “Queremos transformar o UFC Autobots em um projeto estratégico para o ano de 2024”, conclui.

Fonte: Márcio Correia, analista de TI da Superintendência de Tecnologia da Informação (STI) – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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