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Centro de Ciências Agrárias completa 105 anos com 10 mil graduados e 4 mil mestres e doutores

O Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Federal do Ceará completa 105 anos de história e de conquistas nesta quinta-feira (30). Fundada a 30 de março de 1918, a então Escola de Agronomia do Ceará contribuiu significativamente para o ensino superior no Estado como um dos principais alicerces para edificar a UFC, a primeira universidade cearense, em 1954. Até março deste ano, a centenária escola contabiliza 10.112 graduados, 3.410 mestres e 589 doutores formados pela unidade acadêmica.

A Escola de Agronomia foi reconhecida através do Decreto nº 8.206, de 11 de novembro de 1941, e federalizada por meio da Lei Federal nº 1.055, de 16 de janeiro de 1950, que autorizou incorporar ao patrimônio da União escolas de Agronomia e Medicina Veterinária no País. A atual nomenclatura da unidade acadêmica, CCA, foi adotada no ano de 1973, no contexto da Reforma Universitária.

Imagem: Fachada atual da Diretoria do Centro de Ciências Agrárias

Ao longo do tempo, as atividades do Centro sempre primaram pela formação de profissionais qualificados, pela preservação do bioma caatinga e por elevar a qualidade de vida da população do campo. Uma curiosidade é que antes de integrada à UFC e ao Ministério da Educação, a Escola de Agronomia pertencia à Superintendência de Ensino Agrícola e Veterinário, do Ministério da Agricultura.

Nesta sexta-feira (31), a partir das 14h, o Conselho do Centro de Ciências Agrárias abrirá sua reunião ordinária com a pauta comemorativa dos 105 anos do CCA. O encontro ocorrerá na Sala do Conselho, na Diretoria do CCA, localizada no bloco 847 do Campus do Pici Prof. Prisco Bezerra, em Fortaleza.

DADOS – Hoje em dia, o CCA possui seis cursos de graduação e 10 programas de pós-graduação, e, como cursos mais antigos, figuram o de Agronomia (1918) e o Mestrado em Economia Rural (1972). O Centro tem 2.207 estudantes com matrículas ativas, sendo 1.857 deles de graduação e 350 de pós-graduação. O quadro funcional é composto 135 professores e 138 servidores técnico-administrativos.

Destaque na pesquisa científica, o CCA é fonte de 16 das 38 patentes de inovação depositadas pela UFC nos últimos anos, com foco em máquinas agrícolas e frutos tropicais. Os estudos desenvolvidos têm impacto profundo nos setores do agronegócio, da agricultura familiar, da indústria, da academia e do terceiro setor.

Para o vice-diretor do CCA, Prof. Alexandre Holanda Sampaio, as celebrações do aniversário denotam o engajamento e a dedicação de toda a comunidade para obter os bons resultados entregues pelo Centro. “Nos seus 105 anos de existência, o CCA se destaca cada vez mais dentro da UFC, no que tange às atividades de ensino, pesquisa, extensão e inovação. Seus membros, docentes, discentes e servidores técnico-administrativos, estão focados em envidar esforços na busca pelo pioneirismo, contribuindo para o desenvolvimento do nosso Estado, do Nordeste e do Brasil”, declarou o vice-diretor.

DESDOBRAMENTOS – A partir da ação de docentes e pesquisadores do CCA, diversas outras unidades acadêmicas da Universidade e instituições de relevo surgiram no interior da antiga Escola de Agronomia. O Prof. Prisco Bezerra, ex-diretor do CCA, foi o primeiro dirigente da Escola de Engenharia do Ceará, embrião do Centro de Tecnologia. A Estação de Biologia Marinha foi semente para o Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR), enquanto a Estação Meteorológica possibilitou ser criada a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME). Docentes do CCA participaram da criação dos Institutos de Química, Física e Biologia, que levaram ao surgimento do Centro de Ciências (CC). Prisco criou o herbário, atualmente vinculado ao Departamento de Biologia, e o agrônomo Renato Braga, que foi diretor da Escola e vice-reitor da UFC, fundou o Horto Municipal de Fortaleza, referência na arborização urbana da capital cearense.

