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Morre B. de Paiva, criador do Teatro Universitário e Doutor Honoris Causa da UFC

A Universidade Federal do Ceará comunica com profundo pesar o falecimento, na madrugada desta terça-feira (31), do professor, dramaturgo, ator, escritor e gestor cultural José Maria Bezerra de Paiva, conhecido nacionalmente como B. de Paiva, aos 90 anos. Referência na vida cultural cearense e nacional, na UFC ele foi criador do Teatro Universitário Paschoal Carlos Magno, lecionou no Curso de Arte Dramática, antigo CAD, e desenvolveu diversas ações de extensão. Em 1992, o Conselho Universitário da UFC aprovou a concessão do título de Doutor Honoris Causa a ele, honraria entregue no dia 2 de setembro de 1994.

O velório será realizado a partir do meio dia na funerária Fort Plano (avenida João Pessoa, 4584). O sepultamento está marcado para as 16h no Cemitério São João Batista, em Fortaleza.

Imagem: O cearense B. de Paiva se notabilizou como professor, dramaturgo, ator, escritor e gestor na cena da educação, da arte e da cultura do Brasil (Foto: reprodução do acervo da família)

Nascido em Fortaleza em 6 de novembro de 1932, B. de Paiva se notabilizou em mais de 500 produções em teatro, rádio, TV e cinema, além de sua atuação como professor e gestor cultural no Ceará, Brasília e Rio de Janeiro.

Ele iniciou a carreira na capital cearense ainda na década de 1940, tornou-se expoente na história da dramaturgia cearense ao fundar, com outros artistas locais como Marcus Miranda e Haroldo Serra, já falecidos, o Teatro Experimental de Arte. Nos anos 1960, colaborou para a criação da Secretaria da Cultura do Estado e dirigiu o Teatro José de Alencar.

Com renomada carreira como artista e professor de Teatro no Ceará, no fim dos anos 1970, B. de Paiva se mudou para Brasília. Na capital federal, foi docente da Universidade de Brasília (UnB), participou da criação do Ministério da Cultura e dirigiu instituições como a Fundação Brasileira de Teatro (FTB), Fundação Nacional de Arte (FUNARTE) e Teatro Nacional.

B. de Paiva também morou no Rio de Janeiro, onde, além de sua atuação artística, foi criador do primeiro curso superior de Teatro na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), instituição do qual foi reitor.

RÁDIO, TV E CINEMA – B. de Paiva dirigiu e atuou em rádio, com adaptações de peças famosas. Em teatro, participou de clássicos do palco nacional, como O pagador de promessas (1962), e clássicos gregos, como Antígona (1963). Nos anos 1970 e 1980 também teve participações como ator de TV em seriados como Plantão de polícia e na minissérie Lampião e Maria Bonita, da TV Globo. 

Imagem: Na foto, em visita à Reitoria, nos anos 1970, B. de Paiva (ao centro) está ladeado pelo Prof. Faustino Albuquerque e poeta Milton Dias (Foto: acervo do Memorial da UFC)

No cinema, B. de Paiva tem seu nome destacado em produções como Tigipió, uma questão de amor e honra, de Pedro Jorge de Castro (1985); A república dos anjos, de Carlos del Pino (1991); A TV que virou estrela, de Yanko del Pino e Marcio Curi (1993); O calor da pele, de Pedro Jorge de Castro (1994); Corisco e Dadá, de Rosemberg Cariry (1996); Milagre em Juazeiro, de Wolney Oliveira (1999); Lua Cambará – nas escadarias do palácio, de- Rosemberg Cariry (2002); e Bezerra de Menezes: o diário de um espírito, de Glauber Filho (2008).

Depois de 20 anos fora do Ceará, indo e voltando sempre ao Estado, B. de Paiva retornou de vez a Fortaleza em 2014. Continuou atuante nos meios culturais, sendo diretor do Colégio de Direção do Instituto Dragão do Mar e participante da Fundação Amigos do Theatro José de Alencar.

REFERÊNCIA – Para o reitor da UFC, Prof. Cândido Albuquerque, B. de Paiva deixa um importante legado como personalidade cultural do País. Além de sua relevância para a UFC, é uma referência local e nacional tanto como artista e gestor quanto como um mestre formador de várias gerações que atuam no universo da arte e cultural brasileiro.

Neste momento de profunda dor, a UFC se solidariza como familiares e amigos de B. de Paiva, que deixa três filhos, cinco netas e viúva, Lurdinha Martins.

A Secretaria de Cultura da UFC divulgou nota prestando solidariedade à família, amigas e amigos do dramaturgo B. de Paiva

 Outra homenagem da UFC a B. de Paiva foi feita em nota do Teatro Universitário Paschoal Magno.

Fonte: Coordenadoria de Comunicação e Marketing da UFC – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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