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UFC e FIOCRUZ/Bio-Manguinhos assinam acordo de cooperação; objetivo é desenvolver medicamentos para tratamento de câncer

A Universidade Federal do Ceará e a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) – através do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), que conta com uma unidade no município de Eusébio, no Ceará – assinaram um acordo de cooperação, nessa quarta-feira (22), durante cerimônia na Reitoria da UFC. O objetivo da parceria é desenvolver medicamentos que serão utilizados no tratamento de câncer.

O foco inicial será em fármacos que auxiliem no combate ao câncer de pulmão, por meio da produção em laboratório de anticorpos do tipo monoclonais, ou seja, específicos para uma única região do antígeno (substância estranha ao organismo que desencadeia a produção de anticorpos).

Imagem: Várias pessoas dispostas ao redor de uma mesa, durante cerimônia de assinatura da cooperação entre UFC e Bio-Manguinhos (Foto: Ribamar Neto/UFC)

A produção dos anticorpos será feita pela Bio-Manguinhos em parceria com a Plantform – empresa biofarmacêutica canadense. A UFC ficará responsável por validar os anticorpos produzidos, por meio de testes clínicos em animais, a serem realizados no Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM), vinculado à Faculdade de Medicina.

CONTEXTO – Atualmente, já existem medicamentos direcionados ao câncer de pulmão, produzidos em outros países. Porém, por estarem protegidas por patente, essas drogas têm produção bastante restrita e, consequentemente, possuem custo elevado. Essas patentes terão seu prazo expirado em 2028. A partir de então, outras instituições que dominem a técnica podem solicitar autorização para produzir e oferecer o produto, conhecido nesse caso como biossimilar.

Com o acordo entre UFC e Bio-Manguinhos, a ideia é ter todo o processo preparado para que, logo que as patentes deixem de valer, a produção em larga escala possa ser iniciada no Brasil, resultando na disponibilização de novos medicamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“Esse convênio é muito importante para o desenvolvimento de medicamentos, de alta importância para o País no tratamento de câncer. Começa com o tratamento de câncer de pulmão, mas há várias outras indicações que se pode ampliar. [...] Viemos firmar hoje essa parceria com a UFC para usar essa complementariedade entre as duas instituições federais, para completar o desenvolvimento, os estudos clínicos e trazer esse medicamento para o País e para o SUS”, afirma o vice-diretor de Desenvolvimento Tecnológico da Bio-Manguinhos, Sotiris Missailidis. Ele explica que a intenção é que os novos fármacos sejam produzidos na unidade da instituição no Eusébio.

COLABORAÇÃO ESTRATÉGICA – O projeto é coordenado na UFC pela Profª Claudia do Ó Pessoa, do Departamento de Fisiologia e Farmacologia. “A Bio-Manguinhos nos procurou para sermos parceiros no sentido de validar o que eles vão desenvolver. Essa é uma colaboração estratégica, visando fortalecer o complexo industrial da saúde no País”, pontua a docente. Segundo ela, além da validação dos anticorpos, cabe à UFC também desenvolver novos modelos de atividade antitumoral, e, ainda, formar recursos humanos a fim de ampliar os conhecimentos na área.

Imagem: Várias pessoas perfiladas, lado a lado, na frente da fachada do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos da UFC (Foto: Ribamar Neto/UFC)

GANHO CIENTÍFICO E SOCIAL – O coordenador do NPDM, Prof. Odorico de Moraes, ressalta que o projeto a ser desenvolvido entre a UFC e a Bio-Manguinhos terá grandes impactos para a pesquisa científica na Universidade e, principalmente, para os usuários do SUS, que, muitas vezes, precisam recorrer à Justiça para ter acesso a medicamentos de alto custo indispensáveis ao tratamento.

“Hoje em dia, o SUS e as secretarias de Saúde dos estados têm uma despesa enorme com processos de tratamento judicializados. Com a produção de anticorpos monoclonais no País, vai acontecer como aconteceu com o tratamento de aids e de outras doenças negligenciadas, que o governo patrocina a um custo menor, porque está produzindo aquilo”, compara.

PESQUISA DE EXCELÊNCIA – O reitor Cândido Albuquerque afirmou que uma parceria dessa dimensão e com esses objetivos ilustra o nível de excelência das pesquisas feitas na UFC, além de ser um exemplo do que se deseja das universidades em termos de resultado.

"O que a sociedade espera das universidades é que elas apresentem soluções para os problemas, que melhorem a vida das pessoas. É por isso que os melhores cérebros estão dentro das universidades. Esse projeto busca facilitar o acesso da comunidade a esse tipo de tratamento [contra o câncer]. E ao fazê-lo estamos qualificando ainda melhor nossos pesquisadores e estamos formando melhor nossos alunos".

Também participaram da cerimônia da assinatura do termo de cooperação, por parte da UFC, a pró-reitora de Extensão, Profª Elizabeth Daher; o pró-reitor de Relações Internacionais e Desenvolvimento Institucional, Prof. Augusto Albuquerque, e a vice-diretora da Faculdade de Medicina, Profª Danielle Macedo, entre outros. Por parte da Bio-Manguinhos, estavam o gerente do Programa de Biofármacos, Hugo Defendi; o assessor de Inovação Tecnológica, Marco Alberto Medeiros, e a gerente de Projetos, Anna Erika Vieira. Estiveram presentes, ainda, Don Stewart, David Cayea e Germana Regazzi, todos da empresa canadense Plantform.

Fonte: Gabinete do Reitor – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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