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Projeto Fábrica de Programadores capacita estudantes de ensino médio e premia jogo que auxilia crianças com autismo

A oportunidade de “aprender programação jogando” converteu o amor da estudante de ensino médio Tamires Frota pelo irmão mais novo, de três anos, em um jogo que auxilia crianças com espectro autista a aprender palavras por meio de repetições. O Mundo de Aprendizado do Yan (MAY) foi o projeto vencedor do segundo ciclo do Fábrica de Programadores – Aprendendo a Programar com Games, realizado pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e pela Fundação Demócrito Rocha (FDR). Os três primeiros colocados receberam os prêmios na última segunda-feira (18), na Fábrica de Negócios, em Fortaleza.

Imagens: Professores e estudantes durante a premiação do Fábrica de Programadores

No Fábrica de Programadores, projeto de extensão elaborado por professores do Campus de Quixadá, os jovens estudantes participam de curso sobre princípios de programação voltados para jogos de computador. São 12 módulos, divididos em programação, ideação, conceitos de jogos e apresentação de produto tecnológico. As videoaulas e os materiais didáticos são produzidos por professores da UFC. A formação dá direito a certificado emitido pela FDR e pela Universidade aos participantes.

Tamires Frota tem 16 anos e é aluna da Escola Comendador Miguel Gurgel, em Fortaleza. Ela explica que a ideia do game surgiu ao observar Yan no dia a dia. “Meu irmão é autista não verbal. Percebi que com a repetição de letras e números que ele via em vídeos no YouTube, ele aprendia mais rápido algo que era difícil para ele. Então eu pensei: por que não criar um jogo para ajudar crianças que passam pelas mesmas dificuldades que ele? Como o MAY é um jogo educativo, tem a capacidade de ensinar não só crianças autistas, mas também toda criança que se interessar e quiser jogar”, relata.

A Profª Viviane Menezes, do Campus de Quixadá, é uma das responsáveis pelo projeto. Ela explica que o objetivo principal da ação é popularizar o acesso ao conhecimento de programação. “Mostramos de forma simples que os participantes podem construir seus próprios aplicativos e jogos. Assim, buscamos despertar o interesse desses jovens em seguir uma carreira em tecnologia da informação. Os projetos finais submetidos pelos alunos são incríveis e mostram que eles não só aprenderam a programar, mas também que conseguiram utilizar o que aprenderam para solucionar problemas de suas próprias vivências.”

Imagem: Tamires Frota recebe o prêmio

Nessa edição, o projeto dobrou a quantidade de participantes, alunos do ensino médio de escolas públicas, para dois mil. No total, foram 15 finalistas, sendo oito do Interior e sete da Capital. O segundo e o terceiro lugar foram alcançados, respectivamente, pelos estudantes Maria Tânia Ferreira de Santa, com o jogo “Química play”; e Kauã Severino de Moura, com o “Labirinto do minotauro”. Ambos são alunos da EEEP Vereador José Batista Filho, do município de Alto Santo, no Interior cearense.

A intenção de Tamires Frota agora é utilizar o prêmio para dar continuidade ao trabalho. “Quando chamaram o nome do meu jogo na premiação, fiquei extremamente feliz, não consigo explicar em palavras. O MAY tem uma causa sensacional por trás, que com certeza terá continuidade. Com a ajuda do notebook que ganhei, vai ficar muito mais fácil, vou conseguir dar continuidade a esse projeto lindo”, comemora.

APRENDER E ENSINAR – Nesse segundo ciclo, o número de estudantes da UFC no projeto dobrou para 40. Os universitários são contratados pela FDR para atuar como tutores dos estudantes mais jovens. Sabrina Colares, do Curso de Ciência da Computação do Campus de Quixadá, revela que ficou entusiasmada com o projeto assim que ouviu falar dele e percebeu essa mesma animação em alunos de diversas faixas etárias, principalmente durante o evento de encerramento.

“Eu pensei: ‘que ótima ideia, introduzir jovens à programação por meio de jogos’. Como tutora, testemunhar o progresso e paixão dos alunos mais dedicados reforça a importância dessa iniciativa para moldar um futuro promissor, capacitando os jovens não apenas para as demandas tecnológicas crescentes, mas também para explorar e inovar em diversas áreas, como a dos games, promovendo uma base sólida para futuro profissional e pessoal deles", declara.

Fonte: Profª Viviane Menezes, do Campus da UFC em Quixadá - e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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