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Amor, resiliência e humanidade: os sentimentos que iluminaram a segunda noite de colação de grau

Os gregos antigos viam o amor como uma das maiores grandezas do mundo, uma força vital que se expressava de distintas formas. Por isso, criaram ao menos três diferentes termos para se referir aos variados tipos de amor que alguém pode sentir: eros, ágape e filia. E se tem uma coisa que não falta na UFC é amor. Ontem, na segunda noite do atual ciclo de colações de grau, esses três tipos de amor se manifestaram em gestos, olhares, palavras, beijos e abraços.

EROS – Eros é o amor romântico, caracterizado pela paixão e pelo desejo. Aconteceu assim com o João Victor Alencar e a Karina de Lima, concludentes do curso de Engenharia Civil. Logo no primeiro semestre da caminhada na UFC, se conheceram, se apaixonaram e se permitiram. Dividiram prazeres e desafios ao longo dos últimos cinco anos. Ontem, ao colarem grau juntos, estavam radiantes, pois, como diz aquele samba de Arlindo Cruz, “quando a gente ama, brilha mais que o sol”.

Imagem: João Victor Alencar e a Karina de Lima, concludentes do curso de Engenharia Civil.

“A gente se conheceu logo no início do curso e se acompanhou até o final da graduação, fazendo várias cadeiras e trabalhos juntos. Foi um percurso incrível, estou muito emocionado”, diz João Victor. “Foi uma trajetória leve, por ter a companhia de alguém que fazia o mesmo curso que eu e que era o meu parceiro também na vida e na faculdade. A UFC vai me deixar grandes memórias. Sou eternamente grata a essa instituição”, completa Karina. E entre cálculos e beijos, esse amor vai continuar sua história na Universidade, pois ambos já foram aprovados para o mestrado: ele em Engenharia Civil, na área de Geotecnia; ela em Engenharia de Transportes, na área de Infraestrutura.

Veja mais imagens da segunda noite de colação de grau 2023.2 no Flickr da UFC

ÁGAPE – Ágape é o amor divino e genuíno, aquele incondicional, que se entrega sem querer nada em troca. Como geralmente é o amor de mãe. O Carlos Alberto da Silva Filho, formando do curso de Engenharia de Alimentos, sabe bem o que é isso. Vê-lo um dia formado era o grande sonho da mãe, dona Dalva da Silva. Infelizmente, porém, dona Dalva partiu há cerca de 10 anos e não pôde ver em vida a conquista do filho. Mas ontem, de alguma forma, ela esteve presente, seja na forma do amor que transborda a existência física, seja no retrato que pai e filho levaram para celebrar sua memória.

“Hoje estou muito emocionado por estar colando grau, e também pela minha mãe. Ela faleceu e era o sonho dela me ver aqui. Esse é um dos motivos de eu estar aqui. É uma forma de homenageá-la”, diz Carlos Alberto, o primeiro da família a fazer um curso superior. “Estou muito feliz com a conquista dele. A gente trouxe a foto da mãe dele pra, lá de cima, ela ficar sabendo e ter o que ela desejava, que era ver ele formado”, orgulha-se o pai, seu Carlos Alberto da Silva.

Imagem: pai e filho seguram retrato da mãe

FILIA – Filia é o amor da amizade, que geralmente se desenvolve de forma serena, profunda e duradoura. Inclusive é um dos termos que deu origem à palavra filosofia (amor ou amizade pela sabedoria). Esse sentimento de amor pelo conhecimento e de apreço pelas amizades e por tudo que se constrói na Universidade foi o que fez Gilvandenys Leite, mesmo já tendo doutorado, voltar à UFC para uma nova graduação. Ontem, aos 62 anos, ele colou grau no curso de Engenharia de Alimentos.

