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MAUC abre sábado (11) exposição "Im[per]manências", da artista plástica e professora Aline Basso

O Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará (MAUC) inaugura no próximo sábado (11), às 9h, a exposição Im[per]manências, de Aline Basso. A artista é professora adjunta do Instituto de Cultura e Arte (ICA) da UFC e coordena o Programa de Extensão Desenhando no Museu, em parceria com o MAUC. Composta por 29 desenhos e uma instalação, a mostra é resultado do processo prático da tese de doutorado intitulada “Im[per]manências: estudos sobre desenho à luz dos manuais de pintura chineses”, defendida por ela, em 2020, na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, em Portugal.

O conceito budista da impermanência, de que tudo o que existe é transitório e está fadado a desaparecer, permeia o trabalho de Aline, cujo objetivo foi debater e experimentar, na prática do desenho, a aplicação das regras de pintura contidas em dois manuais de pintura chineses dos séculos XVII e XVIII. A exposição tem curadoria de Saulo Moreno, coordenador do Núcleo Educativo do MAUC.

Imagem: Detalhe de uma das obras da série eu-objeto da exposição Im[per]manências, de Aline Basso (Imagem: Divulgação)

Aline Basso explica que o corpo da exposição foi dividido em três séries: não-objeto, outro-objeto e eu-objeto, todas elas desenvolvidas paralelamente aos estudos teóricos da tese. A artista detalha que “a série não-objeto é composta pelos trabalhos ‘abstratos’, ou seja: não há um objeto de referência para a construção desses desenhos. Eles são feitos a partir de um referencial de linhas, manchas e bordado que já existiam na minha ‘biblioteca’ de formas conhecidas, digamos assim.”

Sobre a série outro-objeto, Aline comenta “apoia-se na figura humana como objeto de contemplação. Nesses desenhos eu trabalho com modelos vivos e a discussão gira em torno de como eu percepciono o real e de como eu o referencio nos desenhos”.

Já a série eu-objeto é composta por autorretratos feitos ao espelho. “Neles eu sou a que desenha e a que é desenhada, construindo uma relação um bocado mais complexa de contemplação e referenciação do real”.

A artista afirma que "perceber este continuum impermanente foi fundamental para o desenvolvimento das reflexões, afinal, o desenho é também um continuum, é movimento. Desenhar é entregar-se a esse fluxo. Compreender que um desenho não é apenas o resultado, mas o processo, estabelece outra relação com a prática artística. Muito mais intensa e clara."

Nos desenhos, a artista utilizou a técnica de nanquim e grafite sobre papel e algumas obras, como mencionado, têm detalhes em bordado. Quanto à instalação, Aline Basso esclarece que se trata de “uma experiência de fragmentação. Ela envolve a ideia de que tudo o que existe, vai fragmentar-se e desaparecer. É o princípio da impermanência, talvez a principal lei que rege a existência. Essa obra ainda está em processo, ela vai ser definida quando iniciarmos a montagem. A base dela será o papel e a costura.”

Imagem: Na série outro-objeto, os desenhos se apoiam "na figura humana como objeto de contemplação" (Imagem: Divulgação)

VISITAS – A exposição Im[per]manências fica em cartaz até o dia 24 de março, sendo aberta a todos os públicos. O Museu de Arte da UFC está localizado na Av. da Universidade, 2854, Benfica, e funciona de segunda a sexta-feira (exceto feriados), das 8 às 12h e das 13 às 17h. Aos sábados, quando o horário é previamente divulgado, o funcionamento costuma ser das 9h às 13h. A entrada e o estacionamento são gratuitos.

Fontes: Aline Basso, professora do ICA e artista plástica – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.; e Museu de Arte da UFC – fone: (85) 3366 7481 / e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Endereço

Av. da Universidade, 2853 - Benfica, Fortaleza - CE, CEP 60020-181 - Ver mapaFone: +55 (85) 3366 7300