O antigo Curso de Estilismo e Moda, atual Design-Moda, do Instituto de Cultura e Arte (ICA), foi criado a partir de pesquisas do Centro de Ciências Agrárias envolvendo cotonicultura e fibras têxteis. Em outubro do ano passado, a Unidade Universitária Federal de Educação Infantil Núcleo de Desenvolvimento da Criança (UUNDC), vinculada ao CCA, foi reconhecida como colégio de aplicação.

Imagem: Fachada antiga da Escola de Agronomia, atual Centro de Ciências Agrárias da UFC

INTERNACIONALIZAÇÃO – A primeira iniciativa de internacionalização acadêmica no Estado se deu em 1963, durante a gestão do reitor Antônio Martins Filho, com o Programa de Educação Agrícola, convênio assinado com a Universidade do Arizona (EUA). Nesse programa, foram formados 160 pesquisadores nos Estados Unidos em cursos de mestrado e doutorado. No retorno deles ao Brasil, na década de 1970, foram criados programas de pós-graduação no âmbito das Ciências Agrárias na UFC, a exemplo de Economia Rural, Fitotecnia e Ciência do Solo.

Outra frente de intercâmbios de mobilidade acadêmica no exterior é o Programa CAPES/BRAFAGRI, do Ministério da Educação (MEC), com acordos firmados com universidades e institutos de pesquisa da França nas áreas de Agronomia, Zootecnia e de Engenharia de Alimentos. Há dois anos, foi retomado convênio com a Universidade do Arizona e estabeleceu-se o Doutorado em Engenharia Agrícola em regime de cotutela com a Universidade Técnica de Berlim (Alemanha).

MEIO AMBIENTE – Em meados do século XX, o espaço que hoje conhecemos como Campus do Pici era sinônimo da Escola de Agronomia, cujas práticas agrícolas ocorriam no sítio Santo Anastácio, em terrenos doados pelo governo estadual. O maior campus da UFC, com 212 hectares de área, nos primeiros anos de funcionamento da Universidade, seguiu o conceito de cidade universitária, a partir do modelo norte-americano de land-grant colleges, com ênfase em ciências agrárias.

O CCA administra quatro fazendas experimentais da UFC voltadas para atividades de ensino e pesquisa agrícolas: a Fazenda Vale do Curu, em Pentecoste, a Fazenda Lavoura Seca, em Quixadá, o Sítio São José e a Fazenda Raposa, ambos em Maracanaú. A Fazenda Raposa foi declarada como área de relevante interesse ecológico (ARIE), por conter o maior acervo mundial de palmeiras do gênero Copernicia, da família da carnaúba, árvore-símbolo do Ceará.

De acordo com a diretora do CCA, Profª Sônia Maria Pinheiro de Oliveira, o Centro “se impõe pela capacidade inesgotável de contribuir com a sociedade na sua função de formar profissionais voltados às soluções dos problemas e à tomada de decisões inerentes à área de Ciências Agrárias”. Em mais de um século, o CCA entregou para a sociedade cearense um importante contingente de engenheiros agrônomos, economistas domésticos, engenheiros de pesca, engenheiros de alimentos, zootecnistas, e, mais recentemente, bacharéis em gestão de políticas públicas e em economia ecológica.

“Espera-se que o CCA, pautado em tradição e inovação, permaneça atuando com excelência no ensino, na pesquisa e na extensão, acompanhando a evolução científica e tecnológica, e contribuindo para a produção de alimentos, tendo em vista a sustentabilidade ambiental e o desenvolvimento social”, conclui a diretora.

Fonte: Diretoria do Centro de Ciências Agrárias da UFC – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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