“Ao pensar em me aposentar, pensei também em iniciar um novo curso, uma nova fase de vida, e a Engenharia de Alimentos foi o que me atraiu. Sempre tive vontade de voltar à UFC, porque aqui fiz meu doutorado na Engenharia de Teleinformática, mas eu queria fazer uma nova graduação. E há tempo pra tudo nessa vida”, comemora, com a empolgação de um menino, ao lado da esposa, Eliane Leite, doutora em Educação pela UFC. O convívio com os mais jovens, segundo ele, foi o que o impulsionou durante o período do curso e o fez se sentir “um idoso jovem”. Diz que agora pretende se dedicar à produção de alimentos que possam atender às necessidades das pessoas idosas.

Imagem: Gilvandenys Leite, mesmo já tendo doutorado, voltou à UFC para uma nova graduação

RESILIÊNCIA – Participaram da solenidade ontem 639 concludentes e 89 egressos do Centro de Ciências (CC), Centro de Tecnologia (CT) e Centro de Ciência Agrárias (CCA). O primeiro discurso da noite foi da representante dos estudantes, Karine Fernandes, do curso de Agronomia. Ela agradeceu a professores e técnicos da UFC, bem como a familiares e amigos, e enfatizou a resiliência necessária a todos alunos e alunas que enfrentam a longa e intensa trajetória de uma graduação.

“Nos últimos anos, enfrentamos desafios extraordinários, como uma pandemia global, que testou nossa força e determinação. Enfrentamos tempos difíceis, adaptando-nos a novas formas de aprendizado e interação, mas como uma verdadeira comunidade acadêmica, superamos juntos”, disse Karine. Ela citou também as dificuldades de verbas disponíveis para a educação nos últimos anos e disse que os cortes não são apenas números em um orçamento, mas uma diminuição tangível das possibilidades acadêmicas. Porém, ressaltou a concludente, o compromisso com o conhecimento e o aprendizado se manteve firme.

Imagem: Karine Fernandes, do curso de Agronomia, foi a oradora discente

HABILIDADES SOCIAIS – A oradora docente da noite foi a professora Rossana Andrade, do Centro de Ciências. Para a docente, tão importante quanto os conhecimentos técnicos proporcionados por um curso superior, são as habilidades sociais que os estudantes podem desenvolver.

“Vocês aprenderam a importância do trabalho em equipe, da colaboração e da aplicação prática do conhecimento. Essas são habilidades essenciais, não apenas para o sucesso profissional de vocês, mas também para a construção de um futuro promissor. Ao lado do conhecimento técnico que cada um adquiriu, as habilidades sociais são hoje nossa maior riqueza, por isso desejo que vocês combinem os dois”, disse a professora, que finalizou pedindo aos estudantes que em tudo o que façam tenham em mente as palavras confiança, respeito e compromisso.

Imagem: professora Rossana Andrade, do Centro de Ciências

HUMANIDADE – Em seu discurso, após conferir grau oficialmente aos estudantes, o reitor Custódio Almeida falou sobre a razão de ser da cerimônia de colação e salientou que o sentido de ser da Universidade é realizar a humanidade em nós, tornando-nos cada vez mais livres. Por isso, segundo ele, conquistar a humanidade é conquistar a liberdade, sendo esta um horizonte que se realiza apenas por meio da compreensão e, por ser horizonte, está sempre por ser alcançado, nos fazendo caminhar em sua direção.

“Nesse sentido, podemos dizer que ser humano é ser livre. E isso é imenso e não se conclui jamais. Ser humano é ser livre para ser preto, para ser indígena, para ser masculino, feminino, para ser gay, trans, para ser religioso, para participar, para existir, para viver e ser feliz. Ser humano é ser livre para ser humano: para pensar, para sentir, para transitar, para conviver em sociedade e na natureza”, pontuou o reitor.

O ciclo de colação de grau em Fortaleza segue hoje com a solenidade direcionada aos concludentes do Centro de Humanidades (CH), Faculdade de Direito (FADIR), Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade (FEAAC) e Faculdade de Educação (FACED). A cerimônia tem início às 19h. Na próxima semana, ocorrem as colações nos campi do interior. Confira orientações e mais informações.

Fonte: Gabinete da PROGRAD – fone: (85) 3366 9498; e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. / Cerimonial da UFC – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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