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Agência UFC: Pesquisadores iniciam estudo que poderá identificar transtorno do espectro autista de forma precisa e precoce

Estudos científicos estimam que hoje no mundo, em cada 45 partos, um deles é de uma criança que se encontra em algum nível do transtorno do espectro autista (TEA). Apesar do elevado número de casos, ainda não existe disponível um método exato de diagnóstico, prognóstico ou marcadores biológicos que possam predizer a condição.

Porém, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Ceará, em parceria com a Universidade Estadual do Ceará (UECE) e com o Instituto da Primeira Infância (IPREDE), iniciou, neste mês de maio, um estudo pioneiro no sentido de superar essa incerteza. A expectativa é que os resultados da pesquisa possam permitir, em alguns anos, a identificação do autismo de forma precisa e precoce, possivelmente já no teste do pezinho.

Imagem: Estudo identificará proteínas presentes no sangue e na urina de crianças dentro do espectro autista (Foto: Viktor Braga/UFC)

O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento ligado ao comportamento. Conforme o Prof. Sulivan Mota, do Departamento de Saúde Materno-Infantil da Faculdade de Medicina da UFC, o diagnóstico do transtorno é feito de forma subjetiva, através da observação das características no comportamento, o que só é possível de forma mais precisa em crianças de 2 anos e meio a 3, quando cedo. 

O professor, que é também o presidente do IPREDE, é um dos integrantes do grupo de pesquisa que irá examinar o sangue e a urina de crianças nascidas na Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (MEAC), com o objetivo de buscar essa precisão no diagnóstico de maneira precoce. O intuito da investigação é verificar se, nesses fluidos, é possível identificar proteínas que sejam específicas de pessoas que se encontram dentro do espectro autista

Essa será a segunda etapa de estudos com a população com TEA feita pela mesma equipe de pesquisadores. Na primeira, realizada de novembro de 2020 a novembro de 2021, foram analisadas amostras de saliva de 75 crianças atendidas pelo IPREDE, das quais 34 previamente diagnosticadas com TEA e outras 41 sem o transtorno.

A pesquisa apontou 25 proteínas que só estavam presentes em crianças com TEA. Dessas 25 proteínas, 8 são consideradas pelos pesquisadores como possíveis biomarcadores, isto é, identificadores biológicos de pessoas com essa condição. A pesquisa com sangue e urina, portanto, é um novo passo em busca desse diagnóstico. “Se essas proteínas estão no sangue, por que não encontrá-las no teste do pezinho, que utiliza o sangue, não é?”, projeta. 

Esse estudo pioneiro é o tema da reportagem desta semana da Agência UFC, o canal de divulgação científica da Universidade. A matéria esclarece como serão feitos os testes e de que forma eles podem contribuir para um diagnóstico preciso e precoce do TEA, impulsionando os resultados positivos dos tratamentos.

Fonte: Prof. Sulivan Mota, do Departamento de Saúde Materno-Infantil da Faculdade de Medicina da UFC e presidente do IPREDE – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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